terça-feira, 30 de novembro de 2010

Os Fabulosos Killjoys


Gerard Way é um roteirista de quadrinhos.
Formado na Escola de Artes Visuais de New York, ele já ganhou um Eisner Award - o prêmio máximo da indústria de HQs - com a série The Umbrella Academy, criada em parceria com o desenhista brazuca Gabriel Bá. Os dois arcos lançados já são leitura obrigatória, recomendados inclusive por um dos maiores gênios do meio, Grant Morrison. Ah, e também por mim.
Sua nova série de quadrinhos, intitulada The True Lives of the Fabulous Killjoys, foi anunciada na ComicCon 2009. Desde então, nenhum outro detalhe foi divulgado.

Ah sim, Gerard Way também tem uma banda de rock, chamada My Chemical Romance.

Agora, o My Chemical Romance lança seu 4º álbum de estúdio, após o sucesso do insanamente sensacional The Black Parade (do qual eu já falei neste ótemo post AQUÊ!).
O nome do álbum: Danger Days: The True Lives of the Fabulous Killjoys.
E é onde o Gerard músico se mistura de maneira praticamente celular ao Gerard roteirista.

Num mundo kafkaniano em 2019, os Killjoys são um grupo de foras-da-lei, lutando contra mega-corporações malignas e vivendo à margem da sociedade, sem nenhuma esperança de vitória e apenas adiando o destino certo: a morte.
É nesse universo que Danger Days se situa, como uma seleção das músicas que tocariam em uma rádio pirata, comandada pelo DJ auto-denominado Dr. Death Defying.
Essa é a impressão ao ouvir o álbum. Como se fossem várias bandas diferentes em um mesmo contexto.

Esqueça a imagem "emo" dos álbuns anteriores da banda, maquiagens, melancolia e vocais teatrais, isso não existe aqui.
O que existe é apenas o rock, seja o punk (em pérolas como no genial primeiro single "Na Na Na", na acelerada "Party Poison" e na empolgante e crua "Vampire Money"), o épico (as grandiosas "The Only Hope for Me Is You" e "Save Yourself, I'll Hold Them Back") e até o dançante (na faixa "Planetary (GO!)", provavelmente a coisa mais diferente e interessante que o MCR já gravou). Sobra ainda referências a Beastie Boys, Rage Against the Machine (na pesada "DESTROYA") e algo próximo do Keane (na balada "Summertime").
Em cada música uma pegada completamente diferente da anterior.
Cada música, uma banda completamente diferente.

Voltando ao mundo nerd dos quadrinhos, podemos até tentar comparar este novo álbum com o trabalho anterior.
The Black Parade, com seus temas sobre câncer, arrependimentos e morte em uma história poética e direta, se encaixa em uma HQ autoral, filosófica, com cores pesadas e sombrias, criada para fazer seu leitor pensar e refletir sobre a vida e o fim dela.
Danger Days, com sua aparente despretensão e a impressão de que a banda só quis enfim se divertir, está mais para uma história de super-heróis, colorida e explosiva, que você lê, pensa "noooossa, que foda!" e esquece todo o mundo ao seu redor.
Dois estilos diferentes. E que, por isso mesmo, é impossível decidir qual dos dois é melhor.

A impressão é de que o My Chemical Romance pegou tudo o que aprendeu nos quase 10 anos de banda e criou essa obra.
Grandiosa, pesada, melódica, inteligente, criativa, legitimamente punk.

E principalmente muito, muito divertida!!!

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domingo, 28 de novembro de 2010

Misfits


Eu não estava interessada nessa série, mesmo quando disseram que agradaria oa fãs de Skins. Ainda menos interessada quando eu ouvi que era um misto de Skins com Heroes. E ainda meeeeeeeeeenos quando eu via no Tumblr as imagens de um personagem babaca (desculpa, não consigo parar de ter raiva dele).

Depois de alguns amigos começarem a ver, resolvi dar uma chance.
Decisão acertada. Quase desisti no primeiro ep... o tal personagem irritante tava tirando toda minha vontade de ver aquilo, mas logo vi que ele apanhava e se ferrava bastante... isso me deu um ânimo...

Episódio após episódio fui ganhando personagens favoritos (claaaaaaro que meu preferido é o maluco, tem nem como ter dúvida) e fui vendo que resumir a série em "misto de Skins com Heroes" é maldade.

Garotos e garotas são mandados para fazer serviço comunitário, cada um com um motivo diferente e personalidades destoantes. Um tempestade. Tudo muda. Cada um ganha um poder, não necessarimente poderes para salvar o mundo, até porque... o que eles querem mesmo é salvar a própria pele.

Com temporadas de poucos episódios (acho ótimo) Misfits tem conquistado mais e mais telespectadores (principalmente usuários do Tumblr hahaha) e com mérito.

