quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Belle & Sebastian Escreve Sobre o Amor


Como eu disse no meu último post, a expectativa é uma vadia sem coração!

Vazou nos últimos dias o novo álbum do Belle & Sebastian, o "Belle & Sebastian Write About Love", 4 anos depois do seu último (e excelente) álbum.
Expectativas nas alturas, já estava preparado para ouvir cada uma das músicas pelo menos umas 3 vezes antes de formar uma opinião sobre o álbum, regra que eu aprendi com os outros discos da banda.

1ª audição: nhé

2ª audição: nhé

3ª audição: um pouco melhor, mas ainda assim... nhé!

E depois veio a 4ª audição, a 6ª audição, a 13ª audição.
Eu realmente me esforcei para gostar do álbum, tentei relevar as falhas, prestar mais atenção nos méritos.

Mas o fato é que, não importa quantas vezes eu escute, "Belle & Sebastian Write About Love" não deixa de ser um álbum decepcionante.

Isso não quer dizer que seja um álbum RUIM.
Mas não esta no nível dos dois últimos álbuns da banda, o "Dear Catastrophe Waitress" e o "The Life Persuit", ou dos dois primeiros trabalhos, "Tigermilk" e "If You're Feeling Sinister".
Aliás, o novo disco está muito mais próximo da melancolia muitas vezes entediante de algumas músicas do "The Boy with the Arab Strap" do que da criatividade e dos contrastes dos seus melhores trabalhos.

Os melhores momentos ficam por conta da faixa de abertura, "I Didn't See It Coming", música que tem a cara da banda estampada em cada acorde. Além dela, se destacam também a simpática "Calculating Bimbo", a bela "Little Lou, Ugly Jack, Prophet John" (que conta com a participação da Norah Jones), a balada "Read the Blessed Pages" e a gostosa "I Can See Your Future".
Além dos pontos altos, temos a simpática "Ghost of Rockschool", que infelizmente exagera no toque religioso, se tornando quase uma música gospel. A divertida "I'm Not Living in the Real World" é apenas isso: divertida. E o primeiro single do disco, "Write About Love", tem um instrumental muito bacana e a participação da fofíssima (e atual futura sra Brancatelli) Carey Mulligan... mas peca pela letra nada inspirada.

Esse acaba sendo o grande problema do álbum.
A falta de criatividade, seja nas letras, seja nas músicas.

"I Want The World to Stop" tem um começo que lembra um Radiohead, e tem um desenvolvimento bacana... mas se estraga ao repetir demais o refrão, que la pela quinta vez ja se torna chatíssimo. "Come On Sister" seria muito melhor se fosse mais curta. E o álbum fecha com a música mais fraca do CD, "Sunday's Pretty Icons", cujos primeiros segundos parecem música de novela da Globo.

Ao criar um álbum inteiro sob o conceito "vamos falar sobre amor", o Belle & Sebastian acabou se afastando daquilo que tinha de melhor:
As melodias criativas, as letras inteligentes, as palavras perfeitamente encaixadas e o sempre inesperado humor.

Não é um disco ruim.
É apenas... beeem sem graça, se comparado ao padrão da banda.
Mas ainda assim, tem seus bons momentos.

Bom, quem sabe ele não melhora na 28ª audição.
Vamos ver.

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domingo, 26 de setembro de 2010

It's tough to have a crush - Parte 2


Foto: What to Do - By @caroljojo

Parte 2?
Parte 2, sim.

A questão foi a seguinte, o Estúdio Emme demorou só 90 milhões de anos para confirmar o show em SP, e só a possibilidade de perder a chance de ver o Ok Go no Brasil já era inadimissível.
"Mas, Renata... Você é boba? Se tava marcado em Porto Alegre, certeza que eles vinham para São Paulo né?"
Né o caramba! Weezer esteve no Brasil... em Curitiba, fim. White Stripes esteve no Brasil... em Manaus e tchau.

Ou seja, quando começou a vender em PoA e aqui nem confirmado estava, minhas amigas e eu saímos loucas para comprar... e vou te dizer que foi a melhor decisão das nossas vidas.

