domingo, 29 de junho de 2008

Um filme contado em músicas...


Ontem eu assisti Juno pela segunda vez. O bom de assistir um filme mais de uma vez é poder dar mais atenção a outros detalhes, aqueles que passaram meio despercebidos... aquela piadinha que você não pegou direito, aquele cara fazendo algo nada a ver no fundo da cena... No caso de Juno, eu acabei prestando atenção na trilha sonora. (Arrá...te peguei...achou que seria um post sobre o filme hein?hein?)

Eu sinceramente nunca dei muita bola para trilhas sonoras, nunca fico prestando muita atenção nelas durante um filme... na verdade, uma vez li uma entrevista (não me lembro de quem, sorry.) em que a pessoa tal dizia que quando o espectador nota muito a trilha sonora durante o filme é porque ela não foi bem feita... significa que você (que a fez) não conseguiu integrá-la direito a história. Ela acaba se destacando mais que o filme em si e não é bem essa a intenção.

Juno traz na sua trilha músicas que têm a mesma fórmula que seus personagens... a primeira vista você estranha, vai se acostumando até parecer que são suas velhas conhecidas e quando menos percebe você se enxerga nelas.
Para mim foi tão surpreendente gostar das músicas quanto do filme. É simplesmente um tipo de música (e filme) que eu não estou muito acostumada a querer ouvir (ver) mais de uma vez.

Umas das principais responsáveis pela escolha da trilha sonora acabou sendo Ellen Page (a atriz que interpreta Juno), num certo momento o diretor lhe perguntou o que ela achava que seu personagem escutava e ela respondeu: Moldy Peaches... Assim que ela colocou uma música para tocar ele achou que eram perfeitas. Logo depois de discutir o assunto com a roteirista, ligou para Kimya Dawson, a parte feminina da banda, e ela lhe enviou algumas coisas de seu trabalho solo. Kimya acabou sendo peça chave da trilha... ela aparece com 5 músicas solo, duas do seu trabalho no Antsy Pants e uma do Moldy Peaches.

As músicas solo de Kimya parecem sair de dentro de Juno, letras profundas, cheias de complexidades e com uma certa acidez cantadas com uma voz quase adolescente transformam a personagem principal do filme em melodia. A ordem das músicas também parece acompanhar o trajeto dos pensamentos de Juno.

Nas 4 músicas de apresentação temos a música de abertura do filme: 'All I want is you' (do Barry Louis Polistar)... que eu já vou avisando, assim que você assistir Juno... nunca mais vai conseguir ouvir essa música sem visualizar uma garota de casaco vermelho carregando uma grande garrafa de suco de laranja andando pela cidade. A segunda é 'Rollercoaster', a primeira música de Kimya que aparece no cd e representa a montanha-russa em que a garota se vê depois de descobrir que está grávida... Depois vem a apresentação do personagem de Michael Cera, Paulie Bleeker, a canção escolhida foi 'A well respected man' do The Kinks, música melhor para falar sobre o personagem viciado em tic tac de laranja não poderia ter. Fechando a apresentação temos Buddy Holly com a declaração de amor em 'Dearest', música poderia muito bem ser do Bleeker para Juno.

O outro responsável pela trilha é Matt Messina, que já tinha trabalhado com o diretor em Obrigado por fumar, ele acrescentou alguns elementos ás músicas de Kimya e compôs uma música para o cd: 'Up the spout'. Uma melodia curta, que parece representar um momento de reflexão da personagem... Uma transição...
Enquanto as 4 primeiras músicas apresentam os personagens e a situação, as que tem após a música de Matt desenvolvem a história.

No desenvolvimento musical da história temos, além das músicas de Kimya...

Sonic Youth com uma versão de uma música do Carpenters: Superstar. A música é citada no filme por Mark (futuro pai adotivo do filho de Juno). Então a música vem no cd ilustrar o relacionamento dos dois, que acabam criando um laço forte na história.

Temos os FOFOS do Belle & Sebastian com duas músicas: 'Piazza, New York Catcher' e 'Expatations'. Na primeira eles propõem uma fuga... que é justo o que Juno precisa para se 'livrar' de seu problema e acaba encontrando na adoção essa 'fuga'. Na segunda basicamente fala sobre situações conturbadas na escola, como as que a garota enfrenta ao desfilar com seu barrigão pelos corredores...

"All the young dudes' do Mott the Hoople fala sobre...ahn...All the young dudes? É só um retrato desses caras jovens, dessa galerinha jovem sabe? (desce uma rodada de suco ae pra galera!)

Cat Power, que entrou na trilha como indicação da Ellen Page também mas teve um pouco de relutância do diretor do filme. A declaração parece caber no momento em que Juno descobre que vê Bleeker como mais que um amigo...

Antsy Pants aparece pela primeira vez no cd com 'Tree Huger', a letra fala sobre sempre querer ser algo diferente, mas com uma inocência e delicadeza. Um pensamento que qualquer adolescente normal já teve...

Seguindo vem o Velvet Underground com 'I'm sticking with you', que pra mim ilustra perfeitamente o momento de Juno e Bleeker no hospital... onde ele a abraça como se dissesse "I'm sticking with you..."

