quarta-feira, 29 de abril de 2009

Primoroso Top-5 do Brancatelli - 5ª Posição

Acho que, em uma lista Top 5, a quinta colocação é a mais difícil.
É ela que você modifica, analisa, substitui, risca e acaba nunca satisfazendo completamente.
As 3 primeiras você tem certeza... a quarta você se convence que está no lugar certo... e para a quinta colocação, você acaba percebendo que tem um sem-número de opções.

Com o PRIMOROSO TOP-5 DO BRANCATELLI não foi muito diferente.

Eu estava certo de que teria que falar de novo do The Black Parade, do My Chemical Romance, álbum sobre o qual eu já comentei neste post aqui. Mas escutando o CD para ter certeza se eu teria algo novo para escrever (ou se era só copiar e colar), eu percebi que talvez ele não fosse a escolha ideal para essa lista. Afinal, por melhor que ele seja, provavelmente minha coleção de CDs teria algo mais digno de estar entre os 5 melhores de todos os tempos.
Depois de muito matutar entre coisas como o Pet Souds, do Beach Boys, até o Whatever People Say I Am, That's What I'm Not, do Arctic Monkeys, finalmente eu encontrei aquele álbum que se encaixa como uma luva nesta quinta colocação.
Um álbum que me inspirou demais em fazer música e mesmo em escrever sobre música.
Um álbum que mudou tudo o que veio depois dele.
Um álbum que ditou a moda, a música e o estilo de toda uma geração.
Um álbum que eu escutei tanto que já deveria ter enjoado...
Mas não enjoei.

5ª posição
Libertines – Up The Bracket


Vocês devem estar pensando com um tom maldosamente irônico “ah, vá, o Brancatelli falando sobre Libertines?”... mas poxa vida, o que eu posso fazer?
O álbum de estréia do quarteto britânico tem 12 porradas na cara disfarçadas de músicas. A energia crua das guitarras, o jeito despojado de cantar, as letras diretas e por vezes até poéticas, a produção exata do ex-Clash Mick Jones e a promessa de dois jovens gênios musicais, Carl Barat e Pete Doherty.
O estilo despretensioso da banda acabou incentivando todo um novo movimento brit-pop, e o resto é história.
Faixas como Time For Heroes, Death on the Stairs, Tell the King e a que da nome ao álbum provaram que, apesar do hiato criativo, os ingleses ainda sabiam criar boas músicas.
Cheio de referências musicais e literárias e pintando um retrato contemporâneo da juventude britânica, o Libertines surgiu do nada e criou todo um novo cenário para as bandas inglesas, lançando um álbum onde cada faixa é uma verdadeira aula sobre como fazer boa música.

E o principal:
Foi esse álbum que me fez perceber que... bem...
Qualquer um pode fazer música.
Você pode tocar mal, ser sujo, ser atrapalhado, ser estranho, ser o mais improvável dos compositores... mas o que realmente importa é deixar a música vir de dentro.
É apenas isso que faz a diferença.

Então, pela importância musical atual, pela influência que teve (inclusive em mim) e simplesmente por ser um álbum fodástico... a quinta e mais difícil posição do PRIMOROSO TOP-5 DO BRANCATELLI é do álbum de estréia do Libs!!!

domingo, 26 de abril de 2009

I dreamed a dream.


Sim, ela é a febre do momento (se você não sabe quem ela é está passando tempo de menos na internet ou vendo televisão, mas vou te dar uma colher de chá... tá aqui ó!).
Está todo mundo falando dela e eu não tenho o menor medo de ser mais uma.
Lágrimas me vieram aos olhos quando assistia o video (aliás, esse é um poder que o Britain's got talent tem sobre mim, vira e mexe faz eu chorar e me arrepiar com algumas pessoas que passam por lá) e uma sensação de satisfação enquanto você vê cada rosto passar do deboche para incredulidade.
Alguns já estão dizendo que foi tudo combinado para passar a mensagem de que "imagem não importa", ams não me importa... armado ou não uma lição dessas é SEMPRE bem vinda.