Então siga a recomendação TCF Series: Assista Misfits (se possível vire fã do Simon e queira que o Nathan apanhe bastante).

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Aquele fim de semana...


[Já que o Brancatelli postou segunda, aqui estou eu... Renatinha, em pessoa... ou quase... escrevendo]

Aquele fim de semana já anunciava ser inesquecível... e não deixou a desejar.

Sexta, encerrei minhas atividade na Riot e fui ver a primeira parte do Harry Potter e as Relíquias da Morte (em português é assim? ainda não acostumei... hahaha).
Eu fui para aquele cinema com o coração na mão, eu sabia que eu não teria como segurar as lágrimas naquele filme...
1) Porque é quase o fim de uma das coisas mais importantes da minha vida. O fim definitivo, sem volta... Porque quando acabou o livro, meu coração ainda sabia que tinham os filmes. Mas agora, só falta 1 parte para o fim de Harry Potter.
Não eu que não vá reler e rever esses filmes até o fim da minha vida né? Porque vou...
2) A morte de um personagem que eu amo do fundo do coração... a cada minuto que se aproximava da cena, eu ficava mais e mais angustiada... com vontade de sair do cinema e não ver aquilo.

Esse filme foi um dos menos decepcionantes como fã dos livros, de verdade. Meus parabéns e agradecimentos para o David Yates por não ter transformado esse filme em uma decepção.
Fiquei sabendo que algumas coisas na parte 2 são diferentes do livro, mas se ele soube situar tão bem quanto nesse, estarei satisfeita.
Mas não sei se o filme é tanto para não-fãs e sei que definitivamente não é para quem escolheu ele para começar... Você tem que entender muito do passado e até ter referências do livro para enteder 100% daquilo e não se incomodar com as partes mais paradas.

O grande destaque de atuação é para o Rupert Grint (e não tem nenhuma relação com meu amor pelo Rony, por ruivos e pelo Rupert). Ele, que desde o primeiro filme mostrava ser talentoso para brincadeiras e parecer atrapalhado, mostrou um Rony com mais profundidade... exatamente do jeito que deveria ser nessa parte da história.
[E o Brancatelli vai vir falar da Emma Watson, só porque acha ela bonita... mas a atuação dela é bem morna...]

Bom, saí dali pensando que nada naquele fim de semana poderia se comparar...
ha ha ha

Tarde de sábado, rumei para o Planeta Terra... mesmo sabendo que eu veria o Phoenix, uma banda que eu adoro, não estava muito animada.
Cheguei, encontrei os amigos, dei uma volta, ri das roupas dos hipsters...

Comecei meu festival com Of Montreal... Aquele banda que eu esperava quase nada e arrasou. Um cara de saia de bailarina e meia calça lilás subiu no palco e colocou todo mundo para dançar com a luz do dia ainda brilhando.
Pessoas fantasiadas, efeitos psicodélicos no telão... Of Montreal foi uma grata surpresa.

Depois veio Mika... Que show... que cara... que fierce... que flawlessness... Ele manda no palco, de verdade. Manda na voz, manda no público...
Foi um show animado, como eu esperava... dançante, como eu esperava.. e inesquecível, como eu esperava...

Mas o que eu não esperava era me divertir tanto com o Phoneix.
Apesar de serem conhecidos por músicas que normalmente tocam na balada, minha visão deles era de uma banda bem mais parada. Eu nunca fui atrás para ver vídeos deles ao vivo e ter essa noção. Acho que simplesmente me pareciam uma banda que não traria muito amor.
Mas trouxe.
Em 2007, o Phoenix fez um show aqui e o vocalista Thomas, descreveu como decepcionante.
A maioria das pessoas não os conheciam, portanto a interação com o público deve ter sido quase 0.
Nesse show, era nítida a alegria de Thomas... A cara coro do público ele sorria, incrédulo... chegando a dizer "Thanks for being so many". Tocaram muitas músicas boas e até a minha favorita, mas senti falta de mais repertório dos albuns antigos... Ok, era turnê do último album, mas mesmo assim... era meu primeiro show deles.

E foi logo depois disso que acabou meu Terra... sem interesse algum em Pavement e Smashing Sumpkins, nem tão pouco nas bandas do Indie Stage... comendo um Hot Pocket nojento e passando mal por causa da enxaqueca. Tive minha vida salva pelo Vitinho que me trouxe sã e salva para casa.
Eu gostei de ser no Playcenter, mas gostava mais da localização anterior do festival. MUITO melhor para se locomover.
E Hot Pocket para comer? Really? Que nojo.

