quarta-feira, 28 de julho de 2010

O Primeiro Dia Do Resto De Suas Vidas


Olhou para o relógio rezando para que algo pudesse impedir aquele momento. Pedindo aos céus para que o tempo parasse, Percebeu o quanto sua prece era em vão ao ouvir o barulho da chave abrindo a porta. Um tremor percorreu sua espinha, e um suor frio brotou em sua testa. Aquele era o momento, simplesmente não dava pra adiar por mais tempo. Um medo incontrolável dominou seu corpo ao ouvir a maçaneta girar e o ranger da porta abrindo. Ensaiou seu melhor sorriso e, de braços abertos, tentou manter a voz o mais calma possível:

- Laura, meu amor? Já em casa?

- Mas é claro, querido... eu me preocupei com o seu tom de voz pelo telefone e vim correndo! Me diga, Luiz Otávio: o que pode ser tão urgente que não pudesse esperar até o jantar?

- Ééé... e-então, meu bem... nós precisamos conversar um assunto de ex-extrema importância – gaguejou, sem conseguir tirar o sorriso sem-graça e sem-motivo do rosto. O que, aliás, contrastava diretamente com as rugas de preocupação que sua esposa expressava. – Sabe, querida... é melhor você se sentar.

- Querido... você nunca me assustou desse jeito antes...

- Pois essa parece ser uma ótima hora para uma primeira vez... – pensou em voz alta Luiz Otávio.

- O que?

- Hmm... certo, meu bem... a parada é a seguinte...

Tudo o que Luiz conseguiu pensar na hora foi: “Meu Deus, mas que péssima escolha de palavras para um momento como este... talvez eu deva ser mais poético, mais dramático... hmm, sim, é isso!!! Drama parece ser o mais apropriado para um momento assim...”

- Luiz Otávio... – a voz de sua mulher já era quase chorosa à essa altura da conversa, o que de certa forma o alegrou... se ela começar o drama, fica mais fácil embalar... – É melhor você me dizer depressa... o que diabos está acontecendo???

- Então, meu amor... – disse Luiz Otávio, enquanto pegava suavemente as mãos de sua esposa. – Eu só queria te dizer que nem o barulho solitário do vento balançando as folhas secas de uma palmeira em uma praia deserta me deixa mais triste do que o que eu vou te dizer neste momento de tamanha dor, melancolia e...

- DESENBUCHA, Luiz Otávio!!!

Ao que parecia, sua veia poética não o salvaria naquele momento.

- Certo... como eu poderia te dizer isso... ?

- Tenta! E vai logo, porque eu já to perdendo a paciência com você!!!

- Querida... você se lembra de quando eu fui viajar para o Rio a trabalho, em dezembro do ano passado?

- Lembro... você passou uma semana lá, para participar de um congresso... O que isso tem a ver com o que você quer me contar?

- Então... lembra que eu te disse que eu não sabia o telefone do hotel para te passar?

- Lembro, Por que, Luiz Otávio?

- E lembra que não ia mais ninguém do meu trabalho, e que na verdade ninguém sabia que eu estava viajando para que não ficassem com ciúmes de eu ter sido escolhido para isso?

- Lembro, Luiz Otávio... lembro de tudo isso!!! – sua voz já era quase gritada nesse momento. – Agora, pelamordideus, quer fazer o favor de me dizer porque diabos você está me perguntando tudo isso?

- Então, querida... o problema é que eu... bem, eu nunca fui para o Rio de Janeiro... nem a trabalho, nem por motivo nenhum!

- O que você está me dizendo, Luiz Otávio?

- O que eu estou te dizendo, meu amor, é que... era tudo mentira! Nunca fui ao Rio de Janeiro assistir a nenhum congresso. Pra falar a verdade, eu nem conheço o Rio de Janeiro. E meu chefe nunca elogiou meu trabalho, nem disse que eu era melhor que os outros. Foi tudo uma grande e descarada mentira!

- Mas... por que, Luiz Otávio? Onde você passou aquela semana? Aquela semana em que você deveria estar no Rio de Janeiro???

