segunda-feira, 30 de maio de 2011

Patrick F**** Stump


Por Renatinha

Se existe um músico subestimado, esse alguém é o Patrick Stump.

Patrick, para quem não lembra, era o vocalista do Fall Out Boy e sim, fazia toda a diferença na banda.

O problema de ser subestimado começou com o próprio Patrick, que não se achava capaz de sair de trás da bateria (pois é, ele era baterista antes) e assumir os microfones.
Foi graças ao seu amigo e ex-companheiro de banda Pete Wentz que Patrick se descobriu como vocalista.

Sorte deles e sorte nossa.

No meu post sobre FOB, eu já destacava que achava que um dos pontos mais fortes da banda eram os vocais e comentei também que no começo Patrick não sabia usar sua voz da forma correta, e que conforme ele foi aprendendo o que era capaz de fazer a banda foi ficando melhor.

Agora, o Patrick não se subestima mais... ao contrário, sabe do seu valor e quer mostrá-lo para o mundo.

Depois do fim da banda, ele resolveu que a sombra de Pete Wentz o encobriu por tempo demais (isso sou eu que digo e não ele) e que ía lançar um álbum solo.

Solo no sentido bem literal da coisa.
Ele gravou em seu estúdio caseiro, todos os arranjos das músicas do seu EP Truant Wave. Pois é, veja bem você que ele não é só um baterista-vocalista, Patrick Stump é um artista completo.
Porque até a atitude timída no palco mudou e ele ensaia até passos de danças em suas apresentações, isso sem contar os inúmeros vídeos que fazia de suas peripércias em estúdio. Esse trabalho de interagir com o público em seu tempo de FOB ficava nas mãos de Wentz, liberando Patrick para ser mais apagado... Mas agora não tem mais jeito.

*medo começou a tocar FOB no meu shuffle*

Ele enrolou, enrolou e enrolou, mas esse EP saiu e saiu muito bom.
Não tem nenhuma semelhança com nada feito pelo FOB e essa é a parte mais positiva do álbum, outra coisa muito importante é que ele continua descobrindo o quanto consegue fazer com sua voz e tem tirado vantagem disso. Se antes sua voz e a atitude de Pete dividiam o spotlight, agora ela reina no centro das atenções.

E é exatamente Spotlight o nome da principal música de trabalho desse EP. Antes do lançamento ele pediu para que os fãs na sua página de Facebook escolhessem a versão da música que gostavam mais e a escolhida iria ser a lançada.
No canal do moço no Youtube (clica, bocoió!), você pode ver os vídeos dele em estúdo, as versões das músicas e o lindo clipe da versão escolhida de Spotlight.

Mesmo que a mídia e muita gente não dê o valor que o Patrick merece, não seja bobo e pare para escutá-lo.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Toque Dela


Por Brancatelli

Sim, o novo álbum do Marcelo Camelo, Toque Dela, foi lançado há mais de dois meses, e só agora ele aparece por aqui no blog.
Mas confesso, esse foi o tempo que eu precisei para começar a simpatizar com ele.

A primeira música lançada, "Ôô", já tinha se mostrado meio chatinha. Não era necessariamente ruim, mas simplesmente não dava vontade de ouvir de novo, falha fatal em qualquer música. Foi com essa cabeça que eu escutei o CD, no conforto do meu carro, e precisei parar na metade sob risco de dormir ao volante. Saí falando para quem quisesse ouvir que o CD era chatíssimo, um verdadeiro porre.
Dei outra chance alguns dias depois. Algumas músicas já começaram a soar melhor, e dessa vez fui até o final. Foi suportável, mas nada que me impulsionasse a ouvir de novo. E ele voltou ao meu porta-luvas.
A terceira chance foi bem melhor. Percebi algumas músicas bem boas, que inclusive dava vontade de ouvir de novo, e de novo, e de novo. Conseguia encontrar momentos bacanas inclusive nas músicas mais fracas.

E pronto.
Pouco a pouco, fui conquistado.

Não duvido também que essa tenha sido a intenção do músico.
Um álbum que não pede por uma ou duas audições, mas exige um esforço por parte do ouvinte, como já se acostumou qualquer um dos seus fãs, desde a época do Los Hermanos.
Você precisa se afeiçoar às músicas para entende-las e, assim, aceita-las.

Sorte que a banda Hurtmold repete aqui a parceria do primeiro CD, conseguindo elevar mesmo a composição mais simples do Camelo, fazendo cada música ao menos valer a pena pelo instrumental.
Ela é simplesmente perfeita, em todas as 10 faixas.

O mesmo não pode ser dito das 10 faixas em si.
"A Noite" e "Ôô", que abrem o disco, são bem descartáveis. "Pretinha" é daquelas que você precisa aguentar os constrangedores versos iniciais para chegar na parte boa.