Finalmente temos o Moldy Peaches e a música escolhida foi "Anyone else but you' e é o tema do casal Juno e Bleeker, uma letra sem declarações melosas e ao mesmo tempo extremamente romântica... assim como os dois. Não tem como não se apaixonar pelos dois, pela música e pelo Michael Cera...

A outra do Antsy Pants é a 'Vampire', que tem uma sonoridade completamente infantil, no filme ela aparece só nos créditos... tenho a impressão que ela vem com a mensagem de que por mais coisas que ela tenha passado, por mais afiada que seja sua língua e por mais despreocupada que ela goste de parecer, Juno não passa de uma criança.

O cd fecha com chave de ouro trazendo a versão feita pelos personagens da música do Moldy Peaches, que é adoráááááável!!


Concorde, discorde, ignore, xingue (lembre-se que xingar a mãe não vale!)... O importante é que gostando de Juno ou não, você deve gastar uns minutinhos apreciando sua trilha sonora.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Móveis o quê??? Da onde???

A noite não parecia das mais promissoras.

Em primeiro lugar, a cerveja do Coppola Music é MAIS que 5 reais. Depois, a primeira banda da noite (que eu prefiro não citar o nome) empolgou um pouco apenas numa versão xinfrim de O Vencedor, e passou o resto do show escutando o público gritando "toca Pierrot!!!". Somando isso ao fato de eu não ter comido nada o dia todo e de termos ficado mais de duas horas e meia de pé em um frio bizonhamente doloroso, esperando as portas do Coppola se abrirem 2 horas depois do horário anunciado no ingresso... bem, nós não estavamos muito felizes.
Tudo bem, podem me chamar de chato, de cri-cri, de sem-graça...
"Ah, mas esse Brancatelli é muito fresco, jesuis!"...

Mas tudo isso é só pra mostrar a surpresa que eu tive no segundo e principal show da noite.

Eis que surgem no palco 9 caras...
Sim, eu disse 9 CARAS... em um palco até humilde.
Tocando uma mistura de rock, ska, samba, funk, salsa... com os 9 malucos que formavam a banda Móveis Coloniais de Acaju dançando e correndo pelo palco como se estivessem possuídos pelo ritmo.
E eu estava lá embaixo, olhando aquele caos generalizados, e me sentindo completamente contagiado por tudo aquilo.
Apesar do pequeno espaço e da música cheia de metais e outras coisas que devem entrar de maneira sincronizadíssima (são dois sax, uma flauta, um teclado, uma guitarra, uma bateria, um baixo, um trombone e um vocalista), eles não tocavam parados, limitados cada um ao seu quadrado. O palco era de todos, numa confusão que contrastava com a música perfeitamente executada.
E que música! Seja indo de Los Hermanos (Do Mesmo Ar) a Ray Charles (Swing Hum e Meio) ou de Froid (Seria o Rolex) a Kafka (Gregório), a banda conseguia NÃO se perder no meio de tantas influências, criando letras inteligentes e bem-humoradas unidas com ritmos divertidos e empolgantes.
E a felicidade deles enquanto tocavam... impressionante como é perceptível quando essa "felicidade" é mecânica e quando ela é sincera. E a sinceridade do Móveis é algo quase palpável, seja na felicidade em tocar em um palco minúsculo mesmo depois de já ter tocado em festivais prestigiados ao lado de bandas como Weezer, Ultrage a Rigor, Magic Numbers e outras, seja no amor que sentem pelas suas músicas que eles já vêm tocando incansávelmente desde 1998, ainda que tenham lançado apenas em 2005 seu único CD (chamado Idem) e que teve, em seus primeiros 10 dias, 2 mil cópias vendidas, ou seja na interação com seu público. Como disse minha amiga Renatinha, uma das melhores coisas do show era o sorriso do vocalista André Gonzáles.

Saindo do Coppola naquela madrugada congelante, cansado, com fome e tendo gasto 20 reais em duas míseras cervejas, eu só conseguia me sentir extremamente satisfeito.
Satisfeito por ter assistido um show sensacional.
Satisfeito por ter gasto meus últimos 15 reais no CD do Móveis Coloniais de Acaju.
Satisfeito por ter um assunto bem bacana sobre o qual escrever aqui no Two Cold Fingers.
Mas principalmente satisfeito por lembrar que existem sim bandas que não tocam com a cabeça no dinheiro, e sim com a música no coração.

No meu post anterior, a minha amiga Mary West comentou que anda realmente sem vontade de conhecer bandas nacionais.
Nesse aqui, eu peço encarecidamente que ela encontre essa força de vontade.

Porque tem muita coisa boa que merece uma chance, e o principal vilão da música popular brasileira de qualidade é o próprio público brasileiro...

domingo, 22 de junho de 2008

O ano em que a Renatinha faliu.