Cheguei depois do show de SP quase 4 da manhã em casa, dormi um nadica e acordei as 5 para rumar para o aeroporto.
Eramos 3 zumbis, quase morrendo... o avião não tinha nem decolado e eu já capotei.
Chegamos em PoA, aguardamos um bom tempo pelas nossas guias de lá. Tempo que se fez válido por causa da beleza natural no lugar (leia-se: cara loiro bonito). risos.

Fomos comer, demos uma volta e morrermos.
Primeiro, morremos de susto com a (falta) de qualidade do hotel, e depois morremos de sono mesmo.

Com a nossa barra de energia um pouco cheia, jantamos e fomos para o local do show.

Um quase nadica de fila, quasei achei que ia flopar... Ainda bem que depois encheu.
Encontramos mais amigues na fila e até uma que eu nem sabia que ía, lá do forum do Strokes (oi, natasha.rs).

O set list do show de lá foi quase igual ao de SP, não teve "It's tough to have a crush", mas teve "A million ways" duas vezes.
Duas vezes, Renata?
Eu explico... ou melhor, deixo as imagens falarem por mim...



Vídeo: A Million Ways - By @caroljojo

Não sou uma dessas garotas, mas sou a risada orgulhosa que você pode ouvir durante o vídeo.
Durante a primeira vez que eles tocaram a música, elas (minhas amigas) dançaram a coreografia do clipe, e assim que a música acabou... Damian parou tudo e perguntou se elas sabiam a coreografia inteira e se queriam dançar no palco enquanto eles tocavam.

BOOM!
Foda, muito foda.
Mais foda do que dança no palco, é a história por trás disso...
Essas três se conheceram e ficaram amigas por causa de Ok Go, não amigas oitudobemtchau... amigas de verdade, duas delas até são roomates. E justo as 3 subiram no palco! Foi lindo e MUITO engraçado.
Além disso eles viram nossas plaquinhas em referência ao vídeo tutorial de ping pong e ao whisky do Andy. Eles são únicos, de verdade.

No show de lá, o Damian parecia bem mais animado e agitado, mas infelizmente parte do público de lá não foi tão simpática quanto o público de SP. Claro, não estou falando do público todo... mas de uma grande parte dele,
Teve desde gente xingando a banda à idiota dessamarrando o tênis do Damian (esse último rendeu até um dedo do meio mostrado pelo Damian com gosto). Gritos de frases babacas durante o show, gente que não ficava quieta em "What to do"...
Mas acho que o ponto mais brochante é que 95% das pessoas que ficaram na grade não sabiam cantar NENHUMA música. Juro, tinha umas garotas (folgadas e mal educadas para caralho) na nossa frente e elas ficaram paradas o show todo e ainda falaram umas merdas para o Damian. Ou seja...

Tirando isso, foi tão foda quanto o show de São Paulo!
Ok Go é o show da minha vida sem sombra de dúvidas e olha, acho muito difícil que alguma banda tome esse posto tão cedo. Nunca senti uma depressão pós- show tão forte. O que eu mais queria era largar tudo e seguir a turnê deles.
Além de tudo, o show fez com que eu gostasse bem mais do novo cd e tem música deles que não consigo parar de ouvir agora.

Falando em novo cd...
Vocês já viram o novo clipe?
É sensacional!!
Além de fofinho, é também para ajudar cachorrinhos resgatados. Entrando no site do Ok Go, você pode baixar o vídeo em alta qualidade por valores ( de 2 a mil dolares) e o dinheiro será doado para uma instituição que resgata cães.



Boa banda, bons clipes, boas músicas, bons shows e bom coração... agora me explica como existe gente que não gosta de Ok Go?

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Os 4 Bons Motivos


O novo álbum do Weezer, Hurley, foi lançado na semana passada.
Então, depois de eu mesmo ter feito um post sobre minha completa falta de esperanças nesse CD, nada mais justo que escrever um post inteiro mostrando...

4 BONS MOTIVOS PARA GOSTAR DO NOVO ÁLBUM DO WEEZER!!


1º Motivo - Hurley

Vamos começar vendo que, depois de um monte de músicas falando como ser um arruaceiro, o maior homem que já viveu e um baladeiro malandro, nada exemplifica melhor um retorno à nerdisse que uma foto do Hurley, o personagem mais nerd do seriado (também nerd) Lost!
Sério, esqueça o chachorro pulando na capa do Raditude, ou o Rivers Cuomo bigodudo na capa do Red Album...
A capa de Hurley já nasceu clássica.


