sábado, 28 de março de 2009

When I come around...

"I am one of those melodramatic fools, neurotic to the bones... no doubt about it!"

Billie Joe Armstrong, Mike Dirnt e Tré Cool.
Sabe quem são?
NÃO? Onde você esteve desde 1987?
Eles são nada mais nada menos que uma das melhores bandas que eu conheço: Green Day.
(agooooooooora você ligou o nome a pessoa né?)

Uma banda carismática, talentosa, que repaginou seu estilo sem perder a qualidade, que fala tanto de bobeiras e maluquices quanto da política... transformando tudo isso em hits eternos.
O Dookie é um álbum épico que eu diria que não pode faltar na coleção de ninguém.

"Tá...tá... Renata, você tá um pouco atrasada nessa dica musical aí né?!"
Calma, gente.

Vim aqui contar pra vocês duuuuuuuas coisas...
A primeira é que o novo cd deles está para ser lançado, o 21st Century Breakdown sai agora em maio. O disco contará a história de um casal e será dividido em três parte... O primeiro single, "Know your enemy", sai em abril. O disco foi produzido por Butch Vig, que já trabalhou com Nirvana e Smashing Pumpkins.

A segunda é que esse cd vai ter uma turnê mundial de lançamento... sim, senhores... MUNDIAL. A passagem pela América do Sul foi garantida pela banda. Já estou com meus dedos cruzados por um show no Brasil. Afinal, se eu tivesse uma lista de shows que não posso perder, esse seria um deles.
Eu nem me lembro quando, como e onde ouvi pela primeira vez alguma música deles. Para ser bem sincera, na minha cabeça eu sempre tive boa parte das letras na ponta da língua.
Tudo me agrada neles... desde a sonoridade até os integrantes.

Mesmo que o novo cd seja uma porcaria, só de poder ouvir alguns dos sucessos anteriores e um dia poder dizer para os meus sobrinhos que eu assisti Green Day ao vivo...

terça-feira, 24 de março de 2009

Sem Palavras...?

- foto roubada ilegalmente do Orkut de um amigo -

Eu tenho um método para saber se um show foi bom ou não.
Se eu estiver cruzando os dedos para que o show acabe logo, então ele foi ruim.
Se eu sentir vontade de sentar no chão e descansar durante o show, então ele foi questionável.
Se eu não sentir a mínima vontade de sentar e descansar um pouco durante o show, então significa que ele foi bom.
Se eu não sentir a mínima vontade de sentar e descansar um pouco durante o show, mesmo estando de pé há mais de 4 horas, então ele foi muito bom.
Se eu me pegar parado de pé, com os olhos esbugalhados e hipnotizados e com a boca inconcientemente aberta no meio de um show, então ele foi fantástico.
Se eu me pegar rodeado por pessoas no mesmo estado, então o show foi perfeito.

Ok, eu bolei esse método no domingo, durante o festival Just a Fest.
Mas e não é que funciona?
(pelo menos na maioria das vezes)


Primeiro, vale a pena dizer que o Just a Fest, convidando bandas consideradas geniais pela crítica e público, pode ser traduzido como o festival das influências e de seus influenciados.
Afinal, o Kraftwerk é uma das principais bases do som do Radiohead, que por sua vez é um dos principais modelos do Los Hermanos. Caso o Vanguart tivesse sido realmente confirmado entre as atrações, talvez até pudessemos criar mais uma ramificação...
Mas afinal, quem quer saber disso quando eu tenho tanta coisa pra comentar, hein?

Os Hermanos subiram no palco as 6 e meia em ponto, e juro que não entendo as várias críticas que fizeram ao show dos barbudos. Claro, depois de assistir a pelo menos uns 5 shows dos caras, é fácil perceber que eles não estavam como quando tocavam juntos todos os dias... mas acho injusto chamar a apresentação de "desempolgada" ou "desanimada".
Os cara estavam há dois anos sem tocar, visivelmente preocupados e concentrados demais em tocar com a mesma qualidade da turnê do álbum 4. Mas também estavam visivelmente felizes de estar alí. Tanto o Amarante quanto o Camelo sorriam, dançavam (ainda que discretamente) e mostravam que ainda existe sim uma esperança pela volta do grupo.
Aliás, é divertido tentar escolher um "favorito" entre os dois. Assim que Marcelo Camelo te conquista com músicas como Todo Carnaval Tem Seu Fim, Cara Estranho e Casa Pré-Fabricada, Rodrigo Amarante te puxa de volta com Deixa o Verão, Incondicional e Último Romance.
Mas o carisma do Amarante é insuperável, principalmente porque Marcelo Camelo ainda parece estar no clima introspectivo do seu álbum solo.