Vou começar me desculpando pela ausência do meu post na segunda passada, é que a rede foi desligada no meu bairro e eu fiquei sem telefone e internet por 3 dias. (Só Deus sabe o quanto isso me mata...!) O post é o mesmo que eu publicaria na semana passada, com algumas alterações devido a algumas notícias no decorrer da semana! Espero que entendam e me perdoem! =)




Sério...acho que vou ter um treco antes do fim do ano com tantos boatos de bandas fodas vindo pra cá...!E estou tentada acreditar na maioria delas desde que ficaram comentando mil anos sobre a vinda do Muse e aí está...confirmado! Em julho os fãs de Muse terão oportunidade de ver a banda que é considerada uma das melhores ao vivo.


Falando em bandas boas ao vivo, no blog da Ilustrada saiu uma matéria falando de um novo festival que terá em São Paulo, em setembro, o Orloff Five...que vai trazer ninguém mais, ninguém menos que meu querido Hives... (Já consigo me imaginar gritando a plenos pulmões “Whyyyyyy me?” em ‘Main Offender’), e também as bandas Melvins (EUA), Plasticines (França), Vanguart (Brasil) e o DJ Tittsworth (EUA). As bandas já estão confirmadas, então seus fãs podem comemorar. Segundo site da Globo as vendas para os show de São Paulo começam essa segunda. Os preços são R$ 100,00 / R$ 120,00 / R$ 150,00.

Franz Ferdinand parece ser presença quase confirmada no TIM, já que a data que eles estarão no Chile bate com a do evento, e a banda já tocou aqui em parece ter gostado muito. Para o mesmo evento temos a confirmação de Gogol Bordello e os boatos de Amy Winehouse e Beirut. Acredito que o festival que ano passado trouxe atrações absurdamente fodas (ainda suspiro lembrando do show do Arctic Monkeys...) não vai me decepcionar esse ano na questão atrações... Sem contar o boato de que vem o MGMT, que é uma das minhas novas paixões...

Pro Festival Indie Rock saíram alguns nomes que até onde tenho informações estão praticamente confirmados: Broken Social Scene, The Futureheads e Vampire Weekend. (Futureheads confirmadissimo no sites oficial deles... e as outras bandas com datas vagas no período do festival...). Sinceramente não conheço muito as duas primeiras mas digo que Vampire vale a pena viu?! Com um som bem diferente e divertido eles vem tomando conta da cabeça dos britânicos, estão nas paradas e em toda edição da NME alguma coisa sobre eles é mencionada...tem gente que diz que é muito hype pra pouca banda...mas sinceramente, recomendo.

Daí ainda temos o Planeta Terra... que corre na boca pequena... Kaiser Chiefs praticamente confirmado e Kooks com muitas possibilidades de dar as caras... que eu realmente espero que seja verdade (ambas as bandas). Sabemos que entra as atrações nacionais temos o fenômeno Mallu Magallhães, com seu folk meiguinho e Marcelo Camelo (do Los Hemanos) com seu cd solo.

Estou adorando esses festivais que estão rolando no Brasil, mais legal ainda surgirem mais... Daí rola uma competição...um querendo trazer bandas mais legais que o outro, um querendo fazer a organização melhor que o outro (espero que o TIM melhore esse ano, a organização ano passado era RIDÍCULA! Enquando dizem que o Terra chutou bundas nesse quesito...). Sem contar que tô me sentindo na Europa né?! Com aquele bando de festival, bando de banda foda, sorte que a aqui não precisamos ficar de galocha na lama durante os shows...

[Todos os nomes de bandas são links do myspace das mesmas, eu não ia deixar vocês na mão não é mesmo?!]

PS: Oi, alguém sabe de compradores do mercado negro de orgãos? Eu definitivamente precisarei vender todos os meus pra ir em todos esses shows...!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Senhor D e a Independência!!!


"Adormeci te esperando
Junto dos animais
Que me consolam como amantes..."

- Daniel Belleza -



No fim de semana passado, eu fui assistir talvez pela quinta vez ao Ecos Falsos (banda da qual estamos devendo um post por aqui faz tempo...) no clube Outs.
Depois de tantos shows, vc pensa que não nada mais pode te surpreender... o mesmo show, as mesmas músicas, talvez uma ou outra surpresa, como já é costume do Ecos... mas ainda assim, nenhuma graaaaande surpresa.
Isso, claro, até ver qual era a outra atração da noite...

De repente, eis que surge no palco quatro sujeitos estranhos, sendo que o vocalista era um careca que recitava de forma extremamente afetada a letra (auto-depreciativa) da primeira música, nos intervalos entre guitarras distorcidas e baterias nervosas. A apresentação performatica, o som pesado... era tudo muito, muito contagiante. Mesmo ligeiramente bêbado e com pouco conhecimento musical, era fácil reconhecer aquele cara, apesar de eu nunca ter escutado uma única música sua. O nome da banda vinha como que por reflexo:

Daniel Belleza e os Corações em Fúria.