É, mas o gran finale era domingo...
Mas não tenho muito mais a acrescentar sem repetir as palavras do Brancatelli...
O show do Paul McCartney foi épico, único,... sem palavras.
Paul sempre foi meu Beatle preferido e nesse show ele só reafirmou isso. Mostrando que além de um músico fenomenal, ele é uma pessoa fenomenal...
Chorei em diversas músicas e nas que não chorei, meu coração batia acelerado pensando que eu não acreditava que estava vendo aquilo ao vivo... cantando junto com ele... eu, Renata Vieira, cantei Hey Jude junto com o Paul McCartney.
Eu não pude ver os Beatles, mas pude ver O Beatle.

domingo, 21 de novembro de 2010

Histórico


(por falta de tempo, a Renatinha não pode postar hoje... então, assim em cima da hora, espero conseguir passar pra vocês como foi minha noite de domingo)

Eu nunca assistirei a um show dos Beatles.

Essa é a frustação de qualquer fã de música nascido depois dos anos 60.
Nenhum de nós jamais assistirá a um show da maior e mais influente banda de todos os tempos, aquela que dividiu a história da cultura pop em dois tempos: o antes e o depois.
Então só resta me contentar com um show solo de um daqueles 4 rapazes de Liverpool.

Calma aí...
Como assim, "me contentar"?
Isso não faz muito sentido depois do que eu vi na noite de domingo, no estádio do Morumbi.

Marcava mais ou menos 9h40 no relógio quando aquele cara subiu no palco.
Quando você vê aquela figura na sua frente, a poucos metros de você, é necessário um pouco de tempo pra assimilar quem é. Porque apesar de ser um dos rostos mais conhecidos do mundo musical e de pouco ter mudado nas últimas 4 décadas (salvo as marcas da idade), é difícil por alguns momentos pensar que aquele homem está bem ali, ele é real, ele é de carne e osso. Confesso que ainda não assimilei isso direito.

Na minha frente estava Paul McCartney, a lenda viva.

E ainda que o público demore pra acreditar que está tão próximo do ex-Beatle, ele parece ter total consciência de quem é. À frente de cerca de 64 mil pessoas, entre cinquentões que viveram o auge da beatlemania até jovens que conheceram o músico por meio do jogo Rock Band Beatles, ele sabe o quanto vale, e entende o que o público que pagou pelo show quer ouvir, e mostra respeito pela própria história, e tem a noção exata do legado que criou para a música pop.
Mais que tudo, ele entende o que representa para o mar de gente que, de olhos fechados, cantava todas suas músicas, desde os clássicos do passado até suas empreitadas mais atuais.
É por isso que, aos 68 anos, ele não parece ter passado dos 20 e poucos. Depois das 3 horas de show, quando todo o público já sentia os joelhos doerem e os pés latejarem, ele ainda corria pelo palco e cantava sem uma gota de suor escorrendo pela testa, como se aquilo tivesse acabado de começar. De fazer inveja a qualquer jovem músico. Inacreditável.

Confesso que ainda não consigo detalhar exatamente o que foi aquele show.
Não tenho a capacidade de traduzir em palavras a emoção que foi estar la, tão perto do palco, entre uma infinidade de pessoas, jovens, velhos, famílias inteiras, famosos ou não. Antes de começar o show, nas arquibancadas o público se jogava na "ôôôôlaaaa", na pista pessoas cantavam todos os sucessos de cada álbum, na ordem cronológica... e no rosto de cada um, um sorriso. A certeza de que, mais que um show, aquilo seria uma festa, algo para se guardar para sempre.
Meu pai realizava um sonho que tinha desde que dançava "Hold Me Tight" nos bailinhos de muito tempo atrás. Meu irmão, que já tinha visto o show-reunião entre Paul e Ringo algum tempo atrás, mal conseguia controlar a ansiedade. Estavam comigo os dois responsáveis pelo que eu sinto por Beatles. Nem o anúncio iminente de chuva poderia atrapalhar aquela noite.

Mas nem a chuva quis se atrever a estragar o momento.

O show?
Ah, mas com o repertório dele, nem tinha como errar.
A viagem no tempo foi completa. Clássicos dos Beatles, clássicos do Wings, clássicos da carreira solo... não faltou nada. Nos intervalos, o músico se esforçava para agradar os fãs, seja comandando coros improvisados, seja falando em portugês. Tudo para mimar aqueles que já estavam na palma de sua mão.
Clássicos como "Band on the Run" (uma das melhores músicas já escritas), "Helter Skelter", "Live and Let Die", "Mrs. Vandebilt"... tudo fica melhor ao vivo! E principalmente pela perfeição da banda, com destaque para o baterista Abe Laboriel Jr.!
Mas nada te prepara para ouvir coisas como "Let It Be", ou "Eleanor Rigby", ou "The Long and Winding Road". Ou para "Here Todya", música escrita para o parceiro John Lennon. Ou para o emocionante tributo a George Harrison, com uma versão matadora de "Something". E para a versão de "A Day in the Life/Give Peace a Chance", um dos melhores momentos da noite.