2º Motivo - Expectativa (ou melhor, a falta dela)

Acho que eu descobri o segredo para gostar de um álbum do Weezer.
Finalmente tudo faz sentido agora!
Vamos ver...

expectativas para o Maladroit: altas
resultado - fiasco

expectativas para o Make Belive: razoáveis
resultado - fraco

expectativas para o Red Album: altas
resultado - fraco

expectativas para o Raditude: altíssimas
resultado - fiasco

Então talvez o grande motivo para eu ter gostado tanto deste novo álbum seja... minha completa falta de expectativas!!
Na possibilidade de encontrar um novo fiasco, fui surpreendido da melhor maneira possível por um álbum muito superior a qualquer um lançado pela banda nos últimos 8 anos!
Aliás, vale dizer que a expectativa para cada álbum talvez esteja diretamente relacionada ao primeiro single lançado... mas isso daria um post inteiro, e não vou enrolar demais por aqui.


3º Motivo - O equilíbrio

O grande motivo para o Hurley ser o melhor álbum do Weezer lançado nos últimos 8 anos é que, sem dúvida nenhuma, ele é a melhor coleção de músicas criada pela banda desde o Green Album. Sem exagero. Enquanto que os últimos álbuns começavam bem e se tornavam chatíssimos no final (em grande parte pelo fato do Rivers ceder seu lugar como vocalista e compositor para o resto da banda), o resultado neste é extremamente equilibrado.
Não tem nenhuma música tão legal quanto a insanamente boa "(If You're Wondering If I Want You to) I Want You to", ou "Pork and Beans"... mas, em compensação, não tem nada tão ruim quanto "Cold Dark World", "In The Mall" ou o crime-musical chamado "Love Is the Answer".


4º Motivo - As músicas

Finalmente, chegamos ao principal motivo.
Mais que a nerdisse, mais que a falta de expectativa e mais que o equilíbrio, é nas músicas que está o real motivo de eu ter gostado tanto deste álbum!

O refrão-cliclete característico surge na terceira audição do primeiro single do álbum, "Memories", que fala sobre como era a vida numa banda de rock nos anos 90 (quando o Audioslave ainda era o Rage Against The Machine, como diz a própria letra).
"Ruling Me" parece uma música saída do Green Album. Deixa no ar a pergunta: por que a banda parou de fazer músicas assim, tão simples quanto boas?
A veia pop da banda aparece em "Trainwrecks", uma das letras mais bacanas do CD.
"Unspoken" traz de volta o tom confessional que o Rivers pareceu ter abandonado desde o Pinkerton.
"Where’s My Sex?" é bem estranha numa primeira audição, com a letra fazendo um trocadilho entre as palavras "sex" e "socks" (meias), o que segundo a Renatinha foi feito em homenagem à filha de 3 anos do Rivers, que um dia foi perguntar onde estavam suas meias e acabou dizendo o que se tornou o título da música.
"Run Away" lembra muito um lado-B da banda, como "I Do", por exemplo.
A energia prometida pela banda transborda em "Hang On", música que conta com a participação do Michael Cera e que eu já considero um novo clássico da banda.
"Smart Girls" tem uma letra estupidamente simples e bobinha, sobre como o mundo está cheio de garotas inteligentes e sobre como o Rivers casaria com todas elas, um provável eco dos tempos de Harvard do vocalista. Ainda assim, a música é tão bacana que compensa a letra. Ah, e só pra comentar, a parte em que ele cita os nomes das garotas me remeteu à "Tired of Sex" do Pinkerton.
"Brave New World" é um rock direto, que mostra bem o que o Weezer tentou fazer no final do Red Album, mas... bem, do jeito certo! Finalmente!
E o disco fecha com "Time Flies", uma música diferente de qualquer coisa que o Weezer já tenha feito, composta em parceria com o lendário Mac Davis. A letra é um atestado do passar do tempo. Em determinado verso, Rivers canta que ele nunca morrerá, pois essa "stupid damn song" ainda estará na sua cabeça. Impossível um fã não lembrar que, há 16 anos, Rivers cantava sobre como criava suas "stupid songs" em uma garagem, e sobre como amava cada uma delas. Um final digno.

