sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Me dá licença de gostar do que eu quiser?

Sério.
Você acha que querer julgar alguém pelo gosto musical é muito diferente de julgar pela cor da pele ou orientação sexual?
Você acha que é superior porque a banda que você escuta faz riffs de guitarras elaborados? Você acha que todo mundo que não gosta do que você gosta é idiota?
Não preciso nem dizer quem é o idiota aí né?
Eu estou cansada de gente dizendo que a geração atual é patética porque gosta de Justin Bieber. Por que? Eu não gosto dele, mas NADA me dá o direito de classificar como patético alguém que gosta dele. Eu não tenho uma coroa de dona da verdade e nem você!

Não gostar de uma banda é uma questão pessoal. As bandas que você ama hoje já foram classificadas como ridículas por alguém. É, pois é. Um idiota como VOCÊ também já se achou no direito de classificar as bandas e as pessoas de acordo com o gosto pessoal dele.

Isso não vale só para música, vale para QUALQUER coisa.

As pessoas deviam passar menos tempo odiando as coisas e se dedicando ao que amam.
Ou pelo menos deviam passar mais tempo lavando louça.

Aí sim o mundo seria um lugar menos babaca de se viver.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Sobre não ter nada a dizer

Por Brancatelli


Ok, eu confesso..
Eu não consigo pensar em nenhum tema pra este texto.

Não tenho nenhuma introdução bacana que desperte minimamente a sua curiosidade.
Absolutamente nada que possa fazer com que você se interesse o bastante para adiar qualquer outro afazer, ou que te convença de que passar alguns minutos lendo estas palavras é melhor que passar esses mesmos minutos lendo alguma outra coisa. Algo que te faça se perguntar "hmm onde será que ele quer chegar com tudo isso?". E afinal, onde será?
Eu devia escrever alguma coisa inteligente por aqui, mas não consigo.
Queria conseguir atrair sua atenção, mas não sei como.


Também não sei exatamente sobre o que escrever.
Nenhum assunto bom o bastante pra encher essas linhas, nenhuma pauta que consiga render um post interessante, nada que realmente valha a pena.
Rock in Rio? Steve Jobs? Fotos de alguma celebridade pelada? Um filme bom que eu vi no cinema? Ou um filme ruim? Hm, não, nada que me empolgue.
Não existe nada neste exato momento que eu queira falar sobre.


Aqui eu deveria desenvolver o assunto, mostrar o porque de estar escrevendo sobre ele. Mas é impossível.
Como desenvolver a falta de assunto? Como mostrar a você que eu realmente não tenho nada a dizer, nada digno de nota, nada que va mudar a sua vida. Ou a minha própria vida. Nada criativo, nada sequer promissor. Porque é exatamente isso que eu tenho em mãos. Nada.
E pior, este deveria ser o momento mais longo do texto. Aquele em que eu deveria enrolar um pouco, fixar bem tudo o que eu disse, antes de partir para as linhas finais deste post. Mas de novo, se ja é difícil desenvolver a falta de assunto, como esticar ainda mais este assunto (ou a falta dele)??

Talvez criando parágrafos inúteis.

Que só sirvam para encher mais este espaço.

Mas que pareçam importantes, afinal, são parágrafos, independentes do resto do texto. Eles devem significar alguma coisa, o segredo para entender este texto.

Uhhhh, que importantes hã.

O quem sabe eu precise apelar para frases poéticas, com o intuito de preencher o espaço vazio, espaço este que jamais, jamais será preenchido. Espaço que, sob pena de estar sendo piegas demais, ja preenche o vazio do meu próprio ser, ainda que defasado pela ausência de.. de que?
De que?
Que?
?


Neste ponto, eu deveria criar a ponte para o final. Concluir todas as idéias acima, abrindo caminho para a conclusão de tudo o que foi dito.
E de repente até incluindo um pequeno "twist".
Porque talvez o problema maior não seja a falta de assunto, e sim a completa falta de estímulo.
Estímulo para escrever, estímulo para pensar, estímulo para viver.
Talvez o problema não seja a falta de assunto, mas sim a falta de coragem de olhar um espaço em branco. O medo de se perceber completamente sem idéias. O medo de, de repente, perceber que ninguém está lendo essas palavras.
O medo de falhar.


O final pode vir rápido, mas hoje deve demorar um pouco mais.
Criar as frases de efeito perfeitas, aquelas que vão fazer este texto ficar na sua cabeça, as que vão te fazer pensar, mais que qualquer outra linha aí em cima.
Normalmente elas vêm no ritmo do texto, prontas para serem usadas. De qualquer outro jeito, podem soar forçadas.
Mas hoje não. Afinal, como criar um ritmo da falta de assunto, da falta de estímulo, da falta de coragem?

Mas ainda assim, preciso tentar.
Pois é aí que está a coragem.
A coragem em falhar.

Ainda que eu não tenha assunto, ainda que eu não tenha motivos, coragem, estímulo, ritmo, ainda que eu não tenha leitores, linhas, parágrafos, poesia, começo, meio e fim.

Ainda que eu não tenha nada a dizer.


Eu preciso tentar.



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