- Eu estava... eu estava...

- FALA LOGO, Luiz Otávio!!!

- Eu estava com outra!

- Com outra???

- É... com outra! Eu já te falei da Roberta, minha secretária, não falei... ? Ela é uma garota tão bacana, meu bem, você ia adorar ela! Aredita que ela é voluntária em uma creche que...

- Para um pouco, Luiz Otávio... você está me dizendo que, enquanto eu estava aqui pensando que você tinha ido ao Rio de Janeiro a trabalho, na verdade você estava com essa tal de... essa tal de...

- Roberta...

- ... essa tal de Roberta, se esfregando em algum motel por aí?

- Não, claro que não... Não foi em qualquer motel, não senhora!!! Nova York tem alguns dos melhores motéis do mundo, segundo um guia que eu consultei...

- Nova York???

- É... eu esqueci de mencionar isso? Sabe, a gente quis aproveitar que era temporada de inverno por lá... Eu tinha que ter tirado umas fotos pra te mostrar o quão linda é a neve quando...

- Se concentra no assunto principal, Luiz Otávio... você está me dizendo que, enquanto eu estava aqui pensando que você tinha ido ao Rio de Janeiro a trabalho, na verdade você estava com essa tal de... essa tal de...

- Roberta...

- ... com essa tal de Roberta, se esfregando em algum Motel em Nova York???

- Bem... você falando assim faz tudo parecer mais dramático do que realmente foi...

- Luiz Otávio, eu estou a um ponto de começar a jogar nossa geladeira em cima de você... então não me desafie!!!

- Mas, querida, o que você quer que eu fale? Quer que eu diga se foi bom? Quer que eu diga se foi melhor que com você? É isso que você quer que eu diga???

- Quero!

- Hein?

- Vamos, eu quero saber. Era bom? Era gostoso? Era... melhor que comigo?

- Bom... eu... eu acho que... – o rosto cínico e o tom de voz de Laura o irritava profundamente, mas logo percebeu que não estava em posição nenhuma de se sentir irritado. – Eu acho que eu...

- Vamos, Luiz Otávio... não é uma pergunta tão difícil! Afinal, aposto que é só isso que você pensa toda vez que estamos na cama! Algo do tipo “hmm... acho que a Roberta faria isso melhor...”!

- Mas claro que não, Laura... que idéia... – nesse momento, uma mancha rubra coloriu discretamente o rosto de Luiz Otávio. – Você sabe que nosso sexo é ótimo, não tenho nem como comparar...

- Então compara agora! Quem sabe você não descobre que está perdendo tempo comigo! Fala... como era com essa tal Roberta???

- Tudo bem, então... eu vou te dizer!!! Ela simplesmente não era NADA comparado a você!!! Você é perfeita, em todos os sentidos da palavra!!! Essa outra mulher jamais vai conseguir ser nem o chão em que você pisa! Aliás, ela não conseguiria nem limpar o chão antes de você pisar, tamanha a inutilidade dela em relação a você! – sentiu a voz ficar um pouco mais alta que o aceitável, mas ao ver o rosto espantado de Laura, tomou a arriscada decisão de continuar. – Você é a única coisa no mundo que me interessa, Laura, a única coisa pela qual eu realmente me preocupo. Eu não sou nada sem você, e você sabe disso. Aliás, todo mundo sabe disso! Eu simplesmente não te mereço, e é por isso que eu tenho tanto orgulho de te ter na minha vida...!

Em outras ocasiões, teria sentido vergonha por seus olhos se encherem de lágrimas, mas não daquela vez.

- Eu sei que não tenho perdão por ter te traído, mas antes que você vire as costas para mim, saiba apenas que... eu te amo! Por tudo o que é sagrado, eu te amo demais, Laura!!!

Um silêncio mórbido invadiu a sala por alguns segundos, antes de Laura desabar em choro:

- Eu... eu também te amo, meu querido!!! Sei que eu devia te odiar, mas depois dessas palavras, isso é simplesmente impossível!!! Vamos simplesmente esquecer tudo isso, vamos recomeçar do zero... porque eu também não agüentaria te perder!!!