Mas o que acaba com o mais duro dos corações é quando Paul senta ao piano e toca, sem aviso, sem que ninguém esteja emocionalmente preparado... "Hey Jude".
Ao final da música, o coro de 64 mil vozes cantava o famoso "naaaa, na, na, nanananaaa... nanananaaaa... hey Jude". Na minha frente, um garoto com não mais que 10 anos olhava maravilhado para tudo aquilo, criando uma lembrança para toda a vida. Do meu lado, meu pai, a pessoa que me ensinou a amar aquelas músicas, de olhos fechados e mãos levantadas, mostrava que a espera de uma vida inteira tinha valido a pena. Assim como o garoto da minha frente, eu também criei uma lembrança para levar comigo até o dia da minha morte.

Na platéia, uma garota segurava um papel com a frase que definia bem tudo aquilo:

"Paul, o sonho acabou... porque você o tornou realidade. Obrigado."

Eu não teria dito melhor.
Muito obrigado, Paul.

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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Sobre Scott Pilgrim


Existe uma classe de pessoas que vive à margem da sociedade.
São pessoas discretas, tímidas, que aparentemente não se esforçam para ser o centro das atenções.
Elas ficam sempre no fundo, sem fazer muito barulho, sempre focados, como se vivessem no seu próprio mundo.
Pessoas que você nem ao menos nota a não ser que preste muita atenção.
Mas quando você presta atenção, essas pessoas conseguem se destacar até mais que as outras.
E é aí que elas te surpreendem de um jeito que ninguém mais consegue.
Porque... bem... elas têm super-poderes!

Essas pessoas também são conhecidas como...

Os baixistas!

E nada mais justo que o personagem principal da franquia (HQ, filme, video-game e bonequinhos) Scott Pilgrim seja dessa classe em particular!

Scott Pilgrim parece apenas um rapaz canadense comum.
Ele é desempregado, mora (e divide a cama) com seu amigo gay e não tem grandes pretensões na vida a não ser ensaiar com sua banda, o Sex Bob-Omb, e sair com sua namorada chinesa colegial, com quem o maior contato físico foi algo que ele ACHA ter sido um abraço. Isso até ele conhecer em seus sonhos - na verdade uma rodovia subespacial que funciona como um buraco de minhoca... nunca ouviu falar dela? - Ramona Flowers, por quem se apaixona antes mesmo de conhecer ao vivo. Mas para conseguir namorá-la, ele antes terá que vencer seus 7 ex-namorados do mal!!! Quem disse que seria fácil, hã?

É nisso que o filme, adaptado da HQ, se foca.
A velha história "garoto conhece garota", mas regada de referências a quadrinhos, mangás, jogos de video-game, filmes e séries de TV.
Mas diferente de filmes indies alternativos nerds, que usam essas referências para se ligar emocionalmente aos seus espectadores, Scott Pilgrim mergulha nessas referências em um outro nível! Elas deixam de ser "referências" e se tornam parte essencial do filme, tão importantes quanto a trama ou qualquer personagem! Isso se mostra desde os detalhes visuais, como o ding-dong da campainha até às lutas ao estilo Street Fighter. Desde a tela inicial com o logo da Universal ao estilo 8 bits e com direito a clássica música de sintetizador até à hilária homenagem ao seriado Seinfeld. Tudo se mistura à narrativa, como se o filme não pudesse existir sem isso.
É o que aconteceria se o filme não estivesse nas mãos do gênio Edgard Wright. É até engraçado notar que o ritmo insano e ágil de Scott Pilgrim já podia ser encontrado nos trabalhos anteriores do diretor, Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso (se você não viu qualquer um desses filmes, levanta a bunda da cadeira, para de ler este texto e vai alugar/baixar imediatamente!).
E impossível não dar mérito ao ator principal do filme, o tão amado quanto odiado Michael Cera. Depois de participar da maior parte dos filmes indie-comerciais como Superbad, Nick & Norah e Juno, o cara se prova em Scott Pilgrim (com toda certeza o mais indie dentre todos esses filmes). Seja nas cenas cômicas, seja nas cenas de luta, ele mostra que foi a escolha mais certa pro papel. Digo até que, assim como Scott Pilgrim personifica toda uma cultura indie, Michael Cera personifica o cinema indie, a caracterização do loser-pop como poucos conseguem fazer. Um dos grandes méritos do filme. Assim como TODO o resto do elenco, cada ator perfeito em seu respectivo papel!

O único problema é que, enquanto que o filme se foca na premissa que eu disse lááááá em cima, a HQ vai muito além disso.
Se no cinema a história de Scott Pilgrim se resume ao já citado "garoto conhece garota", os quadrinhos mostram A VIDA de Scott Pilgrim, sua busca por emprego, suas ex-namoradas, sub-plots que o filme foi obrigado a cortar para encaixar a história em 112 minutos. Aliás, coisa que fez muito bem, mas que perde pontos numa comparação.