Vale dizer que finalmente o Weezer se deu conta de que o bônus da versão deluxe NÃO PODE ter músicas melhores que as do CD oficial, como aconteceu com os últimos CDs.
Para essa edição de Hurley, apenas a bobinha e divertida "All My Friends Are Insects", uma versão ao vivo de "Viva La Vida" (do Coldplay), uma música chamada "I Want To Be Something" contando só com o vocal e um violão, e a já lançada "Represent" (criada em homenagem à seleção americana de futebol na época da Copa).
Nada indispensável, mas ainda assim um complemento bacana.


O Weezer voltou a criar letras intimistas
Voltou também a criar belas e complexas melodias.
Voltou ao básico, ao invés de tentar ser o que não é.
Todas as músicas de Hurley, se não são perfeitas, ao menos são todas interessantes... o que já é um tremendo avanço comparado aos últimos álbuns.
O Weezer de agora conseguiu recuperar um pouco da espontaniedade dos primeiros discos, perdida na metodologia nada menos que científica do Rivers em compor música.

Na minha opinião, o Weezer voltou à boa forma.

Pelo menos até o próximo álbum.

E agora?
Quanto tempo será que tenho para diminuir minhas expectativas...?

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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

It's tough to have a crush - Parte 1

Enquanto o Brancatelli estava procurando o sentido das coisas, eu estava tendo o fim-de-semana mais absurdamente fantástico da minha vida.

Vocês já leram aqui nesse blog meu texto sobre o Ok Go, certo? Vocês, como pessoas bem informadas que devem ser, sabiam que o Ok Go veio para o Brasil. 2 shows: SP e PoA.
Eu estive lá. Nos 2. E foi a melhor decisão da minha vida.


Foram dias e dias de preparação: compra de ingressos, reserva de hotel, passagem de avião... mas finalmente, pós uma apresentação no flopado VMB, eu iria estar cara à cara com o Ok Go.
Eu nunca fui atrás de ver como a banda era ao vivo, acho que eles são tão legais, que sempre presumi que eles seriam legais no palco também... mas eu estava errada, eu ainda ia descobrir que eles não são legais no palco...
São MUITO mais do que isso.

Eu vou TENTAR colocar em palavras o quantos os shows foram incríveis, mas já adianto que provavelmente irei falhar.


Sexta-feira. São Paulo. Estúdio Emme.
Entramos por volta das 23hrs, mas o show começou quase a 1h. A banda tem muitos instrumentos e todos são afinados por eles mesmos, então vinha o roadie, pegava uma guitarra, levava no camarim, eles afinavam e o roadie trazia de volta. Multiplique isso por umas...16 guitarras que tem no palco e você entenderá o motivo da demora.
A questão é que, quando começou aquela música que anuncia a entrada da banda, nada mais importava.

Eles entraram... Andy com seu copo de whisky brindando com a platéia, Dan com um sorriso, Damian sorrindo com jeito de rock star e Tim todo simpático.
O setlist já começou anunciando que ia chutar bundas... "Invincible".
Eu não podia acreditar naquilo... era o Ok Go, sempre achei que a chances de vê-los no Brasil seria zero. E lá estava eu, com uma distância minuscula do palco, cantando Invincible.
Depois veio uma música do novo cd que eu não conhecia, "Needing/Getting". Mesmo não conhecendo, lá estava eu... embasbacada, com o show e com, não posso deixar de mencionar... a beleza absurda do vocalista, Damian Kulash. Ok, eu já sabia que ele era bonito... mas preciso dizer, ele ao vivo... nossa.
Depois dessa música, veio "A Million Ways"... sério... não tinha como ficar parado ou se esguelar naquele show. Depois, "All Is Not Lost"... e quanto mais eles tocam músicas do cd novo que eu nem gostava, mais eu gosto delas... ao vivo elas funcionam tãããão bem, sensacional.

Não vou falar todas as músicas, mas eles acertaram a mão totalmente. Não faltaram as músicas fodas dos cds anteriores e colocaram músicas legais do novo... setlist impecável.
Aliás... falando em setlist...


Sim, esse é um setlist na folha com marca d'agua do Ok Go e... ah, é... autografada pelo Dan, baterista da banda.