Apesar disso, as outras se provam bem bacanas!
"Tudo Que Você Quiser" começa arrastada, e precisa ser ouvida com atenção para poder ser apreciada. "Vermelho" consegue empolgar, e "Meu Amor É Teu" foi uma ótima escolha para fechar o disco, apesar de repetitiva demais. Até "Despedida" consegue aqui uma versão muito melhor que a gravada pela cantora Maria Rita. E tem "Pra Te Acalmar", que poderia estar calmamente no quarto - e último - álbum do Los Hermanos (consigo inclusive imaginar a voz do Rodrigo Amarante cantando a música, se não com os Hermanos, com seu outro projeto, a Orquestra Imperial)).
E Toque Dela apresenta pelo menos duas músicas fantásticas: a deliciosa "Acostumar" e a épica "Três Dias", parceria com André Dahmer, criador das tiras e do site Malvados.

Com um material melhor e principalmente menos cansativo que seu álbum de estréia, Sou, Marcelo Camelo aparece aqui mais solto, mais à vontade, menos melancólico, coisa que inclusive se reflete em sua voz, melhor que nunca.
Deixando de lado as letras estruturadas dos seus velhos tempos, ele parte para a escrita intuitiva, favorecendo os sons das palavras acima do que significam, acertando em alguns momentos e errando em outros.. mas arriscando.
Se o CD anterior tinha o trunfo de algumas músicas já conhecidas, como "Liberdade" e "Santa Chuva", este faz jus ao talento criativo e melódico do compositor.
Sem contar os lindos arranjos de cada música, que por si só já garantem o disco.

Não é o tipo de trabalho que vai mudar a opinião dos que o detestam.
Mas certamente vai manter sua legião de fãs.
Da qual eu, orgulhosamente, faço parte.

Ainda que com algum esforço.

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terça-feira, 10 de maio de 2011

Tempo kd vose/


Por Renatinha

Não tá fácio (vem me corrigir que dou na sua cara!).

Estou me perdendo no mundo das séries.
O trabalho me toma o precioso tempo dedicado às aventuras dos Winchester, à busca da esposa de Ted, à busca pela solução do problema de Tara, à luta pelo trono de Westeros, à cantoria de Glee, à busca pela próxima top model americana e até para rever a história da babá de Flushing com o produtor britânico.

Me sinto deixando meus amigos de lado.
Sinto que Cas deve estar chateado comigo por não estar escutando seus problemas enquanto resolve a guerra no céu.
Aposto que o Barney nunca mais vai me ligar depois de eu ter sumido dessa maneira (ou não né? ou ele vai me achar o par pefeito).

Se eu continuar assim não vou para as Nationals e ainda corro o risco de não poder mais ver o bebê da Charmaine.

Prometo colocar tudo em dia antes que vire mais odiada que Lannister em Winterfell... Até porque essas séries são minha alegria de viver, ninguém quer ficar armagurado feito a CC.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Jeneci no Ibirapuera


Por Brancatelli

Confesso que eu estava com medo do show do Marcelo Jeneci.

Não por duvidar do talento musical dele, nisso ele já tinha se provado com o seu CD, Feito pra Acabar (sobre o qual você pode ler clicando AQUI!)
Mas à medida que o público ia chegando ao show, martelava na minha cabeça que o músico talvez ainda não estivesse preparado para comandar todo aquele monte de gente que lotava as cadeiras do Auditório do Ibirapuera.
Afinal de contas, após fazer papel de músico de apoio por tanto tempo, o "papel principal" ainda era algo novo para o Jeneci, assim como para a cantora Laura Lavieri, que o acompanha em quase todas as músicas do disco.
Será que eles teriam tato para cativar o exigente público paulistano?

O medo durou bem pouco.
Multi-instrumentista nato, alternando guitarra, piano e sanfona, Marcelo Jeneci mostrou que de iniciante ele não tem nada.

Saído de Guaianases direto para a banda de Chico César em 2000, portando uma sanfona dada de presente pelo mestre Dominguinhos, a qual aprendeu a tocar sozinho, Jeneci moldou seu nome compondo com gente como Vanessa da Mata (que inclusive participou de duas músicas do show no Auditório) e Arnaldo Antunes, tendo suas canções em destaque nas novelas da Globo, acumulando respeito e admiração dentro do novo cenário da MPB e se firmando como grande revelação da música nacional.

Tudo isso deu a Jeneci a experiência necessária para tocar com segurança todo seu álbum de estréia, além de composições novas, parcerias que não estão no CD e até uma cover do Roberto Carlos ("Do Outro Lado da Cidade", que ficou ainda melhor que a original do Rei).
Não contente em tocar com perfeição cada uma das músicas que a platéia queria ouvir, o músico ainda se divertia fazendo isso, soltando piadas entre uma música e outra, conversando com a platéia e visivelmente orgulhoso e emocionado em ver o reconhecimento dentro da sua própria cidade.
Sem esquecer a fantástica banda de apoio reunida no palco, que por si só já merecia um post extra por aqui..


Marcelo Jeneci tem o talento se conseguir se comunicar com diversos tipos de público, do mais popular ao mais, digamos assim, "intelectual".
Suas músicas não são simples trabalhos, é fácil encontrar a emoção do artista nelas.. e isso fica claro quando as ouvimos ao vivo, sentindo aquilo que ele sente, percebendo o que cada uma delas significa para seu criador.

E com a humildade de quem ainda está dando seus primeiros passos, ele prova que tem o que é necessário para marcar seu nome para sempre na música popular brasileira.

Com músicas que, com toda certeza, não foram "feitas para acabar".

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