Apesar disso, tanto filme quanto HQ falam da mesma coisa:
O medo de atingir a maturidade e a responsabilidade, e o fato de que o passado sempre vem nos confrontar de novo.
Posso até dizer que da pra encontrar imensos paralelos e simbolismos na história criada pelo quadrinista Bryan Lee O'Malley, mas aposto que ninguém aqui está com saco de ler isso...!
Quem sabe num próximo post. Ou não.

Outra coisa que é idêntica entre filme e HQ...
Nenhum dos dois foram feitos para todos os públicos.
Talvez isso explique o fracasso de bilheteria la fora e a dificuldade em lançar o filme por aqui em terras brazucas, ainda que num número limitado de cinemas. Mérito da distribuidora Paramont, que realmente se esforçou ao máximo em trazer o filme a nós, público brasileiro.

Enfim, na minha opinião Scott Pilgrim é o melhor filme do ano e, talvez, de repente, se pá, sendo bem ousado, a melhor adaptação de uma HQ já feita!
Ah, e definitivamente é a maior homenagem que se poderia fazer ao mundo dos video-games!

E não fale mal de Scott Pilgrim se quiser continuar a ser meu amigo! Há! #Brinks #NemTanto

Em toda sua despretensão, Scott Pilgrim é ÉPICO!!!


PS: corre atrás da sensacional trilha-sonora e deprima-se comigo pelo fato de que nunca veremos um CD exclusivo ou mesmo um show do Sex Bob-Omb...

=[

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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

LDN



Foto by @caroljojo


Pós shows, agora sim posso escrever meu post de viagem.
Depois do meu primeiro ano de trabalho, conquistei as tão deliciosas férias. Elas foram muito merecidas, se posso dizer.
Se você é publicitário vai saber do que estou falando...

Mas a verdade é que, foi esse trabalho que me possibilitou realizar meu sonho supremo: Ir para Londres.
Eu não sei te dizer o que tem naquela cidade que sempre me atraiu e me deixou noites sem dormir com vontade de estar lá.
O frio na barriga começou desde o momento em que reservei as passagens, estava acontecendo... aquilo que pensava em fazer desde os 9 anos... estava acontecendo!
Juntos de duas amigas, embarquei para a cidade cinzenta.
Passar pela imigração quase levou embora a minha alma, nunca fiquei tão nervosa na vida. O pavor de ter chegado até ali e ouvir um "Blz, sai do meu país" era pavoroso.

Tudo deu certo... e minutos depois estavamos em um little black cab, como os que Sherlock tanto pega (na série da BBC, antes que alguém fale algo) e olhando para o sinal que dizia o que Alex Turner já tinha nos avisado antes "Red lights indicate doors are secured".

Eu não tenho como detalhar cada minuto meu naquele lugar, só posso dizer que para onde eu olhava, era um sorriso novo que estampava meu rosto.

"Ai, credo... Londres.. Mó cinza, pessoas frias..."

Beleza, sai do meu blog.

Mais do que a educação das pessoas, mais do que as casinhas pobres serem melhor que a minha, a estrutura organizada da cidade, o sotaque sensacional (*_______*)... o importante era a sensação de estar ali. Parecia que era ali que eu pertencia, que era ali que era o meu lugar.

É estranho, passar a vida achando que está no lugar errado.
Os pontos turisticos são lindos, mas você pode nem ir em nenhum. Apenas ande em um parque, coma um fish and chips, caminha pela cidade olhando a arquitetura... Você já vai ter uma experiência única.

Ir em shows onde as bandas de abertura são desconhecidas e elas serem todas legais, tendo o estilo musical que você tanto gosta...(Show a ser comentado futuramente em outro post).

Ok, a verdade é uma só...
Eu só gostei tanto de Londres porque brinquei com um esquilo.
Quem pode me culpar?

Acha que acabou? Ainda temos nos próximos capítulos minha ida a Brighton e Cardiff, Buenos Aires e Santiago. =D

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Belle & Sebastian no Brasil (ou Um Ensaio Sobre a Fofura)


Chego na Via Funchal lá pelas 20h15, com tempo de sobra. Gasto 12 reais em duas cervejas (!) e me encosto na parede. Percebo que uma garota bonita que estava a minha direita, ainda que um pouco distante, se surpreende com alguma coisa, abre um sorriso, e sai correndo. Olho para a esquerda e vejo um rapaz baixinho correndo na direção contrária. Por mais que eles estivessem correndo numa velocidade dentro do normal, na minha cabeça tudo aquilo acontecia em câmera lenta. Os dois se encontram em um abraço explosivo bem na minha frente e, como se não tivesse mais ninguém olhando, se perdem num beijo de alguns minutos. Depois saem de mãos dadas, em direção ao palco, mas que podia muito bem ser um pôr-do-sol.