E então, os dois se encontraram em um beijo. Não um beijo comum, como os que trocavam todos os dias, mas um beijo único, excitante, mágico, eterno...

- Ah, Luiz... prometa que nós nunca mais vamos discutir assim...

- Eu te prometo, minha princesa... esse é o primeiro dia do resto das nossas vidas!

- Mas então me diga, meu amor... o que te fez confessar isso logo agora, meses depois de ter acontecido?

- Na verdade, a Roberta ligou ontem... Disse que meu filho nasceu faz quatro dias, e ela vai entrar na justiça para receber uma pensão. Laura, por que essa cara? Eu não comentei que eu tinha engravidado ela? Nossa, como eu sou esquecido... querida? Querida, quer fazer o favor de largar essa panela... Meu amor, você vai acabar me machucando assim... Ai... pára, meu docinho de coco... Não, não, por favor, não faz isso... tira essa tesoura de perto da minha camisa do Palmeiras assinada pelo Ademir da Guia.... Aii, não era para atirar a tesoura em mim, poxa... Pois é você quem vai lavar o sangue depois, viu!!! Nãããão, eu tava só brincando, amor... não brinca assim com a caixa de fósforos, a minha coleção de selos é inflamável... NÃÃÃÃÃÃÃÃOOO...

Ninguém escutou os gritos de dor de Luiz Otávio naquela noite. Aquela noite fria de setembro. Aquela que foi a primeira noite do resto da sua vida...

Do resto de sua vida de solteiro...!

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domingo, 25 de julho de 2010

Jay Baruchel


Eu adoro os atores da nova geração: Seth Rogen, James Franco, Kristen Bell, Matthew Gray Gubler, Michael Cera, Kathy Dennings, Josheph Gordon Levitt, Elizabeth Banks, Aaron Johnson, Christopher Mintz-Plasse e tantos outros que já estão há algum tempo aí e outros que acabaram de dar as caras.


Um dos atores dessa geração que eu mais gosto é o Jay Baruchel e é com ele que dou início a uma série de textos que indicarei um ator/atriz para ficar de olho.

O Jay é extremamente talentoso e carismático, acho que ainda não vi um filme com ele que eu não goste.

Você pode não ser familiar com o nome Jay Baruchel, mas com certeza já viu um filme com ele. Jay quando criança participava do seriado da Nickelodeon "Are you afraid of the dark?", que contava pequenos contos de terror para crianças... depois disso vieram outras participações em séries e aí filmes como Quase Famosos, Menina de Ouro, Ligeuramente Grávidos, Trovão Tropical, Nick e Norah, Fanboys e até emprestando sua voz para o personagem Soluço em Como treinar seu dragão.

Ele consegue flutuar de filmes cults a humor nerd, ele é daquela nova geração de caras estranhos que tem conquistado espaço na indústria cinematográfica. Não adianta mais ser só um rostinho bonito hoje em dia e nem só ser talentoso, tem que trazer um algo mais para os seus personagens e isso Jay Baruchel tira de letra.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Grandes Demais Para O Twitter


10 comentários aleatórios que não couberam no meu Twitter:

- Shoppings estão colocando um segurança por catraca em seus estacionamentos para evitar que carros passem sem pagar, colados na traseira de outros carros. Não seria mais econômico, sei lá, digamos assim, diminuir o preço do estacionamento?

- Meg White está para o White Stripes assim como o roteiro do filme Avatar está para o filme Avatar: ambos são claramente medíocres, mas muito competentes para o que se propõem.

- “Não é Chloë dizendo aquilo, e sim Mindy MacCready. Sabe, não tem problema para mim porque é um papel, é uma personagem.” - Chloë Grace Moretz, atriz de apenas 13 anos, falando sobre os palavrões que sua personagem diz em Kick-Ass, explicando o que boa parte da hipócrita crítica moralista norte-americana não conseguiu entender.