Depois foi a vez do Kraftwerk.
Tudo bem, confesso que eu queria ser mais inteligente para realmente curtir o som e a postura dos caras... mas é inegável que eles são os melhores no que fazem.
A banda é o pilar que sustenta todo o cenário musical eletrônico. Não importa se você gosta ou não, você deve respeitá-los.
E vendos seus fãs dançarem cada música de olhos fechados, é impossivel não considerar o show um sucesso.

E então, aconteceu...

As 10 horas da noite, o Radiohead subiu ao palco.
E, por mais que eu queira traduzir em palavras tudo o que eu senti nas mais de duas horas de show, eu ainda sinto que isso seja impossível.
Basta dizer que, pelo método citado lá no começo deste post, é fácil concluir que aquelas mais de duas horas foram perfeitas! Simplesmente perfeitas!!
O set list passeava por toda a discografia da banda, e até sofreu alterações de última hora para adequar os clássicos Creep e Fake Plastic Trees. O último álbum, In Rainbows, foi tocado na integra.
Não tenho a mínima vergonha de dizer que chorei, seja nas duas músicas citadas acima, seja durante Exit Music (For a Film) ou seja ao escutar o coro do público pós-Paranoid Android, que obrigou Thom Yorke a se render aos seus fãs paulistanos e acompanha-los repetindo os versos finais da canção (aliás, escutar ao vivo sua música preferida? Cara, não tem preço...)
Como um amigo meu disse, a melhor banda do mundo só podia fazer o melhor show do mundo.

Foi histórico, maravilhoso, irreal.
Foi ridículo de tão bom.
Foi perfeito.

Simplesmente perfeito.


Queria saber exatamente o que dizer por aqui pra mostrar o que aconteceu naquele show.
Mas, por enquanto, é apenas isso que eu tenho.
Vai ter que ser o bastante.

Bom, pra alguém sem palavras, até que eu escrevi bastante, hein...

segunda-feira, 23 de março de 2009

Pré - Radiohead.


[Pra começar perdoem a demora, dormi na casa de uma amiga depois do show e só consegui voltar para casa e postar agora.]

Ontem aconteceu o Just a Fest. O festival surgiu do nada, ninguém esperava por ele. Mas apareceu em grande estilo: Radiohead, Kraftwrek e Los Hermanos.

Cheguei lá e estava tocando um DJ, ou sei lá... só sei que ele era extremamente esquizofrênico! Ele tocou algo parecido com Kenny G (nada contra mas, se você quer animar alguém num festival... não dá!), aí no outro intervalo teve reggae e até música árabe. DJ Mauricio Valadares, você não nasceu pra coisa, beijos.

O evento em si começou com o show inusitado dos Los Hermanos. O show era MUITO aguardado, pois depois de 2 anos sem fazer um show em São Paulo, estando em hiato e com esse show ainda não significando a volta da banda, eles estavam ali.
A maior parte dos ingressos aqui na capital foram vendidos exatamente por causa deles.
Logo na hora do show, lá pelas 18:30, o lugar já estava praticamente lotado. Eu, que resolvi ficar num ambiente mais agradável (respirável), escutava o coro lá na frente cantando e aplaudindo... e veja, eu estava tão longe que em algumas horas o som do público parecia uma gravação.
Eles começaram a apresentação com a consegrada "Todo carnaval tem seu fim", cantada a plenos pulmões pelo público.
A cada música o público vibrava, gritava, dançava... juro que me senti encabulada de não saber cantar todas as músicas.
A banda começou um pouco timida mas depois foi se soltando...
Amarante sorria, dançava e falava com o público... Camelo sorria, caminhava pelo palco, agradecia todo mundo.
Meu coração se encheu de emoção quando Amarante disse "Nossa, quanta gente." e quando Camelo disse "Vocês são lindos demais.".
Se no Rio ele pareciam apáticos, como muita gente disse, em São Paulo eles me pareceram muito felizes.
Nunca fui num show deles, mas me senti muito satisfeita com o que vi.
O set list foi muito bom, com direito a música que nunca tocaram ao vivo (a não ser no show do Rio, claro), só faltou Tenha Dó, quase chorei de tristeza.