Cara, fazia tempo que eu não era pego assim de surpresa por um show!
Eles eram aquela banda que eu sempre ouvia falar, mas nunca me interessei em conhecer... mas de repente, como se eu já tivesse escutado todas aquelas músicas, eu me peguei pulando e cantando o refrão de uma música qualquer.
Para realmente passar a conhecer aquelas músicas, comprei o CD recém-lançado deles (o segundo da carreira, como me informava o simpático moço da banquinha de CDs e camisetas, enquanto me fazia uma promoção de "dois por um" - acabei pegando o CD do Los Piratas, de quebra.) e, quando eu menos percebi, já estava adorando aquelas músicas fáceis e deliciosamente despretenciosas.

Seja a sensacional Desde Que Inventaram a Culpa ou a pseudo-romântica Fetichismo (que ao mesmo tempo que afirma "eu te adoro e te espero até a morte" também diz "malhei meu travesseiro que está cansado de saber que eu te amo" e "a minha calça não aguenta".), passando também pelas divertidas e inteligentes Cosmético Poema e A Fábrica ou pela porrada Senhor D... é um album que, mesmo que não seja a melhor coisa que você já ouviu, te faz entender um pouco melhor do verdadeiro objetivo da música: o de divertir!

Uma letra não precisa ser nenhum primor, e uma melodia não precisa ser a mais original para uma música ser boa. Músicas como Adormeci te Esperando, inclusive, estão lá para mostrar que a banda não pretende ser levada tão a sério. O mais importante, no fundo, é perceber que aquelas pessoas que estão soando no seu fone de ouvido estão se divertindo tanto quanto você. E o que transparesse é que tanto o Daniel Belleza quanto seus "Corações em Fúria" estão se divertindo a beça!!!

Como em uma revelação, escutar este CD me abriu os olhos.
As bandas independentes não estão aí de enfeite.
Elas querem ser escutadas!
Elas PRECISAM ser escutadas...

Do mesmo cenário do qual fazem parte coisas como Daniel Belleza, Ecos Falsos, Lafusa, Charme Chulo, Jupiter Maçã, Rock Rocket e Zefirina Bomba já lançou bandas que agora fazem um considerável sucesso, como Cachorro Grande, Pitty, MopTop, Forgotten Boys e mais uma pá de bandas que saíram da cena independente.
Ninguém começa já fazendo sucesso, e é na música independente e alternativa que a gente encontra coisa boa - entre acertos e erros, claro!
O importante é ir atrás.

Espero que muitos outros shows como o do último sábado venham, seja com bandas conhecidas, seja com ilustres desconhecidas.
Quem ganha nisso tudo é o público.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Todo Carnaval Tem Seu Fim...

Como uma banda pode mudar tanto em apenas 10 anos?

Eles começaram com a proposta de um hardcore mais poético, mais romântico e melódico...
Acabaram misturando à fórmula batidas inspiradas no ska e no rock...
Acabaram virando uma banda pop, na trilha de um sucesso maior do que qualquer um poderia imaginar...
Depois abraçaram o carnaval, a melancolia, o refinamento...
Juntaram tudo isso ao samba...
E terminaram bossa-nova.

Pode um grupo musical que já sentiu o gosto de estar no auge do sucesso arriscar tanto e sempre soar diferente?
Pode um grupo de hardcore tranformar-se em bossa nova em uma década?
Pode um grupo tão indeciso influenciar todo um cenária musical?
Pode essa mesma banda ter o respeito e o prestígio praticamente unânime da crítica especializada?
E o principal: pode essa mesma banda ter uma base de fãs antes apenas vista em fenômenos como o Legião Urbana?

A resposta à essa pergunta está na ponta das afiadas línguas de Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Bruno Medina e Rodrigo Barba.

Num intervalo de apenas dois anos, eles gravaram duas demos, tocaram no festival independente carioca Superdemos e foram a grande revelação do Abril Pro Rock, assinando com a gravadora Abril Music e lançando o album homônimo em 1999.
Com guitarras distorcidas, uma bateria pesada, um baixo suingado, um teclado melódico e letras românticas, aquela banda era bem diferente de qualquer coisa já vista no Brasil.

Pronto.
Estava feito.
O grande público finalmente conhecia o Los Hermanos.

Com o sucesso bizonhamente grande de Anna Julia (gravada mais tarde pelo ex-beatle e lenda da música George Harrison) jogou a banda carioca às alturas. Também fez a gravadora esquecer os ritmos pesados que davam cara à banda e tacou a balada Primavera como segundo single.
A música capturou ainda mais fãs, mas afugentou outros que se sentiam traidos. Afinal, quem aquele bando de manés acha que é para sair do cenário hardcore underground e tentar fazer sucesso com músicas pops?
O terceiro single foi a pesada Quem Sabe, mas aí o mal já estava feito.
As músicas mais pesadas foram relegadas ao segundo plano... o público queria que eles tocassem apenas Anna Júlia, Primavera... Anna Julia, Primavera... e mais Anna Julia, mais Primavera...
Logo, até os fãs mais devotos já estavam cheios de tanta Anna Julia e tanta Primavera.

Assim como a banda.