- Quem não acredita na existência do Inferno nunca ficou com uma música da Banda Hori na cabeça!!! (essa coube no Twitter, mas sempre vale a pena lembrar...)

- A Eliza, do “Caso Goleiro Bruno”, foi sequestrada, espancada, humilhada e assassinada por estrangulamento. E eu não consigo entender por que o fato considerado mais brutal pela mídia nisso tudo é terem dado o corpo dela pros cachorros. O problema é comigo?

- A atriz Malu Rodrigues, de 16 anos, foi proibida pela Justiça de exibir o seio na peça de teatro “O Despertar da Primavera”, por ser menor de idade. Além disso, ela será acompanhada por duas psicólogas, para saber se sofreu algum dano psicológico por atuar na peça. Só faltou se lembrarem de uma coisa... ELA JÁ TEM 16 ANOS, CACETE!!!

- Tenho atualmente um método excêntrico para dormir. Eu deito, fecho os olhos e começo a me concentrar nas... vozes na minha cabeça. Pois é. Daí, focando nas vozes, eu começo a desligar o cérebro. Olha, até que está dando resultado, viu. E o melhor, não matei ninguém até agora.

- Cara, me da uma angustia ver o John Lydon criticando a "música comercial"... sério que ele acha que ninguém se lembra do Public Image Ltd.? Ou mesmo de uma bandinha antiga chamada Sex Pistols?

- Ouvi anunciar na TV que o casamento gay agora é autorizado pela lei na Argentina. Na minha satisfação liberal, soltei um sonoro "OBA!". Nem percebi que minha mãe estava do meu lado naquela hora. Creio que ela agora deve estar vendo afundar seu sonho de ter netos...

- A Internet está, cada vez mais, perdendo a graça. Discussões pelo Twitter, sites com o único intuito de fazer fofoca, blogs que só servem para falar mal dos outros, pessoas falando as mais diversas bobagens... se antigamente era um lugar para reunir informação, agora é um lugar para reunir besteiras do tipo. Será que esse é o futuro?

domingo, 18 de julho de 2010

Toy Story 3


(To escrevendo este post no lugar da Renatinha, que resolveu dormir até mais tarde e deixou o texto de hoje nas minhas mãos... ou seria o texto de ontem, caso vc esteja lendo em uma terça... ou de anteontem se for numa quarta. Ta? Então ta!)

Finalmente, depois de exatamente um mês do filme ter estreiado aqui pelo Brasil, a equipe Two Cold Fingers conseguiu assistir ao Toy Story 3.
E mesmo depois de ter escutado tantos elogios sobre o filme, tanta gente dizendo que era emocionante, engraçado, ainda melhor que os dois filmes anteriores e o final perfeito para a série, posso dizer sem sombra de dúvidas que... NADA disso era exagero!!!

Toy Story 3 realmente é tudo aquilo que disseram!!!

Não apenas mais uma obra de arte criada pela Pixar, não apenas mais uma animação divertidíssima, Toy Story é um filme sobre finais.
É o final da saga criada em 1995, mostrando um final digno e até realista ao xerife Woody, ao aventureiro espacial Buzz e a todos os outros brinquedos.
É o final da infância do Andy, agora já um jovem a caminho da faculdade, que precisa aprender a se desprender da própria infência.
E é o final da franquia que praticamente criou a animação computadorizada.

E ao mesmo tempo que é impossível segurar a risada, também é impossível ignorar o nó na garganta.
Provavelmente o filme acaba sendo muito mais emocionante para aqueles que, como eu, assistiram impressionados ao primeiro filme nos cinemas 15 anos atrás. Eu tinha o que? 9 anos de idade... e eu lembro de me apaixonar por aquele filme. Era exatamente daquele jeito que eu imaginava meus próprios brinquedos, e Toy Story tornava real a minha imaginação. Aqueles brinquedos, aqueles personagens, eles eram bem reais pra mim... e continuam sendo.
Por isso talvez esse final tenha um sabor muito mais melancólico para quem acompanhou a saga nesses 15 anos.
Se no primeiro filme o garoto Andy tem 6 anos e o segundo passa-se apenas um ano depois, agora ele já tem 17 anos, e precisa decidir o que fazer com seus brinquedos, que são a maior lembrança da sua própria infância. E por mais que precisemos nos desapegar do passado, ainda é extremamente difícil e doloroso perceber que essa fase da vida chegou ao fim.
Qualquer pessoa que já tenha passado por isso (quer dizer, qualquer um com mais de 18 anos) consegue se identificar com a situação.

