quarta-feira, 22 de junho de 2011

#vitorvieiraday


Por Renatinha

Entendam, sou eu reclamona de mão cheia.
Tenho PhD em reclamar da vida.

Mas tem uma coisa que nem minha avançada capacidade me permite reclamar: meus amigos.

Tenho amizades fortes e duradouras.
Tenho aqueles amigos para se rir e chorar.

Hoje é aniversário de um deles.
Essa não é só uma celebração de mais um ano de vida dele, para mim, é a celebração do nascimento dele que por consequência e pelos tortuosos caminhos da vida, trouxeram ele até uma sala do 6º andar da Faculdade Cásper Líbero batendo na porta, jogando sua franja e levando embora uma das únicas pessoas que ainda fazia alguma coisa naqueles benditos trabalhos.

Vi ele passar de um garoto punk para um malandro sambista, vi ele sofrer de amor e partir corações, vi ele de pijama e na sua mais fina estica (/soumalandra), estava lá quando uma Ice bastava e quando doses de vodca eram tomadas repetidamente, até quando ele desafiou Iemanjá, eu estava lá para temer pela vida dele...

Sobrevivemos à Cásper, a JUCAs, a Ferpps, a viagens para Australia, a todas brigas possíveis que esse grupo já enfrentou e espero sobreviver a muito mais coisas, boas e ruins (já que sabemos que elas virão).

Ele não tem noção do tanto que eu o admiro. Acho-o excelente em tudo que faz, gosto da postura dele em 99% das coisas (menos em relação às músicas que eu gosto haha), respeito suas opiniões e gosto de vê-lo falar sobre os assuntos da vida.

Estou ficando sem palavras para declamar meu amor, então terei que encerrar com a frase mais bonita que ele já me ensinou e que resume nossa amizade:


"Só quem é".


Te amo, Vitinho.

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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Suck It And See


Por Brancatelli

Tudo começou com a incapacidade de 4 adolescentes de Sheffield em colocar suas próprias músicas na Internet.

O barulho criado em torno do Arctic Monkeys já era alto em meados de 2004 quando, buscando preencher o vazio deixado pelo fim do Libertines, a Inglaterra voltou seus olhos à procura do futuro do rock britânico.
O "futuro" em questão, sem saber como colocar suas próprias músicas na Internet, contou com a ajuda dos fãs, a partir de demos distribuídas durante algumas apresentações. Não demorou para que o perfil criado no MySpace (sem o conhecimento da banda) começasse a levar cada vez mais gente aos shows e, claro, atraísse a atenção da crítica musical especializada.

O resto é história..


Agora, 5 anos após o lançamento do álbum de estréia - Whatever People Say I Am, That's What I'm Not - o Arctic Monkeys lança seu quarto disco, chamado sutilmente Suck It and See (uma expressão comum na Inglaterra, que significa algo como "dê uma chance").
E enquanto eu engolia em seco esperando (ou seria "temendo") uma continuação do álbum anterior, o Humbug, quem imaginaria que a banda iria por um caminho completamente diferente?!

Quem esperaria?
Bom, eu já devia esperar.
Acostumados em surpreender a cada música lançada, Alex Turner e companhia deixaram de lado os acordes sombrios e o clima arenoso do Humbug e criaram faixas cheias de "shalalalas" e "iéiéiés".

Não me levem a mal, o Humbug é um ótimo CD.
Mas não era, nem de longe, o CD que eu esperava do Arctic Monkeys.
Com forte influência do co-produtor Josh Homme e do clima desértico da Califórnia, onde foi gravado, o álbum tinha um clima carregado demais, sombrio demais, pesado, escuro.
Sempre que eu falava sobre ele, os elogios vinham acompanhados de um "mas".
Ótimo álbum, com ótimas músicas, mas..


Suck It and See é o CD que eu esperava do Arctic Monkeys.


Mais leve, mais pop, mais "acessível".
As letras de Turner marcam, em certos momentos, um retorno ao seu "estilo observador" dos dois primeiros álbuns, só que mais refinado.
Os riffs e as guitarras rápidas deram lugar a algo mais bem pensado, por assim dizer. Se a banda perdeu parte da energia que vinha a partir disso, ela acabou ganhando em harmonia. Cada instrumento parece ter um lugar exato em cada faixa.
Vemos então uma coleção de músicas que vai do rock à balada. Da experiência rítmica esquizofrênica à faixa final de apenas dois acordes. Do romance à ironia. De Sundance Kid a modelos topless.


Em seu quarto álbum, o Arctic Monkeys criou o meio termo perfeito entre os dois primeiros e o terceiro trabalho.
Se tivesse sido lançado entre eles, talvez tivesse tornado o Humbug um tanto mais facilmente "digestível".
Do jeito que aconteceu, a banda se aproxima de uma década de existência confirmando todas as apostas feitas quando suas músicas não passavam de uma demo distribuída nos shows.

Talvez até superando-as.

A expressão britânica "suck it and see" é como um convite. Arrisque. Experimente algo novo. Faça algo novo.
Alex Turner não fala mais sobre garotas em pistas de dança e questões adolescentes.
Suas composições cresceram e amadureceram tanto quanto os 4 garotos de Sheffield, que há pouco tempo não sabiam nem colocar suas próprias músicas na Internet.

Ao que parece, ele ainda tem muito o que falar.

Dê uma chance.

Arrisque.

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