Aquela cena prenunciou o que esperava os fãs que lotaram a Via Funchal para ver a tão adorada banda Belle & Sebastian, que não voltava apenas ao Brasil, mas também à ativa, após um hiato de cerca de 4 anos. Não seria um show de rock. Não seria um show épico, histórico.
Assim como a cena que se desenhou na minha frente, o show seria... fofinho!
E pra ser honesto, os fãs não exigiam mais do que isso.

Confesso que não esperava muito.
Já tinha visto vídeos de shows do Belle & Sebastian e nenhum deles pareceu empolgante. Pra falar a verdade, parecia valer muito mais a pena ouvir a banda por um fone de ouvido do que em um show ao vivo.
Mas quando uma das suas bandas favoritas vem ao Brasil depois de quase uma década desde a última vez, você PRECISA ir!!! Sem pensar duas vezes!!! Sem pensar uma vez sequer!!!

Pontualmente, às 22 horas, Stuart Murdoch e companhia entraram em cena abrindo o show com I Didn't See It Coming, a fofíssima música que abre o último CD da banda lançado este ano, Write About Love. Após algumas músicas, Murdoch arranhou o português: "Boa noite, São Paulo. Finalmente chegamos de volta ao Brasil". Nem precisava. A platéia já estava ganha desde o primeiro acorde. E nem o som pessimamente equalizado estragou a festa. E nem poderia.
Longe da imagem deprê pintada por aqueles que desconhecem a banda, o Belle & Sebastian tem algo como uma "empolgação introspectiva" gigantesca, se posso chamar assim! Ainda que tímido ao seu próprio modo, Stuart Murdoch dança a todo momento, se joga na platéia, anda em meio a nós, reles mortais, autografa bolas de futebol americano e joga aos fãs, chama algumas pessoas para dançar no palco... enquanto isso, o resto da banda sorri simpaticamente e se diverte entre as músicas. Sem contar a fofura que é a Sarah Martin, multi-instrumentista e vocalista que, sério, da vontade de subir no palco e abraçar!
E se os músicos estavam empolgados, o público retribuiu na mesma moeda, pulando e dançando cada uma das músicas, do começo ao fim, mesmo as mais paradas - inclusive levantando isqueiros (sim, como nossos antepassados faziam quando não existiam celulares) - e cantando em coro todas as quilometricas letras de um setlist imprevisível e que passeava por quase toda a história da banda.

Pausa no texto, preciso dizer algo como fã.
Gostar de alguma coisa é normal, mas ter alguém como ídolo é algo muito maior e menos simples.
Stuart Murdoch é um ídolo pra mim. Alguém que me influencia pelas letras e pelas melodias que cria, alguém que me inspira tanto a escrever música quanto a escrever neste humilde blog.
E ver seu ídolo na sua frente e comprovar que ele é de carne e osso é uma sensação difícil de explicar.
Só abri este parágrafo à parte para tentar mostrar como eu fiquei o show inteiro.

Confesso que perdi uma lágrima durante Lord Anthony, música que por diversos motivos é muito importante pra mim e que eu simplesmente não esperava ouvir ao vivo. Assim como Sleep the Clock Around, música que até hoje eu achava que só eu gostava. E nem consigo descrever como foi esperar até o bis para ouvir Get Me Away From Here, I'm Dying ao vivo e perceber que tudo aquilo tinha valido a pena.

Pra falar a verdade, ter perdido só uma lágrima neste show foi pouco..

Uma pena que a banda não tocou nenhuma música do primeiro e fantástico álbum, Tigermilk (que é de 1996... ao contrário do que dizia a Via Funchal em seus comerciais, anunciando o show como uma comemoração pelos "10 anos do álbum de estréia" #fail), e também poderia citar a falta de uma ou outra música.

Mas esse talvez seja o jeito do Belle & Sebastian deixar um gosto de "quero mais" em seus fãs.

E a esperança de que a espera por um outro show seja menor, dessa vez.

Um brinde à fofura.

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domingo, 7 de novembro de 2010

You've got me on my toes


Achei que eu ía chegar nesse blog com aquela vergonha de quem encheu a cara no dia anterior e só lembra de flashes embaraçoso.

Mas depois do que eu vi ontem, eu chego aqui com a cabeça erguida e peito estufado.

Eu fui no show do Jonas Brothers.

Eu, Renata, no meus quase 24 anos, estava na grade da área VIP Premium do show da banda queridinha da Disney: Jonas Brothers.

Muitos nesse momento questionaram meu gostos musical, se perguntaram sobre as bandas de rock que eu gosto, aposto que alguns até acham que as bandas de rock que eu gosto é pose de menina adolescente... Bom... volte na quinta-feira.