Mas esse setlist teve uma pequena modificação, não me pergunta entre extamente quais músicas porque eu estava em choque quando isso aconteceu...
Eu e minhas amigas temos uma paixão absurda por uma música que é b-side láááá do começo do Ok Go, antes mesmo do Andy entrar na banda.
Essa música se chama "It's tough to have a crush".
Nos dias antes do show, brincamos dizendo que pediriamos para eles tocarem... no esquenta para o show acabamos escrevendo na parte de trás de provas de espanhol plaquinhas pedindo a música.

Em um certo momento, quando eu já achei que acabariamos nem pedindo nada, o Damian abaxou para arrumar algo e minha amiga Jojo o chamou e começou a mostrar as plaquinhas.
Ele começou a ler e brincou dizendo que eles não costumam aceitar pedidos, porque os fãs são "puppets masters" e que fazia tanto tempo que eles não tocavam essa, que ele nem lembrava. Algumas pessoas aproveitaram o momento e começaram a pedir "Ccc-cinnamon lips".
Nisso o Damian começou a dizer que como estava no Brasil, ia abrir uma exceção para pedidos de músicas e perguntou para o Tim se ele lembrava como tocar, mesmo com a negativa dele, o Damian disse: "Eu toco e você canta" e foi pegar o violão.
Eu estava crente que eles iam tocar Cinnamon, porque muita gente estava pedindo... quando ele começou a tocar It's tough... eu juro que não podia acreditar... eu quase chorei de verdade e mesmo com ele se enrolando com algumas palavras... foi incrível. Eu não conseguia parar de gritar "Thank you" depois do fim da música.

Minha mão, meu ingresso e parte das plaquinhas.

A interação com a banda era ótima, Damian presta muita atenção em tudo que acontecia e interagia de forma absurda com o público.
Ele falou em português, se chamando de gringo idiota e tudo mais, pediu interação em certas músicas e desceu no meio do público mais de uma vez.
Sim, eu berrei o trecho de "This too shall pass" que flopu no VMB a plenos pulmões com o Damian do meu lado. Foi surreal.

Destaque também para quando eles cantaram "What to do" com os sinos. Foi lindo, muito lindo.
Ok Go não tem aqueles palcos milionários, mas eles conseguem transformar a experiência do show deles em algo tão absurdo, eles foram de longe a banda mais genial que vi ao vivo. Sim... de todas. TODAS.
Outra coisa bacana foi que eles trouxeram elementos do passado, foi bacana. Eles nunca estiveram no Brasil e lembraram disso na hora de montar o show.

Quando eles voltam para o bis, eles estão com suas jaquetas com led. Eles se posicionam e elas formam o nome da banda e depois durante as músicas, ficam aparendo carinhas nas luzes.

Em "Here it goes again" Damian chamou uma menina que ele acreditava estar empolgada com o show no placo para tocar a guitarra dele durante um trecho da música, mas o que ele não sabia era que ela era uma bêbada que estava atrás da gente e parecia nem saber direito quem a banda era e só sabia dizer "me pega, me beija" para ele.
Bom, ela levou a idéia do beijo a sério e tentou beijar ele na boca. "Noção, não trabalhamos.". Damian afastou ela e tentou fazê-la tocar a guitarra, ela nem queria saber de nada. Por fim, ele abraçou e deu um beijo na bochecha dela e chamou alguém que foi capaz de tocar e aí sim foi bem legal.
A atitude dessa garota mostra que ela não é fã de Ok Go, desculpa. Um comportamento totalmente oposto a postura da banda.
Sim, o Damian é lindo e tudo mais, mas no show não é isso que deve contar.
Mas fora essa pessoa, o público estava beeeem legal.
Não tinha grades, mas ninguém se empurrava, as pessoas sabiam cantar muitas da músicas, as pessoas interagiram com ele e tiveram tanta preseça de espirito quanto a banda. Foi bonito de ver.