Depois de um intervalinho de 20 minutos, vieram os tiozões do Kraftwerk. Os pais da música eletrônica fizeram um show pra fã nenhum botar defeito. Abriram mão de toda modernidade que teriam disponível hoje em dia e se mantiveram com o que lhes deu fama. Claro que eu, leiga que sou, vi um show de música eletrônica que até me fez dançar um pouco. Mas vi os fãs da banda indo a loucura, emocionados e dançando loucamente. Não sei se gosto muito da idéia deles ficarem imóveis no palco, me dá um pouco de nervoso... mas se é o estilo deles, né?! Pelo menos quando eles são substituídos por bonecos no palco, o bonequinhos dançam (só assim que notei que eles tinham sido trocados).
Cheio de brinks foram e voltaram do palco milhares de vezes, quando eu achaaaaaaaava que tinha acabado lá estavam eles de novo.
Eu não compraria um cd deles, mas como show achei bacana.

Aí depois de uma espera de cerca de uma hora...
Bom, essa história eu deixo pro Brancatelli, que ele merece a honra de contar.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Cabeça de Rádio

Em pé detrás de um microfone e empunhando uma guitarra, Thom Yorke parece até se divertir enquanto que, de olhos fechados, mexe descontroladamente a cabeça no ritmo da canção que é cantada como uma prece por uma multidão de seguidores, que enxergam nas palavras do líder da banda Radiohead as respostas para os principais enigmas da humanidade. Seus companheiros de palco seguem seus passos e dançam, ainda que timidamente, enquanto tiram de seus intrumentos sons tão perfeitos quanto os gravados por eles em estúdio. Para os que assistem ao espetáculo, aquele é um momento único, real. Tudo o que existe está em cima daquele palco, e é tudo o que importa.

Ao menos essa é a cena que os fãs esperam ver na Chácara do Jockey nesse domingo, dia 22, durante a última apresentação do festival Just a Fest (que ainda conta com o Los Hermanos e com o Kraftwerk).

Não é para menos.
A banda inglesa toca pela primeira vez em terras brasileiras desde o lançamento do seu primeiro single, Creep, em 1992.
Do primeiro álbum grunge Pablo Honey até seu "quer pagar quanto?" com o lançamento virtual do complexo In Rainbows, o Radiohead viveu uma montanha-russa no cenário musical.

A popularidade alcançada pelo primeiro single foi gigantesca fora do seu país natal. Já o segundo álbum, The Bends, consolidou o quinteto com os fãs e finalmente chamou a atenção britânica, mas não foi o bastante para tirar a imagem de Thom Yorke e cia como "a banda de Creep" da cabeça de um público mais amplo.
Isso ocorreu apenas com o lançamento do álbum seguinte, o clássico Ok, Computer. Unindo guitarras, sons sintetizados, experimentação e um tema em destaque na época - a revolução tecnologica - o disco foi um sucesso comercial e um verdadeiro fenômeno de crítica (e prometo que será melhor analisado aqui no Two Cold Fingers num futuro próximo).
Finalmente, tendo recebido quase que por unanimidade o título de melhor e mais inovadora banda da década, o Radiohead não tinha mais obrigação de se provar, podendo então criar obras realmente difíceis e não-comerciais.

O primeiro dessa leva foi o Kid A. Sob a preocupação dos fãs de que a banda não conseguisse criar nada melhor que o trabalho anterior, Thom Yorke já avisa logo na primeira faixa: "Everything in Its Right Place".... tudo está em seu devido lugar. Apesar de estranho nas primeiras audições, suas letras minimalistas e muito mais sons eletrônicos que os álbuns anteriores, Kid A obteve ótima resposta do público, tornando-se ironicamente o maior sucesso comercial do Radiohead até o momento.
O álbum seguinte, Amnesiac, formado por sobras das gravações do Kid A, segue o mesmo estilo musical de seu predecessor, e garantiu seu sucesso.
O sexto disco, Hail to the Thief, apesar de continuar com o inesperado e inabalável êxito comercial da banda, dividiu a crítica, já irritada pelo fato da banda permanecer em constante metamorfose sonora.