Ontem eu sai de casa com o coração na boca, não pelo show em si... mas por ser a primeira vez que eu ia a um show sozinha.
Cheguei e com todos os privilégios de VIP entrei rapidinho. O estádio ainda estava enchendo, tinha quase ninguém... Sentei na minha cadeirinha, mas logo percebi que basicamente só eu, pais e crianças muito pequenas estavam fazendo isso. Todo o resto já estava na grade.
Esperei ficar mais perto do show e consegui um lugar ao sol na grade.
Logo nesse momento eu percebi o quanto o público de JB é mais variado do que eu imaginava, estávamos eu, uma menina de 16, uma de 12, uma de 8 e uma mãe... A mãe era a mais animada de todas, devo dizer.

Com o cancelamento da vinda de Demi Lovato, antes do show só teve a participação do elenco de Camp Rock 2. Nothing new there, eles são muito animados e foram muito carinhosos com a platéia... numa vibe Disney mesmo.

Depois de alguns membros do elenco mostrarem seu trabalho solo, entraram em grupo para as músicas do filme... mas para acompanhá-los entrou a banda do JB. Os gritos já atingiam notas que nunca imaginei, eu mesma gritei feito uma alucinada quando o Garbo entrou... can you blame me? (googla ele aí...)

Bom, antes do que todo mundo esperava, apareceu no telão o relógio de contagem regressiva para a entrada dos Brothers. Confesso, meu coração deu uma disparadinha...
Eles entraram com MUITA energia e cantando Feeling Alive. Foram adoráveis com a platéia.

Eles me surpreenderam bastante, muito mais energia e animação...
Eu estava separada da grade por apenas uma garota e ela ainda era ,mais baixa que eu (prós de se ir em shows pré adolescentes!). Eles faziam questão de animar o público, uma pena que graças ao público que estava lá, eles pareceram perder um pouco essa energia. A insistência de gritar o nome da Demi Lovato no intervalo de cada música e de querer cantar parabéns para o Kevin a cada 5 segundos.
Até o famoso discurso do Nick durante a música A little Bit Longer, fizeram questão de interromper. Tá, gritaram "Nick, eu te amo", mas até aí... o cara tá fazendo um discurso sobre superar seu problemas e tal e você sendo paunocu.
E não venha me dizer que isso é coisa de público do Jonas Brothers, porque eu sei que em lugar nenhum isso acontece, inclusive nem no show do ano passado, até onde eu sei.

Mas mesmo entre mortos e feridos, eles foram muito adoráveis e faziam questão de falar o quanto as fãs eram importantes. Nick até destacou o fato de um público que fala um idioma diferente estar cantando as músicas inteiras.

Bom, foi esse garoto encostar no piano que a choradeira começou. Nossa senhora, eu nunca vi tanta gente junta chorando (incluindo enterros). Eu estava me sentindo muito deslocada, mas ao mesmo tempo era incrível ver o poder daqueles 3 caras nas pessoas.
Como é gigantesco o amor dessas meninas por eles e como eles são adoráveis e fazem questão de retribuir, sempre com sorrisos e muitos "thank you" e "obrigado".
Não sei se vocês tem noção do que significa para um fãs receber esse carinho...

Essas questões a parte, foi um show sensacional, que não deve nada para muitos que eu já vi... e digo mais... melhor que shows de rock que eu já fui. Tirando as partes Disney, onde entrava o elenco de Camp Rock (afinal, essa era um turnê Camp Rock e não só Jonas Brothers), o show fez um show de pop rock para ninguém botar defeito. Mostraram que dominam bem suas guitarras e que a banda de apoio, é apenas isso... apoio. Alguns solos são feitos por John Loyd Taylor, guitarrista da banda de apoio e diretor musical da banda, mas apenas porque eles fazem questão da total participação deles, já que estão justos desde o começo... Kevin e Nick fizeram solos tão ou mais elaborados que o de John, não deixando a dúvida de que não são só rostinhos bonitos... são músicos competentes sim!

Você pode não gostar de pop e eu respeito isso, mas os Jonas são músicos de respeito que podem fazer o que quiserem e que a cada álbum mostram um crescimento absurdo.

É, eu tinha vergonha de gostar deles. Não tenho mais. Tenho orgulho de ser fã de Jonas Brothers!

Ano que vem, estarei lá de novo. Podem ter certeza. Ou quem sabe vou para o RJ para ir no show, já que dizem que lá foi melhor (inveja).


PS: O Kevin é o cara! Sério...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

ETs e Zumbis


As duas melhores novas séries da TV..
Ou pelo menos as duas melhores novas séries que eu assisti!