Toy Story 3 é o final perfeito para a série, divertido e melancólico na medida certa.
Chega a ser até triste pensar que hoje em dia as crianças são muito diferentes das de 15 anos atrás. Elas estão mais preocupadas em navegar pela Internet ou parecer com seus ídolos pops. Os brinquedos deram lugar a uma noção deturpada de maturidade, um peso muito maior que qualquer criança deveria carregar. A imaginação deu lugar a uma realidade menos ingênua, onde as crianças se obrigam a parecer muito mais maduras do que são.
Uma mentalidade que nunca entenderemos.
Já somos velhos demais.

E do mesmo jeito que brinquedos são passados de geração para geração, a Pixar coloca um ponto final nessa infância já ultrapassada, tornando-a agora parte da nostalgia do passado, e abrindo caminho para uma nova geração.

A mensagem do filme, se é que tem uma, talvez seja a de que mudanças são necessárias.
Por isso, mesmo não sendo necessariamente um filme triste, Toy Story 3 deixa um gosto agridoce no final.

O gosto de que os "finais felizes" reais nem sempre são aqueles que a gente espera.

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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Testamento


Não importa o que façam, histórias em quadrinhos sempre serão considerados um hobby infantil, imaturo.
Principalmente as de super-heróis, válvulas de escape das pessoas com baixa auto-estima, que preferem vivem em um mundo de fantasia a encarar a realidade.

Mas quem pensa isso acaba tão perdido no próprio preconceito que mal imagina a carga de realidade que existe nas HQs.

Durante a semana eu li uma HQ chamada "Magneto: Testamento".
Os mais desavisados talvez olhem o nome Magneto no título e se lembrem apenas do vilão colorido das histórias e dos desenhos animados. Mas esqueçam isso por um minuto.
Longe de ser sobre super-heróis e vilões, a história em questão se passa na Alemanha durante a ascenção do nazismo, pelos olhos de um garoto judeu chamado Max Eisenhardt, que precisa aprender a sobreviver com sua família durante a 2ª Guerra Mundial.
Esqueça os superpoderosos coloridos, aqui o que encontramos é violência, intolerância, campos de concentração, morte...

Aqui, o que encontramos é a realidade.

Eu poderia dizer que esse garoto, Max Eisenhardt, é quem se tornará o vilão Magneto. Mas isso não faz diferença. Não espere ver um cara voando e salvando os judeus das garras dos nazistas. Não espere ver um homem numa roupa colante socando a cara de Hitler e devolvendo a liberdade ao mundo.
Não existe superpoderes nessa história.
Sem ser fantasioso, piegas ou exageradamente emotivo, essa HQ é um verdadeiro estudo sobre o horror do nazismo no mundo real, que nos ajuda a relembrar algo que nunca deveria ser esquecido ou relevado.
O tipo de história que todos deveriam conhecer.

A edição ainda fecha com uma história especial (e real) sobre a artista Dina Babbit, prisioneira de Auschwitz que foi obrigada a pintar retratos de prisioneiros ciganos (dando-lhes mais chance de se manterem vivos) para os nazistas e que agora luta para reaver seus quadros, que estão em posse do Museu de Auschwitz, que se nega a devolve-los.


Como em um último pedido, Max escreve uma carta contando sua história e clamando para que o mundo não deixe mais que um horror como aquele se repita.
Quase 70 anos depois do nazismo, é sempre bom que o mundo seja lembrado de tudo o que aconteceu.
Ainda que seja por uma arte considerada infantil, imatura, fantasiosa.