Depois do show, nós estavamos esgotadas. Não sentia minhas pernas, estava suada e só conseguia pensar que há algumas horas eu teria que acordar para pegar o avião para PoA.
Ficamos um tempo para conseguirmos os sets e ver se a banda dava as caras.
Quando a gente olha pro palco e... PQP!
Era o Dan!
E todo mundo que estava ali, tava nem vendo... como assim? Era o Dan!
Famos até lá, a Jojo pediu uma baqueta e a Chris uma foto.
Ele entregou o setlist grudado na bateria dele para a Jojo e disse que já voltava para a foto.
Ficamos esperando um tempo, sem saber se ele voltaria.
Quando ele voltou todo fofo.
A Chris ajudou ele a descer do palco e ficamos conversando com ele.
Ele é AWESOME, como definiu bem a Chris.
Sério... falamos o quanto estavamos contentes e que esperamos muito tempo por aquele show, ele disse que eles também e que estava sendo ótimo tocar no Brasil.
Contamos que iamos no show de PoA e ele ficou super contente.
Tiramos fotos com ele e pegamos os autógrafos.

Agora, se você tem alguma dúvida do quanto eu estava feliz, pasma, louca, etc. com esse show e essa situação, é só notar minha cara de maníaca na foto com ele.

Nem olhar para foto eu consegui! haha Eu olhava para as meninas muito "pqpqpqpqpqpq, eu to com o Dan!".

Eu com certeza deixei de contar algo, sinto muito. Mas é que foi um show tão cheio de detalhes, que não tem como colocar tudo no papel/blog.

E ainda tinha muita coisa pela frente, mas a gente não fazia idéia...

Semana que vem, a parte 2 do texto vai contar como foi em PoA.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Sentido

E daí bate o desânimo.

A falta de tesão em fazer qualquer coisa que seja.

A incapacidade de arranjar forças para se levantar da cama a cada manhã.

A idéia fixa de que você nunca será ninguém, não por falta de capacidade, mas por pura preguiça.

E a falta de inspiração, de vontade, de... tudo.

Nos últimos tempos eu tenho passado um pouco por isso.
Não é depressão nem nada preocupante... é só um certo desânimo, um falta de tesão, um falta de forças.
Pela minha cabeça, a toda hora passa a mesma questão, como num ciclo infinito... qual o sentido em ter um conta no Orkut, um perfil no Facebook? De que adianta ter um porção de "amigos" virtuais quando as reais amizades são aquelas que estão à distância de um telefonema e de um copo de cerveja?
Qual o sentido de ter algum talento quando as chances de você realmente conseguir fazer proveito dele são minúsculas? Pra que se preocupar em deixar o seu nome na história quando não conseguimos nem ao menos aproveitar o presente?
Qual o sentido em ter um blog? Ou um monte de seguidores no Twitter? De que adianta tudo isso se nada é tão momentâneo quanto a popularidade, e nada tem tão pouco significado hoje em dia?

Sim, acho que estou na fase de procurar sentido nas coisas.
Num fase em que questionar o sentido apenas exalta ainda mais a falta de sentido.

Escrevo isso por aqui por ter a certeza de que tem muita gente passando pela mesma coisa, empregado ou desempregado, independente da condição que esteja.
Porque questionar tudo isso não é necessariamente ruim.
Talvez seja este o melhor jeito em se descobrir o que realmente vale a pena na vida.
Talvez não seja uma questão de "drama", talvez seja apenas, digamos assim... seleção natural.
E, ao invéz de lutar contra esse desânimo, de repente devemos aceitá-lo e usá-lo.

Sentido é aquilo que procuramos enquanto deveríamos estar vivendo.
De repente é a falta de sentido que torna o nosso tempo por aqui tão precioso e tão irrelevante.

E, exista ou não, talvez seja a busca por sentido que da sentido a tudo o que fazemos.

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domingo, 12 de setembro de 2010

How i met you mother


Feriado simplesmente acaba com minha noção de dias.
Parece que foi ontem que eu escrevi meu texto anterior.

Carambolas.

Bom, here we go... O novo álbum do Arcade Fire...
Não posso mentir, só ouvi duas vezes e ainda não decidi o que acho dele. Só posso dizer que não estou apaixonada. Entãããão, resolvi não falar dele ainda... resolvi falar de uma coisa que estou apaixonada.

Senhoras e senhores, minha nova paixão é "How I Met Your Mother".
Essa é uma daquelas séries que eu escuto falar desde sempre, mas nunca tinha ido atrás.
Um dia, com tédio e sem vontade de ver ANTM, acabei baixando arranjando uma forma dentro da lei de assistir o primeiro episódio.
Três dias depois, terminei a terceira temporada. Sim, estou viciada.