Susan tem 47 anos, mora sozinha com um gato e ostenta uma aparência peculiar, o suficiente para virar piada do público e dos jurados quando pisa no palco dizendo que quer ser cantora profissional.
Todos ali a trataram como se fosse ridículo alguém com tal aparência querer algo assim, mas é só Susan começar a cantar que você sente cada rosto sendo estapeado.
A mais pura prova de que aparência e talento não tem relação nenhuma, ninguém é mais ou menos pelo que se parece.
Agora fico me divertindo com toda imprensa, canais de tv, etc falando dela e dessa lição... Como se não fossem eles mesmos que pregassem essa idiotice de culto a imagem... Como se não fossem eles mesmo que estão mais preocupados se a Britney engordou demais ou emagreceu demais do que se ela canta bem (eu acho que não canta bem, mas aí já opinião pessoal).
Numa terça feira inútil essa semana estava vendo o programa da Sonia Abrão (não tenho tv por assinatura, flw?) e num quadro ela criticava a garota do BBB por estar gordinha e no seguinte falava o quanto era bonita a lição que Susan tinha mostrado ao mundo de como a aparência é irrelevante. Tá, eu sei... quem leva a tia do Chorão Sonia Abrão a sério? Mas é que esse fato foi um retrato do que está acontecendo na mídia nesse caso.

A realidade é que no fundo, no fundo as pessoas que são tocadas de verdade pelo video são as que já pensam assim, que já não acreditam no culto a aparência...já as outras, semana que vem nem lembram quem foi Susan Boyle e continuarão mais preocupadas com o novo corte de cabelo da Madonna. Infelizmente...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Teaser

Tudo bem, eu vou ser bem sincero.
Nos últimos tempos eu tenho tido uma tremenda dificuldade para pensar em assuntos que mereçam ser escritos por aqui (acho que o post onde comparo Paul McCartney e Stan Lee é uma boa prova disso).
Então, a partir da próxima quinta, eu começo uma série de 5 posts que eu chamarei carinhosamente de:


O PRIMOROSO TOP-5 DO BRANCATELLI!!


Sim, a partir do próximo post eu vou listar e comentar os cinco melhores álbuns (pelo menos na minha opinião embasada e extremamente elegante) de todos os tempos.
Quem sabe, assim, eu acumulo assunto para as semanas seguintes.
Senão, na próxima vez estarei comparando Fábio Jr ao Woody Allen, ou Lionel Richie ao Maurício de Souza.
Hmm, taí uma idéia...

Hãããã, de qualquer jeito, nem pensem em perder, a partir da semana que vem, o fantástico, o sensacional, o surpreendente, o inspirador, o coeso, o humilde, o deslumbrante:


O PRIMOROSO TOP-5 DO BRANCATELLI


Isso é, se eu conseguir criar uma lista decente até lá...

sábado, 18 de abril de 2009

Uma frustração.


Eu queria saber escrever músicas, sem brincadeira... uma das coisas que mais me frustra não saber fazer é isso.
Queria saber colocar em uma melodia (feita por mim ou não) tudo o que eu sinto... todas as dores, todos os sabores, toda bobagem que mexa comigo...
Queria pode cantar meu males e poder ver alguém cantando o mesmo. Sabe? Fazer diferença na vida das pessoas como meus ídolos fazem na minha.

Eu amo música, mais do que qualquer coisa na minha vida. Aguento um dia inteiro sem comer ou beber água, contanto que eu tenha comigo música. Exatamente por isso que eu gostaria tanto de saber me expressar através de uma. Mas sou obrigada a me contentar a fazer isso usando a música dos outros.
Há anos a música vem sendo minha melhor amiga, tem estado comigo não importando o que aconteça. Ela de certa forma me escuta, me aconselha e até me dá broncas. Vou tentando viver e entender meus problemas através das letras de pessoas que já se sentiram como eu.
É tão especial a sensação de escutar uma música e sentir que aquela pessoa que escreveu, em algum momento da vida dela soube mesmo que por um minuto como eu me sinto.
Mas imagino que ser a pessoa que escreveu aquilo é mais especial ainda! Ver que aquele seu momento também faz sentido para outro alguém e que de certa forma você o está ajudando a entender, superar ou só desabafar.

Infelizmente não confio em mim nem para fazer uma lista de supermercado, quanto mais para isso.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Doherty Solo

“If you’re still alive
When you’re 25
Shall I kill you
Like you asked me to?
(I really don’t want to…)”



É difícil começar mais um texto sobre o Pete Doherty.
Acho que não tem muito mais que eu possa falar sobre ele e que ainda não foi dito aqui no Two Cold Fingers (e, pra ser sincero, em toda a mídia).