THE EVENT

Desde o fim de Lost, todos procuram um substituto à altura, mas as opções teimam em se revelarem fiascos e promessas vazias, como foi o caso da já finada Flashfoward.
Eis que surge, do marasmo e da falta de criatividade da televisão norte-americana, uma série como The Event. E ao que parece, ao menos em termos de qualidade, finalmente encontramos uma gota de esperança.

Tudo gira em torno de uma raça alienígena, uma conspiração e um misterioso evento que está sendo planejado há anos.
Apesar de pintada como confusa, o primeiro episódio mostra as peças e o segundo já trata de encaixá-las no quebra-cabeça. E assim como cada episódio aumenta o mistério em torno do tal Evento, eles também distribuem pequenas respostas, num ritmo ágil, sem muito tempo para respirar.

Assim como Lost, a série começa em um avião. E assim como Lost, a série faz uso de flashbacks para jogar luz no que acontece no presente. Mas as semelhanças entre as duas séries terminam aí.
The Event também usa a interatividade com o telespectador para prender o interesse do público. Alguns personagens possuem sites e contas no Twitter, onde lançam pequenas pistas sobre os mistérios da série.
Uma pena que isso não tem conseguido segurar a audiência norte-americana, que cai a cada episódio. A primeira temporada está garantida, mas difícil dizer se conseguirá se manter por mais tempo.

Vale a pena dizer que Lost, na época de seu lançamento, era uma série sobre sobreviventes numa ilha. Por isso conseguiu uma audiência tão grande, por disfarçar a complexidade em uma trama aparentemente simples. No momento em que começaram as viagens no tempo e os grandes mistérios, já existia um público fiel, que ainda assim diminuiu bastante ao longo das temporadas.
The Event já surgiu complexa, obrigando seu público a fazer o que não está acostumado: pensar.
Desse jeito, a série pode ter assinado o seu próprio prazo de validade...


THE WALKING DEAD

A série mais esperada por qualquer fã de quadrinhos.
Baseada na sensacional HQ do Robert Kirkman, produzida, escrita e dirigida pelo brilhante Frank Darabont, Walking Dead já havia liberado imagens, teasers, fotos, vídeos e mais um monte de coisas que fizeram a festa dos fãs.
Não tinha como dar errado...

E não deu mesmo!

A série (e a HQ) mostra a já manjada história dos sobreviventes em um mundo tomado por zumbis. Mas como bem aprendeu com os filmes do mestre George Romero, The Walking Dead usa o cenário apocalíptico apenas como pano de fundo para se focar em algo muito mais importante: seus personagens. Tanto o quadrinista Kirkman quanto o diretor Darabont se preocupam muito mais em mostrar o drama de pessoas normais que se encontram em um mundo completamente diferente do que em sustos fáceis e cenas sangrentas e escatalógicas (o que não significa que elas também não existam).
Isso já se prova neste primeiro episódio. Ao invés de sustos, o que você vai encontrar é uma tensão constante, a desconfortante sensação de ter que estar sempre alerta.
Isso já é um grande diferencial que destaca The Walking Dead das bobagens de terror que vemos por aí.

Ainda assim, nem tudo é perfeito.
O episódio peca por alguns diálogos forçados e uma constante enrolação, principalmente no começo. Mas talvez até mesmo essa enrolação seja necessária. A série em quadrinhos é conhecida por passar várias edições no mais puro marasmo até que, sem aviso, acontece algo bombástico. Por isso que a HQ se vende mais pelos seus encadernados que pelos números mensais.
Basta a série definir seu ritmo e acho que isso vai ficar mais equilibrado.
Infelizmente para os fãs de quadrinhos, a série sempre será comparada com a HQ original. Eu pessoalmente senti falta de algumas passagens da história, e em várias outras eu me peguei pensando "hmm, mas isso foi muito melhor nos quadrinhos!"... enfim, papo de nerd chato, mesmo.

A primeira temporada terá 6 episódios. Boatos davam por certo a renovação da série para uma segunda temporada antes mesmo do primeiro episódio passar na TV, mas isso já foi desmentido...
Porém não por muito tempo, se depender do público! The Walking Dead bateu recordes nos EUA na sua noite de estréia, tendo a melhor audiência entre as estréias da TV a cabo do ano e se tornando também um recorde para seu próprio canal, o AMC!

Se conseguir manter o ritmo do primeiro episódio e corrigir suas falhas, The Walking Dead tem tudo para se tornar um novo clássico da televisão.
Vamos torcer, porque pelo que mostrou este primeiro episódio (e pelo que já foi mostrado nos quadrinhos), ela merece muito!

PS: Vale dizer que a Fox, para adequar a série à sua programação, resolveu cortar cerca de 15 MINUTOS do episódio original! Claro que eu não posso chegar aqui e dizer pra vocês baixarem a série ao invés de depender do canal, mas... bem... baixem!!!

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