A série é a história de Ted e é basicamente ele contando aos seus filhos, no ano de 2030, como conheceu a mãe deles. Mas Ted não se contenta em contar apenas essa história, ele conta tudo que aconteceu desde o dia em que ele resolveu que queria encontrar a mulher da sua vida.

Não tem como não gostar, para começar o elenco tem o Neil Patrick Harris e o Jason Seagel... e eles são de longe os melhores personagens. Não que os outros sejam ruins, o elenco todo se completa, na verdade.
A séria amarra bem o enredo, é bem bacana, tem coisa que eles mencionam na primeira temporada e na terceira contam a história toda. Eles nunca deixam um acontecimento jogado no ar.

Outra vantagem do seriado, é que ele não é cansativo... ele tem só 20 minutos e é leve de assistir.

Recomendo essa série do fundo do meu coração...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A Revolução de RanXerox


O grandão repulsivo com uma faca enfiada no peito na imagem que ilustra este post é Ranx, um robô punk homicída criado por um estudante a partir de uma máquina de xerox, que devido a um curto-circuito em seu "cérebro" é incondicionalmente apaixonado por Lubna, a garota manipuladore e ninfomaníaca de 12 anos que ele carrega no braço, a quem satisfaz com sexo e drogas.

Essa é a premissa demente da HQ RanXerox, criada por Stefano Tamburini no final dos anos 70 como segmento da revista underground italiana Cannibale. Durante quase uma década, o personagem foi responsável por histórias que atingiam o auge do politicamente incorreto e da violência gratuita, seja socando bebês no metrô, seja espancando qualquer um que se meta com a sua garota ou que não tenha seu gosto musical. Mais que um personagem clássico, tornou-se um ícone da contracultura e referência imediata para gente como Quentin Tarantino e qualquer um que se use da violência e do absurdo como ferramentas para criar uma crítica social devastadora.
RanXerox merece tanto respeito cultural quanto as HQs de um Crumb, ou a obra de um Bukowski, ou a música de um Zappa.

Por aqui, os quadrinhos foram parcialmente publicados no final da década de 80 na saudosa e alternativa revista Animal, hoje ítem raro na coleção de qualquer um (aliás, se alguém encontrar em algum sebo, me avisa!).
Agora a editora Conrad lança uma edição de luxo com toda a obra do personagem, que teve vida curta devido a uma overdose que matou seu criador.
Vale a pena dar os parabéns pra editora, por lançar um material tão clássico com um acabamento tão bacana, que conta ainda com um prefácio de Rogério de Campos (criador e editor da revista Animal e "homem-forte" da Conrad) e alguns desenhos do personagem. Capa dura e um preço justo.
Recomendadíssimo!

RanXerox mostra um futuro pessimista sob a visão do único ser ainda capaz de ter algum sentimento.
Uma máquina de xerox.

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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

texto kd/


Vocês querem saber a verdade?!
Toda verdade?

(Supondo que vocês responderam que sim e ignorando qualquer um que tenha respondido que não)
Então aí vai...

Não escrevi nenhum post para hoje.
É... NENHUM!
Ontem eu arrumei o quarto depois fui para a casa de uma amiga beber e ver séries. Sim... BEBER! Encher a cara! Manguaçar!
Sim, séries... sou nerd. Como proceder?

Ver tv bêbado tem toda uma diversão né?
Eu nem sei se aquele filme Watching Detectives com a Lucy Liu e o Cillian Murphy é tão engraçado quando pareceu ontem. Ok, era. Porque eu ainda estava sóbria.
Recomendo. Cillian Murphy e Lucy Liu fazem papéis inusitados levando em conta a carreira de ambos.
Só acho que o Cillian devia se alimentar melhor.

Eu estava bêbada mesmo quando começamos a ver a mini série da BBC do Sherlock Holmes nos dias de hoje.
O primeiro ep é legal, gostei bastante. Apesar do Sherlock ser kinda creepy... Mas ele curte mandar sms, achei moderno.
O segundo episódio não sei se é bom, dormi. Culpa do ep? Não, da cerveja.