Sim, ele era um dos Libertines.
Sim, ele foi preso por invadir o apartamento do parceiro e melhor amigo Carl Barat.
Sim, ele foi expulso da banda no auge dos seus problemas com drogas.
Sim, ele montou a banda Babyshambles com alguns de seus amigos junkies.
Sim, nessa época ele se afundou ainda mais na heroína e no crack.
Sim, ele geralmente é notícia pelas encrencas que arranja.
Sim, ele é ex da Kate Moss.

Mas ao mesmo tempo, o cara é um músico genial, que causou uma revolução no cenário musical britânico, sendo indiretamente responsável pelo surgimento de bandas como o Arctics Monkeys e praticamente tudo o que veio depois do Libertines.
É engraçado como a maioria das pessoas acaba esquecendo disso.

Seu primeiro álbum solo, Grace/Wastelands, está aí para relembrar os mais esquecidos.

Largando a guitarra e o peso dos seus projetos anteriores, Pete (ou Peter, como aparentemente ele prefere agora) pôde se entregar como nunca à construção de melodias e letras melancólicas, aventurando-se por meio do folk e do jazz.
Desnecessário dizer que suas letras continuam extremamente pessoais, mas cada canção mostra um lado mais introspectivo do músico britânico.
Apenas com um violão e sua voz embriagada, Pete (r) mostra músicas que se aproximam muito mais de seus lados B particulares (do qual fazem parte do álbum duas canções já conhecidas pelos fãs, Arcady e New Love Grows on Trees) que das suas bandas. Participam ainda seus colegas do Babyshambles, o Blur Graham Coxon, a cantora Dot Allison e até o suga-sangue Wolfman.
Os pontos altos provavelmente são o single Last of English Roses, a maravilhosa The Sweet By and By e a leve e discreta Sheepskin Tearaway.

Mas então Grace/Wastlands é um ótimo álbum, Brancatrolhas?
Hmmm, eu não diria isso.

Ao se desfazer do peso punk que marcava suas músicas, Pete (r) se desfaz também do tom divertido das músicas que fizeram seu nome, como Time for Heroes, What Kate Did, Up the Bracket, Fuck Forever e Delivery.
Ao invés de dosar a melancolia, Pete (r) se entrega totalmente à um clima triste e por vezes até deprimido.
Mesmo que tenha ótimas canções, o álbum peca pela... digamos assim... falta de tesão.
O próprio Pete (r) já declarou que um trabalho solo era imposição da gravadora, e de certa forma essa “obrigação” acaba transparecendo em algumas faixas do trabalho. A ausência de momentos mais animados acaba jogando ainda mais luz (ou trevas) nessa sensação.

A esperada estréia solo de Pete Doherty tinha potencial para ser algo sensacional.
Como está, é apenas um disco com ótimas músicas que vale a pena ser ouvido, mas que ao final deixa a sensação de que algo acabou faltando.

Espero que uma possível seqüência desse trabalho traga um pouco mais de boa vontade do sr. Doherty.
De certo modo, não quero associar apenas tristeza ao seu nome.

Para isso, basta abrir um jornal...

sábado, 11 de abril de 2009

Ooh la!


Imagina a seguinte situação: Numa semana você comenta com dois amigos diferentes que de todos os shows que você queria assistir na vida, existe um que vocâ ficaria muito... MUITO feliz se tivesse a oportunidade. Daí na semana seguinte numa noite perdida no msn você recebe a notícia de que a tal banda confirmou show no Brasil.
O que você faz? Morre de emoção né?!

Pois é, então considerem isso um post psicografado... eu morri.

Sempre considerei The Kooks uma das bandas que eu tinha mais vontade de ver ao vivo, sempre mesmo... e desde que eles não foram confirmados em nenhum dos festivais hypes que tiveram nos últimos 2 anos eu tinha desistido de assistí-los em solo tupiniquim.

Agora do NADA, sem mais nem menos... sem aquelas famosas especulações que rodeiam shows, sem papo "vem ou não vem?"... eles aparecem no site do Via Funchal com data confirmada e tudo.

Eu não sei nem o que dizer exatamente, já parei pra pensar num set list ideal, mas se depender de mim eles farão um show de 2 horas... nada contra, acho ótimo... mas provavelmente não terei tanta sorte.