Em 2001, sem o baixista Patrick Lapran (que saiu da banda por "divergências musicais"), a banda bateu de frente com a gravadora e lançou o Bloco do Eu Sozinho.
Um album com quase nada em comum com seu antecessor... mais arrastado, mais melancólico, com direito à uma crítica bem aberta ao mercado musical na genial letra de Cadê Teu Suin- e sem nenhum hit radiofônico.
Além disso, a banda tomou para si a responsabilidade de escolher o primeiro single, para não correr o risco da gravadora novamente tentar mudar a cara da banda.
Mas o público recebeu de braços cruzados a música Todo Carnaval Tem Seu Fim. Somando isso ao fato da gravadora se recusar a fazer uma publicidade decente ao novo trabalho, os Hermanos mal tiveram suas músicas tocadas na rádio. Seus shows esvaziaram tão logo começou a turnê, restando apenas alguns fãs mais fiéis que sabiam que a banda era muito mais que uma música de sucesso.

E quando vc não tem mais a publicidade necessária, o que resta é o velho boca-a-boca...
O que nesse caso foi melhor do que qualquer campanha de marketing!

Como se começasse tudo de novo, o Los Hermanos acabou criando uma base de fãs pequena... mas muito forte, que acompanhava a banda aonde ela fosse. Essa base foi aumentando cada vez mais, principalmente devido às ótimas críticas que o album vinha recebendo, saudando Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante como os grandes novos nomes da música popular brasileira.
Depois de uma aclamada apresentação no Fordsupermodels e no programa Luau, ambos transmitidos pela MTV, a banda se sentia pronta para o próximo passo.
O Los Hermanos era mais uma vez saudada como a grande surpresa no mercado nacional.
E dessa vez eles não iriam jogar essa oportunidade fora.

Com o fim do selo Abril Music, a banda migrou para a BMG e lançou o album Ventura.
Tido como uma continuação direta do Bloco, com um misto de rock e samba, o Ventura convenceu aqueles que ainda não acreditavam no talento da banda. Principalmente as rádios, que se renderam aos singles Cara Estranho e O Vencedor.
O album, além das vendas respeitáveis, ainda rendeu o DVD "Ao Vivo no Cine Íris".
A massa de fãs crescia cada vez mais, seja pelas músicas tocadas na rádio, seja pelos shows sempre memoráveis feitos pela banda.

Em 2005 chega às lojas o CD "4", onde a banda conseguiu se reiventar novamente.
Mantendo ainda alguns bons rocks, principalmente na figura de Rodrigo Amarante, a banda se rendeu definitivamente à bossa nova, na voz de Marcelo Camelo. Dividindo os fãs que gostavam do banquinho e violão de Sapato Novo e os fãs que preferiam a muralha sonora distorcida de Condicional, o album não passou despercebido, seja nas rádios (com o single O Vento), seja nas lojas (sempre entre os mais vendidos).
Mais do que qualquer coisa, o "4" mostrava que o caminho da banda era incerto.

Mas ninguém esperava pelo real futuro.

Em 2007, 10 anos depois de seu início, o Los Hermanos anunciou aos fãs um hiato indefinido.
O comunicado, divulgado no site da banda, caiu como uma bomba.
Diante da indecisão dos integrantes da banda, só havia uma coisa que os fãs podiam fazer:

Esperar.

E claro, criar boatos.
Foi muito dito que era o fim definitivo da banda, que havia acontecido um racha entre Camelo e Amarante...
Tudo foi, claro, devidamente negado pela banda, que insistia em dizer que não faziam idéia do que aconteceria, e que esse é o significado de "hiato inderteminado".

Surgiram os projetos paralelos.

Rodrigo Amarante lançou o CD "Carnaval Só Ano Que Vem", com a Orquestra Imperial, além de compor e fazer participações especiais no trabalho de vários artistas.

Marcelo Camelo participou do Acústico Sandy e Jr. Atualmente ele prepara o lançamento do seu trabalho solo (que deverá sair entre agosto e setembro), do qual duas músicas foram colocadas no MySpace do músico, mostrando o album voltado para o "banquinho e violão", como já era de se esperar.

Rodrigo Barba participou de várias bandas nesse meio tempo, como o Canastra e o Latuya, além de dar aulas de bateria.

Bruno Medina escreve para seu blog Instante Posterior, acompanha a cantora Adriana Calcanhoto em sua turnê e prepara um programa de televisão que planeja mostrar várias etapas da construção de uma canção, unindo artistas diversos que não se encontrarão na concepção da música.


Segundo as palavras de Rodrigo Amarante: “Agora o Marcelo vai lançar disco solo, então vamos esperar mais um tempinho. A gente vai voltar alguma hora, com certeza, só não sei quando”.
Bruno Medina faz coro: "Está acontecendo exatamente o que haviamos dito que ia acontecer. Algumas idéias só surgem ou se desenvolvem quando possuem espaço para tal. Acho que quando voltarmos será com certeza de um jeito diferente, e isso é a melhor coisa que pode acontecer para a banda. A renovação, em qualquer aspecto, é um processo saudável que deveria ser sempre bem-vindo. Acredito que boa parte dos nossos fãs entendeu que esse hiato será positivo. É a palavra 'indefinido' que assusta as pessoas”

Goste ou não, o Los Hermanos influenciou boa parte das bandas que surgiram depois de 1997, criou padrões a serem seguidos e mudou a cara da música brasileira.
Elevados ao patamar de "gênios musicais", eles souberam olhar o mundo sempre de baixo pra cima, com a humildade de quem está começando.
Talvez esse "hiato indefinido" seja o fim do grupo... ou talvez seja apenas um hiato indefinido.
Seja o que for, o Los Hermanos já escreveu seu nome na longa história da MPB.
Seja ganhando ou perdendo algumas batalhas, eles souberam arriscar.