E claro que no meio do primeiro e do segundo ep, TENTAMOS ver Cherrybomb, que é um filme do Rupert Grint.
Valeu pelas figuras. Plot manjado e já visto em Skins, cansou minha beleza.
Você sabe que um filme é chato quando as pessoas largam ele no mudo para ir assistir clipes do Five.

Utilizei pela primeira vez o Gelada Express. Nossa, recomendo... mei caro, mas mais barato que balada.

Acabou que dormi lá e quando cheguei em casa tive que trabalhar.

Ou seja... não deu tempo.
Mas eu amo vocês mesmo assim e olha que nem bêbada estou mais.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Mais Cinquenta


Há um ano atrás, em comemoração ao cinquentenário da carreira do Maurício de Sousa, foi lançado o MSP 50, um álbum especial retratando os personagens criados pelo desenhista no traço e na visão de 50 artistas nacionais.
O projeto acabou se tornando o "grande evento" dos quadrinhos brazucas do ano passado, o que acabou inspirando o idealizador da obra, o editor Sidney Gusman, a repetir a dose, escolhendo 50 outros nomes dos quadrinhos nacionais.
Afinal, talento é o que não falta.
E também não falta gente querendo homenagear o criador da Turma da Mônica.

E agora, menos de um ano depois, é lançado o álbum MSP+50.

Numa primeira leitura, esse novo volume já se mostra levemente superior ao primeiro.
Enquanto que no primeiro álbum a idéia era "uma homenagem aos 50 anos de carreira do Maurício", este segundo tem muito mais cara de "os personagens do Maurício na visão de outros artistas". Se no álbum anterior muitos escritores e desenhistas se prenderam ao conceito (muitas vezes de maneira chata) de aniversário, neste eles resolveram se soltar mais, se divertir mais com os personagens. Enquanto que o primeiro álbum era mais emocionante, este é definitivamente mais divertido.

Claro, não quer dizer que não existam os momentos chatos neste MSP+50, mas é menos do que os do MSP 50.

Se o primeiro álbum tinha nomes mais famosos ao grande público, como Laerte, Angeli e Ziraldo (só pra citar 3), este novo trabalho é muito mais "alternativo".
E isso acaba sendo muito bom, principalmente para quem acompanha os quadrinhos nacionais e já conhece os artistas.
Só pra citar algumas das melhores histórias... o trio Mateus Santolouco, Rafael Albuquerque e Eduardo Medeiros fizeram, respectivamente, uma história em três partes mostrando como a turma se conheceu. Roger Cruz coloca o Bugu dentro de um reality show, enquanto que Fernanda Chiella apresenta o primeiro encontro entre a Pipa e o Zecão (provavelmente o tema mais inusitado que eu poderia imaginar). Fábio Ciccone cria uma história divertidíssima com o Piteco, e Chico Zulio mostra a importância da imaginação. Caco Galhardo e Clara Gomez dão uma amostra de como foram inspirados pelos quadrinhos do Maurício de Sousa, e Mario Cau mostra por que nunca devemos deixar nossa infância para trás. Mozart Couto (que eu sempre imaginei fazendo uma história do Piteco) escolhe o Horácio para mostrar que, nos quadrinhos, tudo é possível, e Diogo Saito faz algo hilário (e até assustador) com a relação entre o Cebolinha e o Louco. Rafael Coutinho cria um conto apocalíptico e emocionante, e André Vazzios mistura filmes, mitologia e video-game na busca da turma pelo Um Gibi. E mantendo o padrão criado pelo volume anterior, a história que fecha este é provavelmente a mais emocionante de todas, criada pelo Romahs, capaz de deixar os olhos de qualquer marmanjo cheios de lágrimas.

MSP+50, assim como o primeiro álbum, é item obrigatório na estante de qualquer pessoa que, como eu, aprendeu a ler e cresceu lendo os quadrinhos do Maurício de Sousa. E ainda que não seja uma completa unanimidade (veja o por que neste post AQUI!), a influência que ele exerceu - não só nos quadrinhos, mas em todo tipo de arte nacional - está tatuada nestas duas obras.

Para os que lerem este MSP+50, só resta uma pergunta no final:
Afinal, por que diabos só o pé do Cebolinha tem dedos?

Quem sabe o já anunciado terceiro volume consiga uma boa resposta...

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