domingo, 31 de janeiro de 2010

United States of Tara


Bom, vocês costumam dizer que dou boas dicas de música... Hoje a dica vai ser televisiva.

Na ausência de novos episódios das minhas séries (Lost, Dexter e Big Bang Theory), uma amiga me falou muito bem dessa série.

United States of Tara é uma série que conta a história de Tara (dãããã) e sua família. Digo... A série conta a história de Tara, de suas diferentes personalidades e sua família. Sim, Tara nem sempre é Tara... ela às vezes é T, uma adolescente sem limites e noção; às vezes ela é Alice, uma dona de casa saida de um seriado dos anos 50 e às vezes ela Buck, uma caminhoneira.

A protagonista é interpretada por Toni Collete, que fez Little Miss Sunshine e foi indicada ao Oscar por Sexto Sentido. A Toni está fantástica nesse papel, sinceramente se superou.
O marido compreensivo, Max, é interpretado pelo pedaço da mal caminho que eu não sei como a Carrie rejeitou ator John Corbett, que fez Sex and the City e Casamento Grego.
A filha chatabagaraibiscatemascombomcoração,Kate, é interpretada por Brie Larson, que já fez várias pequenas coisas e é uma cantora pop (oi?).
E por fim, meu personagem preferido... o filho de Tara, melhor e mais divertido personagem (ok, depois da Tara), Marshall, é interpretado por Keir Gilchrist... que já teve várias participações em coisas e dublou um episódio de Family Guy (WIN!).

O brilho não se deve só ao elenco, a série foi criada pela aclamada Diablo Cody (Juno) e é produzida por Steven Spielberg, tsá?! "Só" isso.

Diablo conseguiu criar uma série divertida e dramática com ótimos capítulos que não perdem o ritmo, a série já rendeu o Golden Globe para Toni Collete.

A Showtime (que tem as melhores séries atualmente) já confirmou a segunda temporada e sua estréia será em março desse ano. E se você não gosta ou não tem como baixar achar a primeira temporada, fique ligado na Fox no dia 08 de fevereiro às 22hrs que poderá ver a estréia da promissora série no Brasil (ok, é dublado... mas nada que uma tecla SAP amiga não dê jeito).

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A Injustiça da "Década Passada"


Na passagem de 2009 para 2010, inúmeras revistas, blogs e sites resolveram simplesmente ignorar que a década acaba somente daqui 11 meses e meio e resolveram nomear a "banda mais importante da década".
Quase que unanimimente, o Strokes foi a banda mais lembrada, por ter retomado o rock de garagem em um cenário dominado por rappers e bandas pops e influenciado muita coisa boa que veio depois, tanto no estilo cuidadosamente despojado quanto musicalmente.
Mas o grande problema dessas eleições, assim como acontece com qualquer tipo de premiação, é que ela de certo modo impõe que uma banda merece mais crédito que a outra. Elegendo uma "melhor" ou "mais importante" banda, tudo isso acaba desmerecendo as outras.
E nessa dança, entre os inúmeros injustiçados, um nome importante demais foi esquecido:

O Arcade Fire.

Espécie de Belle & Sebastian menos "Simon & Garfunkel", o Arcade Fire é tão importante para a música indie quanto o Strokes.

Escutei a banda pela primeira vez no Tim Festival de 2005, no mesmo ano em que o carro-chefe do festival era a banda do Julian Casablancas.
E mesmo sem conhecer nenhuma das músicas tocadas, impossível eu não dizer que aquele foi o melhor show do festival!! Cada integrante da banda se apresentava no palco como se aquele fosse o show mais importante de suas vidas, ignorando o fato que a maior parte do público esperava a banda principal da noite.
E por mais que eu tenha adorado todo aquele show, me arrependo profundamente por não ter conhecido o Arcade Fire antes daquela noite.

Até aquele momento, a banda (formada pelo casal Win Butler e Régine Chassagne) só tinha lançado um álbum, o Funeral, nomeado assim por conta dos parentes que faleceram durante a gravação do disco.
E vale dizer que Funeral é perfeito do começo ao fim!
Cada intrumento tem motivo para estar lá, nenhuma nota é tocada a toa.
Com clara influência de David Bowie (que acabou se tornando ele próprio fã da banda), o álbum apresenta clássicos como a já bem conhecida "Rebellion (Lies)", a épica "Wake Up" e "In The Backseat", uma obra de arte caótica cantada com emoção e fragilidade pela Régine.
Tudo isso com uma maturidade inacreditável para uma banda iniciante.

Dois anos depois a banda lançou seu segundo álbum, o "não-tão-bom-quanto-o-primeiro-mais-igualmente-interessante" Neon Bible.
Ainda que tenha bons momentos, como "Black Wave/Bad Vibrations", a animada "(Antichrist Television Blues)" e a oitentista "Keep The Car Running", o álbum acaba se mostrando cansativo em alguns momentos, em vários momentos por conta do vocal de Win Butler, e não consegue atingir a genialidade de Funeral... o que não significa que é um CD ruim ou descartável, longe disso!