Mas que sabe como nenhuma outra mostrar os verdadeiros vilões.
Principalmente os reais...

domingo, 11 de julho de 2010

Rooney


Odeio indicar bandas que todo mundo já conhece e que já está no milésimo cd, mas... acho que se eu só comecei a ouvir agora, você pode também não conhecer.

Você gosta de Weezer?
Você gosta de um rock divertido (nada de rock colorido! eu disse divertido!!!)?
Você gosta de música boa?

Então, confie em mim e escute Rooney.

(Não, o jogador não lançou um cd ainda. risos.)

A banda nasceu em Los Angeles em 99 e o nome da é em homanagem ao diretor da escola no filme "Curtindo a vida Adoidado", Ed Rooney.
Eles já tiveram suas músicas no seriado The O.C. e em uma campanha da Carolina Herrera.
Eles já participaram da turnê de diversas bandas: Weezer, Jonas Brothers, The Strokes...

O vocalista da banda, Robert Schwartzman, que já atuou nos filmes "Diário da Princesa" e "Virgens Suicidas", é irmão do ator e ex-membro da banda Phantom Planet, Jason Schwartzman (O Guia do mochileiro das Galáxias, Huckabees e Maria Antonieta), primo do Nicholas Cage, da Sophia Coppola e do Roman Coppola... ou seja, sobrinho do Francis Ford Coppola.

Pois é, com toda essa parentada famosa e a qualidade da banda era de se esperar que eles fossem bem mais famosos, mas isso vai mudar agora que estou falando deles aqui.
Ou não.

Só sei que estou completamente apaixonada por eles e não consigo parar de escutar.
Dê uma chance ao Rooney...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O Pequeno Livro do Rock


"Eu jamais tive uma overdose,
Não vi os Sex Pistols no Chalet du Lac,
Não estive no Bronx nos primórdios do hip-hop,
Não vi os Beatles ao vivo no Ed Sullivan Show,
Não fui aos shows do Elvis em 55,
Não compartilhei groupies com o Led Zeppelin,
Não sou um crítico de rock profissional,
Não tenho vontade de ser completo, objetivo ou de boa-fé.

Em suma, não tenho nenhuma legitimidade para escrever este livro, e foi por todas essas razões que eu mesmo assim o escrevi..."



É com essa confissão que o cartunista francês Hervé Bourhis começa sua obra, o Pequeno Livro do Rock.
E, com essa honestinada, ele acaba criando um elo com cada um de seus leitores.
Afinal, a grande graça de ser um fã de rock (ou de qualquer estilo musical) é que você não precisa ter vivido cada momento dessa história para poder aproveitá-la. Os fãs atuais não viram o Elvis ou o Sex Pistols ao vivo, não compartilharam groupies com seus ídolos, não são críticos profissionais... e, mesmo assim, são tão aptos quanto qualquer um para falar de música.

E é divertidíssimo saber o que o tal Hervé tem a dizer sobre tudo isso.

O Pequeno Livro do Rock conta toda a história do gênero, desde a criação do primeiro jukebox, quando o "rhythm and blues" ainda era conhecido como "race music", até os boatos de herpes genital do líder do Tokio Hotel, passando pelo surgimento do grunge e do britpop...
Tudo isso com uma linguagem divertidíssima, desenhos cartunescos na medida certa, sacadas engraçadíssimas e uma puta pesquisa sobre o assunto, com anotações que o desenhista mantém desde os 14 anos.
Por meio dos desenhos e um ritmo ágil, o livro consegue inclusive mostrar coisas como o surgimento do seminário musical NME (New Music Express) ou uma cena já icônica de um clipe do Blur apenas por meio de desenhos, que explicam mais que mil palavras. Afinal, o rock se alimenta da imagem tanto quanto da música.
E mesmo assim, o domínio do texto torna toda a leitura bem leve e, principalmente, informativa. Por exemplo, você sabia que o famoso "duckwalk" do Chuck Berry foi criado para esconder um rasgo em sua roupa durante um show em Nova York?