Depois de um tempo de descanso e dedicado a projetos solos, a banda voltou dando uma banana para a indústria fonográfica, chutando a bunda da gravadora e lançando primeiramente na Internet o sétimo álbum, In Rainbows, apenas para download no site da banda tendo seu preço definido pelo próprio consumidor, e lançando-o apenas depois em lojas. A brincadeira, que poderia significar em fracasso financeiro, acabou resultando em 1,2 milhão de cópias vendidas digitalmente só no primeiro dia. Depois de um ano, o dinheiro recebido apenas pelas vendas online superaram o Hail to the Thief.


Mesmo quando parece que a própria banda se boicota, o que se revela é o prestígio do público e a aclamação da crítica.
O Radiohead abandonou a sonoridade "cover de Nirvana" e tornou-se influência para bandas como Keane, Coldplay, Travis e inúmeras outras.
Eles deixaram para trás todos os rótulos e preconceitos para entrar na seleta lista das maiores bandas, não só dos últimos anos, mas também de todos os tempos.

Como pode uma banda estranha, sem um som definido, que a cada disco produz músicas mais estranhas e viajadas, sem hits tocando nas rádios, com um estilo melancólico e intimista e cujo rosto principal é o de um homem feio, deprimido, sensível e sem pose de rockstar tornar-se a mais respeitada e festejada banda de rock da atualidade?

Dou a resposta no próximo post, depois de assistir ao show.

domingo, 15 de março de 2009

Motivos para se prestar atenção no Amado.


Por essas vocês não esperavam né?! Mas um dos meus presentes de aniversário foi um livro chamado 'Almanaque da música brega'. Esse livro me inspirou e dele podem sair vários textos, acreditem... mas um dos artistas ali citados me chamou atenção: Amado Batista.

Sabe aqueles nomes que você conhece, já ouviu alguma música, se bobear até sabe cantar alguma mas não dá muita bola?
É assim que muitos de nós vemos ele, mas lendo mais sobre a pessoa e sua carreira acabei descobrindo que taí uma personalidade no mínimo curiosa de se conhecer.

Amado já gravou 29 discos em seus 33 anos de carreira e suas vendas totalizam cerca de 20 milhões de discos (sendo que a maioria ganhou discos de outro, platina,etc.).
A trajetória de Amado é tão interessante que sua vida foi retratada em um filme de 1982 chamado Sol Vermelho.

O livro traz informações que eu nem imaginaria, como o fato de que ele foi preso nos anos 70 por ter contato com militantes de esquerda. Na prisão, onde ficou 2 meses, ele foi torturado física e psicologicamente (vai achando que é só aqueles artistas cultizinhos que eram presos!).

E que como seu primeiro disco não trazia fotos dele, mesmo tendo sido um grande sucesso ninguém sabia como ele era, por isso ele continuou a trabalhar em sua loja de discos. Achava graça quando as pessoas íam na loja procuarndo seu disco pra comprar e nem faziam idéia que o ídolo delas era quem estava ali os atendendo.

Amado cantando letras tristes sobre garotas em cadeiras de roda ou perda do grande amor, letras de romance e até letras sobre assédio sexual (q) já foi sucesso nacional, já esteve em praticamente todos programas de tv e provavelmente não havia uma só pessoas que não soubesse alguma música sua de cór.... Mesmo que hoje, para alguns de nós ele seja apenas uma estrela do passado, o moço continua na ativa e lançou agora em 2008 um cd acústico contando com participaçãos de Sérgio Reis e Fagner (entre outros). Mesmo não estando na mídia em alguns lugares as pessoas continuam comprando seus novos cds, e adorando.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Ensaio Sobre... Dedos Cruzados?


Nos últimos meses tem acontecido uma coisa bem bacana comigo.

Talvez algumas pessoas que acessam o Two Cold Fingers (alguém ainda lê as bobagens que a gente escreve por aqui?) não saibam, mas eu costumava escrever letras de música.
Na verdade eu comecei a escrever por causa das minhas sérias limitações ao violão. Era frustrante não poder tocar as músicas que eu mais gostava, ou por serem formadas por riffs impossíveis (pra mim), ou por acordes complicados (pra mim).
A saída que eu arranjei foi criar minhas próprias músicas, mais simples e mais adequadas à minha (completa falta de) técnica musical. Na época que eu fiz cursinho, lá por 2004, eu passava todas as aulas escrevendo, e de 20 letras que eu escrevia por mês, pelo menos uma eu olhava e pensava que valia a pena. E pra essa letra eu criava uma música.
Montei uma banda – o Projeto Murphy – e comecei a tirar essas músicas do papel. Gastamos uma boa grana em estúdios, fizemos um show... e só. No começo do ano passado eu percebi que a banda não teria futuro, e alguns ensaios depois eu simplesmente desisti de fazer dar certo.
O Projeto Murphy acabou.
E junto dele, acabou também minha capacidade de escrever alguma música.