Afinal, como já disse o próprio Marcelo Camelo...
Quem sempre quer a vitória perde a glória de chorar.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Ritmo Quente



Você é daqueles que odeia carnaval porque só tem gente pelada e putaria? Você acha desfile um saco, porque demora horrores?

Você já tentou observar direito o Carnaval? Já se deu ao trabalho (se é que podemos chamar de trabalho) de ir ao sambódromo ver de perto um desfile?

Eu já. Eu posso dizer que não me arrependo nem por um minuto! Foi uma das coisas mais lindas que já vi.


A batucada entrou na minha vida quando entrei na faculdade, grande parcela dos meus amigos entrou para a bateria da faculdade e eu me divertia indo nos meus sábados pós-aula os ver ensaiar no vão do Masp... Eu já achava divertido ver aquela bateria tocar, não sei explicar o motivo... nunca me interessei por nada disso antes. Vieram os jogos universitários no segundo ano e eu me apaixonei pela bateria da faculdade de vez, o ritmo completamente contagiante e que botava todo mundo pra pular e se esgoelar torcendo pelos times (péssimos) da faculdade.

Alguns dos meus amigos viraram freqüentadores de escola de samba, mais especificamente da Mocidade (que é a escola que toca com a nossa bateria) e eu fui convencida a ir à quadra num determinado domingo.


Domingo que me mudou. Domingo que botou abaixo alguns dos meus preconceitos musicais. Domingo que meu coração bateu no ritmo da batucada.


Foi divertidíssimo, ouvir uma bateria de escola de samba tocando pertinho de você é uma das coisas mais emocionantes que já passei. Ver todas as pessoas da comunidade ali na quadra, pessoas que fazem daquela escola sua razão de viver. Um momento único pra mim. Só que eu não sabia que passaria por emoções maiores...

Veio o carnaval seguinte e meus amigos sambistas me convidaram pra ir assistir os desfiles ao vivo, sem pensar duas vezes, eu topei. Alguns fins de semana antes, eles me levaram num ensaio técnico e eu... “desfilei” pela escola! Foi tão maravilhoso passar por aquela avenida cantando o samba, ali pertinho da bateria... Uma emoção que eu tenho certeza que não agüentaria se fosse pra valer.. .se eu olhasse em volta e visse as arquibancadas lotadas...

Lá fui eu no dia dos desfiles oficiais, achando que ia dormir durante as escolas, porque tipo...quando é na tv... na segunda eu já capotei no sofá. Mas lá...Não dá! Impossível... Você fica atordoado por cada detalhe dos carros, pelas fantasias, embasbacado pelo mestre sala e pela porta-bandeira... Claro, existem escolas maravilhosas e outras nem tanto...mas isso é normal em qualquer coisa.

E quando a bateria passa por você, e mais que isso... Faz suas manobras mirabolantes...tocando aquele ritmo que faz seu coração disparar de emoção... é lindo. Você sente orgulho do carnaval...!


Se você está aí achando que carnaval é só bunda e peito, olhe bem... veja que o carnaval é uma festa linda, que sim...tem bunda e peito, mas também tem muito amor e suor daqueles que fazem daquilo sua paixão! Tem muito trabalho pra criar um desfile que dê orgulho aos participantes da escola, tem muito ensaio de bateria, tem muita técnica...

Dê uma chance pra batucada, você não vai se arrepender...!


E olha que isso é só uma opinião de uma garota que viu tudo de fora, que não sabe o que é amar uma escola e que não sabe nem tocar um tamborim! (acredite, eu tentei...)

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Review - Red Album, do Weezer


"8 das 10 faixas do próximo CD do Weezer vazaram na Internet nos últimos dias. Eu queria escrever nesse post minhas primeiras impressões, mas vou deixar para falar sobre isso no dia 3 de junho, quando o "Red Album" for devidamente lançado. Basta dizer que... bem... é um Weezer BEM diferente do que estamos acostumados a ouvir... E, na minha opinião, isso é simplesmente ÓTIMO! Estou orgulhoso deles..."

Eu escrevi esse trecho algumas semanas atrás.
Na época, eu tinha escutado as 8 músicas umas duas ou três vezes.
O disco foi lançado alguns dias atrás... isso é, além das 8 músicas vazadas, ainda tivemos a chance de escutar duas músicas "oficiais" e outras 4 lançadas na versão Delux do CD.
E agora que eu já escutei as músicas alguns milhões de vezes, acho que já estou pronto pra escrever um review honesto e imparcial...
E é com toda essa honestidade que eu me sinto capaz de dizer:

Esse é o album que eu esperava desde o longínquo Pinkerton!!!!!