Tem também as sacadas geniais, como a relação de Frank Sinatra com o rock, Brian Wilson e a criação do álbum Smile ou as "Pop Battles", batalhas entre discografias de duas bandas (e confesso que, entre todoas as batalhas feitas, só concordei com um vitorioso... o que não estraga em nada a diversão que é saber as opiniões polêmicas do autor). Tem também coisas como capas de CDs desenhadas, listas pops e o relato de um ano na vida de Pete Doherty e da Amy Whinehouse, além de citações a fatos históricos, ao cinema, à literatura e à vida do cartunista.
E cada desenho aumenta a vontade do leitor de ir atrás de tudo o que é citado!

Uma coisa que pode ser estranha aos leitores é o quanto o autor cita bandas francesas desconhecidas por aqui (afinal, ele é francês. dããã). Mas em meio a tanta coisa, elas acabam aparecendo naturalmente.
Mas vale a pena notar que o Brasil não é esquecido, com citações a João Gilberto, Tropicalismo, Cansei de Ser Sexy, Sepultura e aos Mutantes (mostrados como "os Beatles brasileiros").

Qualquer fã vai perceber a falta de alguma banda, ou a falta de informações de alguma banda que possa julgar importante (e que até rende uma piada no final do livro).
Mas o prefácio citado no começo deste post acaba justificando qualquer "falha".

Quase um Guia Dos Curiosos da música, o livro é obrigatório para qualquer fã de música, história, quadrinhos, rock...
Podendo ser colocado tanto na prateleira de livros quanto entre a coleção de discos.

Recomendadíssimo!!

domingo, 4 de julho de 2010

Sentido da vida


Finalmente encontrei o sentido da vida.
Comprei o ‘Harry Potter and the Half-blood Prince’ para Wii.
Vocês tem noção do que isso significa? Bom, basicamente que nenhum de vocês me verá de novo. Passarei o resto dos meus dias jogando isso.










Ai, jura que você caiu nessa?
Acreditou mesmo que pós aniversário do Brancatelli eu iria deixa passar em branco (risos... tendel?)?
Impossível!

Meu Deus. Como é difícil colocar em palavras o quão especial o Brancatelli é para mim...
Eu já tive e tenho muitos amigos, mas poucos me conhecem tão bem quanto ele. E nenhum já viu meu pior lado, como ele viu. Nenhum deles sabe meu humor pelo meu tom de voz, como ele sabe.
Sabe aquela pessoa que fala a mesma coisa que você e ao mesmo tempo? Chegou ao ponto de termos as mesmas idéias e até cantar uma música errado ao mesmo tempo.
Dividimos uma paixão por Coca, bacon, piadas sem graça e bichinhos fofos (e pelo Joe Jonas, mas acho que ele não ia querer que as pessoas ficassem sabendo).
Engraçado que no texto anterior ele agradeceu pelos amigos que tinha, quando na verdade nós, amigos deles, que temos que agradecer por termos alguém como ele por perto.
Ele me ensinou a gostar de Woody Allen, quadrinhos, a confiar em mim mesma, a me importar menos com os outros, meu Deus, milhões de dicas musicais e de séries, me acalma quando quero chutar o balde, me leva para o hospital quando passo mal, me incentiva a correr atrás das coisas, me acorda às 3 da manhã com sms...

Vamos combinar que quando uma pessoa te acorda às 3 da manhã com um sms e você ainda a ama, só pode ser uma amizade eterna.

Esse branquelo é a pessoa que eu mais amo e admiro no mundo, sem ele... eu não estaria onde estou, com certeza. Eu consigo enfrentar qualquer problema porque sei que ele estará do meu lado para sorrir comigo nas vitórias e me consolar nas derrotas.

Qualquer um que o tenha em sua vida deveria agradecer todos os dias.

Obrigada por existir e por cuidar tão bem de mim, você é o sentido da minha vida.

Desculpem se o texto ficou confuso, é muito complicado para mim tranformar em um texto legal o sentimento mais especial que já senti por um amigo.