“Mas e eu com isso, Brancatrolhas?”, você deve estar se perguntando agora, amigo leitor.
Não faço idéia! Eu só queria aproveitar este blog sobre música pra compartilhar o fato que há alguns meses eu voltei a escrever.
Veja bem, eu sou um garoto recém-formado e desempregado de 22 anos, sem nenhuma perspectiva de vida, sem muito dinheiro no bolso, que não tem idéia do que fazer da vida pra conseguir o pão de cada dia e que, atualmente, anda se sentido bem inútil.
O simples fato de eu ter voltado a escrever QUALQUER COISA que possa se parecer uma música já é uma vitória!!!
E pra ser sincero, o que saiu da minha caneta foram músicas boas, como eu nunca tinha escrito antes. Talvez por influencia das coisas que eu tenho escutado nos últimos tempos, eu passei a me levar menos a sério e escrever coisas menos pessimistas, às vezes até encontrando um humor discreto em temas mais tensos, como a loucura e a homossexualidade (!!!).
Percebi que querer escrever letras poéticas ou complexas demais acaba é criando letras forçadas e pretensiosas demais.
Ironicamente, escrever coisas simples acaba sendo até mais difícil mas, ao mesmo tempo, muito mais divertido.
Não quero mais tentar fazer algo genial...
Quero é fazer algo bom!

É engraçado, eu nunca achei que eu tinha muito talento.
Sei que posso muito bem me sentir um fracasso total daqui uns dias, mas no momento isso é uma coisa que eu consigo me enxergar fazendo! Colocar alguns sentimentos em uma folha de papel e depois colocá-los em uma melodia... talvez seja muita pretensão, mas pode ser a única coisa que eu realmente consigo fazer.
Sei que eu não sou nenhum... Beethoven (o músico, não o cachorro), mas quanto mais eu escrevo, mais eu me convenço de que talvez eu realmente tenha algum talento.
E eu não posso desperdiçar isso.
Simplesmente não posso.

To tentando montar uma banda nova.
Uma que leve essa idéia mais a sério, e que talvez até faça mais que um show.
Talvez uns... quatro, ou cinco! O céu é o limite!!

Acho que o que eu to tentando dizer é... cruzem os dedos por mim.
E prometo que, no nosso primeiro show, todos que chegarem e disserem “Brancatelli, Brancatelli, eu cruzei os dedos por você!!!” terá uma cerveja completamente paga por mim.
É sério, podem imprimir esse texto e usar essas palavras como prova.
Cerveja por minha conta!!!

Quem viver, verá.
Apenas cruzem os dedos...

domingo, 8 de março de 2009

The King is back (ou quase)!


Calma, não descobriram que de fato Elvis não morreu. Não estou falando sobre o rei do rock e sim, o rei do pop!

Michael Jackson.
Se você nunca cantou, dançou, murmurou ou batucou na mesa alguma música dele ou tentou o famoso 'moonwalk'... sinto muito, você é parte de uma minoria... uma minoria MUITO sem graça por sinal!
A verdade é que Michael foi o rei, mais que o rei... o deus do pop por muito tempo.
Ele já vendeu 750 milhões de álbuns e ganhou 13 Grammys. Além do mais, seu álbum 'Thriller' ainda é um recordista em vendas. Tudo veio abaixo com as acusações de abuso de crianças e excesso de plásticas e maluquices.
Passou de referência de sucesso para referência de bizarrice.

Mas parece que ele não quer deixar seus fãs com essas lembranças e quer que sua última memória dele como artista seja positiva.
Para isso Michael fechou um contrato para 10 shows no O2 Arena em Londres, shows que segundo Michael, serão os últimos shows na carreira (alguns boatos afirmam que serão mais que 10). Michael não encara uma turnê desde 2001 e fica difícil saber se ele vai conseguir reviver a antiga presença de palco e pior ainda, se ainda consegue cantar como antigamente.
Mesmo Michael prometendo cantar as músicas que seus fãs querem ouvir, ou seja... nada de material novo (ufa!), o medo do que vem por aí fica.
Fato é que o valor que o cantor vai receber pelos shows é mais do que o suficiente pra tirá-lo do buraco.