É fácil perceber agora que o razoável Green Album, o péssimo Maladroit e até o bom Make Belive eram apenas brincadeiras perto da qualidade desse Red Album. Ainda que cada disco tivesse sua cota de "clássicos" (Hash Pipe, Keep Fishing, Perfect Situation...), o sexto album da banda é um passo adiante de todos esses.

- O album abre com Troublemaker, animada e extremamente bem-humorada , com um vocal perfeito do Rivers Cuomo na pele de um rock-star prepotente e egocentrico! A música tinha sido a escolhida para ser o primeiro single do novo CD, mas a banda preferiu deixa-la como faixa de abertura.
- A "prepotência" continua na faixa seguinte, devidamente chamada The Greatest Man That Ever Lived. A música, de quase 6 minutos, só pode ser definida com uma palavra: Épica! Parece que a cada 30 segundos a música ganha um andamento diferente, indo desde um gangsta-rap até um coral a capela no melhor estilo Beach Boys (contei 10 estilos diferentes). É sério, só conseguirá entender este parágrafo quem escutar a música. Algo que eu nunca imaginaria escutar na voz do senhor Cuomo. A letra perde um pouco do sarcasmo da faixa anterior e ganha mais crítica. Um Weezer crítico? Exatamente, como prova a próxima música...
- Pork and Beans é o primeiro single e também a terceira faixa do CD. Acho que tudo o que eu podia falar já foi falado nesse post aqui - http://twocoldfingers.blogspot.com/2008/04/volta-dos-nerds.html - mas preciso dizer outra coisa... meu Deus, essa música é perfeita!!! Rivers Cuomo abandona o personagem convencido das canções anteriores e cria um retrato sincero da industria musical de hoje. O resultado é uma crítica bem divertida aos produtores e às gravadoras que tentam moldar o artista até criar a imagem mais comercial possivel.
- Em seguida vem Heart Songs, onde Rivers canta como se estivesse refletindo sobre tudo o que formou o músico que ele é hoje. Desde suas influências até a gravação do primeiro album... e passando por uma homenagem ao Nevermind, do Nirvana, provando o quanto a banda grunge foi importante para o surgimento do Weezer. A melodia é bem simples, mas de uma beleza discreta que, quando notada, torna esta uma das melhores baladas já criadas pelo grupo. Vejo essa canção como uma continuação direta da música In The Garage, do primeiro album da banda.
- Muita gente disse que a quinta faixa, Everybody Get Dangerous, é uma tentativa do Weezer de ser um Red Hot Chili Peppers. Eu juro que não entendi essa afirmação. É uma música divertida, engraçada, que não foi feita para ser levada a sério (apesar do final humoristico-filosófico). Foi criada para o filme Quebrando a Banca, mas não foi incluida na trilha sonora. Lembra muito uma fase mais despretensiosa da banda, assim como a próxima música...
- Dreamin tem uma letra ingênua, como se fosse uma criança refletindo sobre a vida. A melodia já não segue esse caminho, principalmente a partir do momento que a voz do baixista Scott Shriner aparece na música, em sua parte mais calma. Na minha opinião, a melhor do CD!!!
- Though I Know é cantada pelo guitarrista Brian Bell (a música foi escrita por ele para seu projeto paralelo, o The Relationchip). É divertida, mas nada surpreendente...
- Assim como Cold Dark World, cantada por Scott Shriner. A música não decola em nenhum momento, a letra em certos momentos não encaixa muito bem na música... não é uma canção ruim, mas quebra demais o ritmo do album.
- A nona faixa é Automatic, simpática mas cansativa, cantada pelo baterista Pat Wilson. Mesmo assim, tem alguns riffs bacanas de guitarra e levantam o astral depois do desanimo causado pela música anterior.
- A última música do CD, como é de costume do Weezer, é uma balada. Mas ainda assim, é uma balada totalmente diferente de qualquer balada já criada pela banda. Ela começa extretamente calma e leve, apoiando-se durante boa parte de sua duração em uma mesma melodia, meio arrastada... mas acompanhada sempre por um "crescente" instrumental, que culmina em uma distorção final e um peso inimaginavel no começo da música.

- E chegamos à primeira faixa-bônus, e... meu Deus, que música é essa??? Sem nenhum exagero, uma das melhores músicas do Weezer que eu já escutei na vida!!! É sério!!! Uma das letras mais inspiradas, românticas e divertidas já escritas por Rivers Cuomo!!! Uma das melodias mais intensas, ricas e pegajosas já tocadas pela banda!!! Merecia estar num lugar de destaque no CD oficial, e não em um disco que só os mais afortunados financeiramente poderão comprar!!! Uma música que merece todos os pontos de exclamação escritos aqui neste parágrafo!!!!!!!!!
- Agora só me expliquem uma coisa: como alguém consegue criar uma música tocante sobre... UM PORCO? A segunda faixa-bônus é exatamente sobre isso. A vida de um porco, dos tempos que ele brincava com seus amiguinhos na lama até seu leito de morte. E a música é boa! É muito boa!!
- Quanto à próxima faixa-bônus, The Spider... eu confesso, achei meio entediante. Mas não escutei muito essa música, então talvez eu apenas precise de mais tempo.
- O bônus da versão Deluxe fecha com a canção King, cantada de novo por Scott Shriner. Ela parece meio chatinha no começo, mas me pegou de jeito a partir da sua metade. E posso dizer que é sim uma ótima música! Fecha com chave de ouro essa versão do Red Album.