Os boatos dizem que a pista normal custará 140 reais e a pista vip 200... Eu vou me garantir na vip porque quero ficar pertinho enquanto me esgoelo ao som de cada música (sério, não tem uma que eu não vou gostar de ver ao vivo!)...
Se você tem esse dinheirinho sobrando ou gosta de Kooks não perca a chance!

O Brasil não tá me decepcionando no quesito shows em 2009 hein?!

PS: Vou ver o Paul ao vivo... nem to acreditando!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Ensaio (Nerd) Sobre Lendas

Paul McCartney é o Stan Lee da música.

Pensem bem.

Stan Lee é aquele que, nos anos 60, revolucionou as histórias em quadrinhos criando, em parceria com gente do calibre de Jack Kirby, Steve Ditko e Larry Lieber, alguns dos maiores personagens pops de todos os tempos dentro da editora Marvel Comics. Depois de várias brigas internas, cada um foi para seu lado, e embora seus parceiros tenham produzido obras geniais após o fim das parcerias (até mesmo o Larry Lieber tem alguns trabalhos bem divertidos), o que mais se destacou dentre todos foi Stan Lee, tornando-se, ainda em vida, uma lenda dos quadrinhos. E ainda que tenha uma carreira produtiva, ele não se cansa de voltar ao passado e explicar detalhadamente como criou cada uma das suas histórias clássicas em entrevistas. E independente do que tenha feito depois, ele ainda é conhecido principalmente como o criador de heróis eternos como o Homem-Aranha, os X-Men, o Hulk, o Quarteto Fantástico e inúmeros outros.

Paul McCartney é aquele que, nos anos 60, revolucionou o cenário musical criando, em parceria com gente do calibre de John Lennon, George Harrison e Ringo Star, algumas das maiores músicas pops de todos os tempos dentro da banda The Beatles. Depois de várias brigas internas, cada um foi para seu lado, e embora seus parceiros tenham produzido obras geniais após o fim das parcerias (até mesmo o Ringo tem alguns álbuns bem divertidos), o que mais se destacou dentre todos foi Paul MacCartney, tornando-se, ainda em vida, uma lenda da música. E ainda que tenha uma carreira produtiva, ele não se cansa de voltar ao passado e tocas cada uma das suas músicas clássicas em seus shows. E independente do que tenha feito depois, ele ainda é conhecido como o compositor de obras eternas como The Long and Winding Road, Hey Jude, Eleanor Rigby, Yesterday e inúmeras outras.

Ainda que em cenários diferentes, as duas histórias se confundem por conta da genialidade de duas pessoas tão diferentes.
Os dois revolucionaram seus respectivos cenários de uma maneira que influenciou todos (sim, eu disse TODOS) os artistas que vieram depois.
Os dois se mantiveram produtivos, e apesar de alguns sucessos tanto de crítica quanto de público, eles ainda colhem os frutos do passado, são reconhecidos por eles.
E nenhum dos dois parece se importar muito com isso.

Os dois são verdadeiras lendas.



Me perdoem o post nerd de hoje.
Sei que não foi nenhuma constatação genial ou digna de nota...
Mas são essas as coisas que passam pela minha cabeça durante minhas madrugadas em claro.

Resumindo, não culpe o escritor.
Culpe sua insônia.

E um beijo nos pequenos Sheldons e Leonards...


PS: show do Kooks dia 19 de junho? Eu vou!!!

domingo, 5 de abril de 2009

Dando o braço a torcer.


Sim.
Fiquem chocados...
Eu, Renata Vieira, vou falar de Oasis.
E antes que vocês pensem "Ó não... lá vem ela com aquele texto de sempre de que os Gallagher são uns idiotas e isso faz ela gostar menos da banda de sempre.", é... dessa vez estou aqui para falar BEM de Oasis.
Pasmem... eu disse... 'falar BEM de Oasis'.