Eu torço pelo Michael, de verdade. Espero que os shows sejam um sucesso e que ele mostre que ainda é capaz de agitar multidões. E que todos lembrem dele como o popstar que é, do que como a figura bizarra que tem aparecido por aí.
Se dinheiro eu tivesse, num show do Michael eu iria... Deve ser único.

Agora deixa eu ir ali tirar minhas luvinhas da aposentadoria e praticar meu 'moonwalk'...

quarta-feira, 4 de março de 2009

Dançando Pigeon Detectives

Trancou a porta e colocou os fones de ouvido.
E a música começou, e se integrou ao mundo como se fossem uma coisa só.

Assim, durante sua caminhada, o cinza habitual ganhou um colorido raro, do tipo que não se vê por entre a fumaça dos carros e cigarros.
Andou até o ponto de ônibus, onde um homem vestindo seus trapos descansava deitado ocupando todo o banco, esquecido da vida que levava nas ruas, como se fosse o personagem de algum blues chorado pela gaita de alguém.
Do outro lado da calçada, a garota bonita andava cada passo de acordo com o ritmo da música, como se fosse a musa inspiradora. Ela lhe lançou um olhar com o canto dos olhos e continuou andando, desfilando por entre as pessoas que, apressadas, seguiam seus próprios caminhos.
Enquanto o ônibus não chegava, no semáforo um garoto fazia malabarismos com quatro pequenas bolas coloridas, que voavam por sobre sua cabeça, como se as 3 moedas que ele recebesse daquele seu público fossem a solução de todos seus problemas. Correu para a calçada quando o sinal abriu, dando espaço para que o balé de carros acontecesse. O garoto então colocou as moedas no bolso, guardou as quatro bolas em um saco plástico e saiu a caminhar. Afinal, por ora, seu show havia terminado. Assim, desapareceu pela esquina.
Olhou para o relógio, como que por impulso, e desistiu de esperar pelo ônibus que não passava. Saiu andando, calmamente, aproveitando a música particular que passava por seu fone.
Viu o homem de meia idade sentado a uma mesa de bar, barba por fazer, cabelos desgrenhados e garrafa de cerveja em mãos, servindo seu copo vazio. Sozinho, mas parecia não se importar com a própria solidão. De certa forma, parecia conformado a ela, como se tivesse vivido toda a sua vida naquela mesma mesa de bar, sempre com aquela aparência desleixada, sempre com aquele mesmo copo de cerveja. Sempre sozinho.
Passou por um pai com seu filho no colo. Não devia ter mais que 1 ano, o garoto. Enquanto passava, a criança olhou em seus olhos e sorriu. Um sorriso digno de alguém da sua idade, boca desdentada aberta, com toda a sinceridade estampada nos seus olhos arregalados. O pai, sem perceber, simplesmente continuou andando. Afinal, aquele sorriso já devia ser um lugar-comum para ele. Uma fração de segundo depois, o garoto já estava entretido em alguma outra coisa naquele cenário gigante e estranho que era a cidade. Quem pode culpa-lo?
E continuou andando, não distinguindo mais música e mundo. Uma menina chorava sentada no meio fio ao som de Belle & Sebastian. Quatro garotinhas dançavam Pigeon Detectives pela calçada, enquanto que um casal de idosos caminhava de mãos dadas embalados por Radiohead. Uma mulher vestida de preto usava um lenço para enxigar suas próprias lágrimas dentro de um carro com My Chemical Romance. Um garoto na porta do metrô chegava de viagem com Belchior, enquanto que outro partia com Simon & Garfunkel. Um cachorro se coçava com Raul Seixas, um garoto encostado na faxada de um bar fumava com Libertines, um carro antigo e bem-conservado passeava pela rua com Roberto Carlos, um policial tomava café e ria de um mendigo bêbado com Titãs, em um grupo de amigos um garoto falava alto e tentava ser o centro das atenções com Ecos Falsos. A sua frente, um coração se quebrava com Adriana Calcanhoto. Do outro lado da rua, um jovem se apaixonava à primeira vista com Beatles.

Finalmente chegou aonde queria e tirou os fones.
Deu uma última olhada por cima dos ombros, vendo agora o mundo sem a ajuda dos seus fones de ouvido.
Sentiu o vento bater no seu rosto e sorriu, sem mais a sua trilha sonora particular.

Mas, ainda assim, a música continuava tocando...