Eles amadureceram!
De 1994 pra cá, o Weezer criou uma máxima entre seus fãs:
Até mesmo quando o Weezer é ruim, ele é bom!
Depois de provar o rock de garagem no Blue Album, um album mais pessoal em Pinkerton, o pop simples no Green Album, o heavy metal no Maladroit e uma "volta às origens" no Make Belive, o Weezer agora se mostra uma banda mais complexa e completa, unindo tudo aquilo que aprendeu depois de 17 anos desde a sua formação em um único album.

Desde o bom humor mostrado tanto na capa quanto nas letras até devaneios melancolicos sobre a morte...
Desde uma crítica ao mercado fonográfico até uma revisão de toda sua carreira...
Desde um amor por uma secretária até o amor por um anjo...
Desde o mundo sendo visto pelos olhos de um homem maduro até o mundo nos olhos de uma criança...
E até de um porco!

A banda, antes refletindo sobre como era ser um nerd desajustado, agora mostra como é ser um ídolo musical... mudança essa que eles conhecem muito bem!
Rivers Cuomo não tem mais todo o controle criativo da banda; todos compuseram e todos cantaram no Red Album, com alguns resultados surpreendentes, outros nem tanto.
E é exatamente isso que queriamos ver no Weezer!
Eles se arriscaram, de um jeito que só haviam feito durante a passagem do primeiro para o segundo CD.
Do mesmo jeito que a crítica destruiu o album Pinkerton, ela não vem sendo muito favorável com esse sexto album da banda...
Anos depois, Pinkerton foi considerado um dos melhores da década, até mesmo por seus detratores...

O que vai acontecer com o Red Album?
Isso só o futuro pode dizer...

domingo, 1 de junho de 2008

They're gonna steal your skies...


Poucas vezes uma banda arrebatou meu coração com tanta rapidez e intensidade quanto The Kooks...

Bastou alguém indicar, eu carregar um vídeo no youtube e a paixão começar. Em menos de um mês eu tinha milhares de músicas deles no computador (sim, eles só tinham 1 cd, mas e as b-sides e os ao vivo?), milhares de vídeos, sabia a história de cór e banda ganhou posto no meu top 5 de bandas preferidas (e continua lá...firme e forte!).

Juro que não sei se foi o sotaque puxado nas músicas, a voz arrastada do vocalista Luke Pritchard, o baterista lindo ou as músicas mais leves do que o que as bandas britânicas vinham trazendo que causaram isso... Só sei que Kooks se tornou um vício... a melodia é contagiante e as letras ficam na cabeça! É uma das bandas que mais reúne ingredientes para o sucesso.

Uma turnê gigantesca me privou de um segundo cd na rapidez que eu gostaria, mas eis que esse ano pra minha alegria eles trouxeram a vida o Konk.

Eu tive medo...(já falei sobre meu medo de segundo cds né? Sempre tenho medo dos segundos cds das bandas que fazem muito sucesso, vai que elas perdem a mão e fica um lixo!?)

Demorei pra ouvir o cd decentemente (mais de uma vez, porque sempre preciso ouvir um cd mais de uma vez pra decidir minha opinião sobre o mesmo), prestando devida atenção e analisando.


A minha conclusão é de que "Eba! O cd é bom!", não posso negar que acho o primeiro melhor...ele consegue trazer uma seqüência incrível de músicas me fazendo desanimar apenas nas duas últimas... (o segundo não me decepciona nesse quesito, também não gosto da última...ê mania de enfiar reggae no cd!) mas o segundo traz músicas que me fazem lembrar da paixão do primeiro cd. Logo a primeira de trabalho, "Always where I need to Be" (que é uma velha conhecida minha, pois eles já vinham tocando ela em shows) é genial... o cd também conta conta com GAP, Do You Wanna e Down to the Market que me trazem a certeza de que eles tiveram mais que sorte de principiante, os garotos de Brighton tem talento!


Agora, a grande surpresa é que depois de um sucesso muito modesto no Brasil (mesmo tendo explodido já no primeiro cd nas paradas britânicas e norte-americanas), o Konk foi lançado em versão nacional! (o primeiro só importado...)


E não é só isso... TODAS as criticas que li do cd em revistas nacionais foram positivas... Bom sinal pra quem, como eu, espera um show deles por aqui...Os boatos da vinda deles pra algum dos festivais desse ano crescem cada dia mais. (Lucio Ribeiro disse que o Hugh, guitarrista da banda disse que eles vem pro Brasil esse ano, mas bom... sabe né?!O que ele fala não se escreve...)


Agora só me resta ficar no aguardo e economizar dinheiro! (porque se vierem metade das bandas que estão dizendo, estou ferrada!!)