Eu acho Oasis uma banda muito boa, muito boa mesmo. Antes de conhecer os babacas Gallagher eu era fã da banda... mas aí eu comecei a descobrir o quanto eles era prepotentes.
Todo fã xiita de Oasis discorda de mim, acham que "eles são foda então podem falar mesmo"... e me acham ridícula por achar hoje em dia que a banda perde todo o brilho graças as atitudes deles.
Mas acho que a maioria das pessoas com um mínimo de bom senso concordaria comigo, quem nunca passou pela experiência de olha pra uma pessoa e achá-la linda, mas aí quando você conhece ela tem uma atitudes tão idiotas, é tão convencida que você acaba deixando de achar ela tudo isso.
Bom, mas não foi para falar da prepotência do Oasis que eu vim aqui! :)

Para quem não sabe o Oasis vem para o Brasil com a turnê Dig Out Your Soul em maio desse ano, aliás é a segunda vez que eles vem pra cá.
Da primeira vez que vieram, não me despertaram a menor vontade de vê-los... mas dessa vez estou considerando seriamente a hipótese.
Por que? Se afinal eu tenho tanta raiva deles?
Porque querendo ou não... Oasis é uma banda muito boa. A melhor banda britânica como eles adoram dizer? Não, sinto discordar... Mas uma das melhores com certeza.
Banda de diversos hit, eu duvido que você nunca tenha escutado uma música deles... posso até apostar que pelo menos uma você sabe cantar, nem que seja o refrão.

É por essas e outras que talvez eu dê meu braço a torcer e esteja lá no Anhembi dando dinheiro para os irmãos Gallagher no ia 09/05... nem que eu assista o show de costas.

PS: Eu assumo, sei cantar quase todas as músicas deles.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Menina-Gênio?

Mallu Magalhães? Putz...
Sério que agora, mais de um ano depois da garota ter surgido e meio ano depois dela ter lançado seu álbum de estréia, o Brancatelli resolveu falar o que acha dela?
A garota já apareceu do nada, já fez sucesso, já foi a nova salvação da música brasileira, já teve sua música em comercial na TV, já causou polêmica com sua vida particular, já lançou CD, já lançou DVD, já gravou participações especiais, já gravou clipes, já teve sua imagem super-exposta, já foi no Faustão... e só agora esse garoto resolveu falar dela por aqui?

Sim, é isso mesmo.
O Two Cold Fingers prova que pontualidade é com a gente mesmo e finalmente responde a pergunta:

Afinal, qual é a dessa garota?


É engraçado pensar no fenômeno que essa garota de 16 anos criou.
Em alguns meses ela já viveu o que muita gente não conseguiu em anos de carreira.
Lançada por meio do seu perfil no site de relacionamentos MySpace, ela surpreendeu esnobando o que os jovens da sua idade escutavam e indo na direção mais inusitada (e talvez mais arriscada, também) possível... o folk.
Influenciada por coisas como Bob Dylan e Johny Cash, com letras em um inglês simples e músicas cheias de personalidade, Mallu Magalhães acabou despertando a atenção nacional pela sua precocidade e pelo seu óbvio talento natural.
Adotada pela MTV (sedenta por se mostrar mais "alternativa"), foi impossível alguém ter passado o ano de 2008 sem ter ouvido, lido ou fofocado sobre a garota.

Em outubro ela passou por sua prova de fogo, lançando seu primeiro álbum.
E é sobre ele que eu queria falar por aqui.

Depois de ser lançado apenas para clientes da operadora de celular Vivo, gravado na memória dos seus aparelhos, o disco chegou ao grande público sob a expectativa de consolidar um talento... ou destruir uma carreira ainda mal-iniciada.
Aparentemente, cumpriu-se a primeira hipótese.
Ainda que cansativo em alguns momentos, o álbum tem trunfos como as já pops Tchubaruba e J1, sucessos da sua fase MySpace, além de ótimas composições como Her Day Will Come, Don't You Look Back e a talvez melhor faixa do CD, a surpreendente Vanguart.
Com melodias simples e eficazes, letras bem amarradas (e com forte influência de Marcelo Camelo na faixa em português O Preço da Flor) e personalidade própria, o álbum cumpre bem o seu principal papel - o de apresentar um certo frescor musical num cenário dominado por coisas como... ah, deixa pra lá... prometi pra mim mesmo não ser crítico-chato nesse post.


Sim, ela é uma garota estranha.
Seja pela sua idade, suas respostas monossílabas, seu jeito "indie" de ser ou sua, hããã, lerdeza de espírito (embora eu e a Renatinha tenhamos chegado à conclusão de que tudo isso é milimetricamente calculado por ela), Mallu Magalhães trouxe um certo charme a mais à música. Um charme estranho e exótico mas, ainda assim, um charme a mais.
E, ame ou odeie, uma coisa é certa...

É impossível ficar indiferente.