O terceiro álbum da banda está programado para a metade de 2010.
Quem sabe ele sim consiga consolidar o Arcade Fire como uma das maiores bandas da atualidade, não apenas para a crítica e para público indie, mas para um público muito maior.

Eles criaram um dos melhores álbuns dos últimos anos e que definiu toda uma geração indie.
Vai saber o que a nova década reserva para o Arcade Fire...


E se não for pedir muito, seria legal um novo show por aqui! =D

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Ensaio Sobre a Esperança


- Você ta aí? – ela perguntou, encostada na porta fechada, sem esperar retorno.

As noites eram sempre mais difíceis, quando a solidão que vinha com a escuridão inundava toda a casa. Nunca era fácil, mas a escuridão sempre teimava em tornar tudo especialmente difícil.

- Só me diz se você ta bem... – perguntou com os olhos molhados, já sabendo a resposta. Dessa vez o silêncio foi doído, sofrido, ensurdecedor. Nem um murmúrio, nem um gruído, nem um suspiro. Apenas o silêncio, que já dizia muito mais que qualquer outra resposta.

Ela voltou à sala, com uma conformação fingida no rosto. Se a depressão do garoto não respondia mais aos medicamentos, o que se havia de fazer? Só lhe restava esperar que o sol nascesse no dia seguinte, e no dia seguinte, e no dia seguinte. Enquanto a noite durasse, tudo o que lhe restava era esperar.

Serviu-se de um copo e, sem pensar, quase que por instinto, bebeu em um só gole todo aquele líquido amargo. Sentiu-lhe queimar a garganta e subir quase que imediatamente ao cérebro. Ainda assim, não alterou sua expressão indiferente e cansada. Encheu novamente o copo, ainda sentindo o efeito do álcool.
Aquele era seu filho. Seu único filho, que havia perdido completamente a vontade de viver. E quando a própria vida derruba uma alma, apenas ela pode se levantar.
Sozinha, sentou-se em sua poltrona e relaxou a cabeça. Perdida em seus próprios pensamentos, apagou a luminária da mesa a sua direita, onde largou o copo já vaziu, e deixou-se envolver pelo escuro, tentando sentir se sua própria alma suportaria todo aquele peso. Queria trocar, dar sua alma ao seu filho e segurar em seus braços aquela alma frágil, quebrada por sua própria sensibilidade. Queria deitá-la em seu colo e niná-la cantando aquela música antiga que sempre cantava anos antes. "You are my sunshine, my only sunshine..." Quando tudo era mais fácil. Quando uma simples canção conseguia consertar qualquer estrago causado pela vida. Mexeu os lábio ao ritmo da música que escutava claramente dentro de sua cabeça. "You make me happy when skies are grey..." Sentiu aquele corpo pequeno em seus braços, e o apertou forte, querendo nunca mais deixá-lo escapar. "You’ll never know, dear, how much I love you..." Apertou tão forte que percebeu que apenas abraçava o vaziu. "Please don’t take my sunshine away…"

Abriu os olhos, desperta daquela memória. Mas a música continuava. Não em sua cabeça. "You are my sunshine..." Caminhou até o quarto do filho e abriu delicadamente a porta. Tão claro quanto ouvia em suas próprias lembranças, o rádio tocava aquela mesma música. Deitado na cama, o corpo de seu filho repousava serenamente. Dormia um sono pesado, alheio ao próprio sofrimento. Ao se aproximar, ela percebeu algo no rosto do filho que não via há muito tempo.

No canto de seus lábios, esboçava um discreto e esperançoso sorriso.

Esperança. Há quanto tempo não se dava a esse direito?

A música ainda tocava quando deitou-se na cama, abraçando aquele garoto, a coisa mais preciosa de toda a sua vida.

"Please don’t take my sunshine away..."

Lá fora, a noite já acabava, e o sol voltava a iluminar o mundo.

Assim como aconteceria no dia seguinte.

E também no dia seguinte.

E no seguinte...

domingo, 17 de janeiro de 2010

Onde vivem os montros


Eu não queria forçar a barra e falar duas vezes de um assunto não relacionado à música e nem queria falar também de algum filme, mas foi impossível sair daquele cinema na sexta passada sem vontade de falar sobre esse filme.

O Brancatelli disse uma verdade no dia, nós dois temos sorte... SEMPRE que vamos ao cinema juntos acabamos vendo algum filme bom, pode nem sempre ser o melhor do mundo... mas acho que nunca saímos decepcionados... Mas fazia um bom tempo que não saía do cinema embasbacada, sabe? Que eu não chorava, ria, sonhava e me apaixonava no mesmo filme. Fazia um bom tempo que um filme não me deixava com uma sensação boa depois de assistir.

Onde vivem os monstros já é um dos melhores filmes que assisti na vida e entrará no meu top 10. Ele é perfeito em todos os aspectos: fotografia, trilha sonora, adaptação do livro, atuação, tudo...
A história em si nem precisa de comentários, ela é de um livro com o mesmo nome e muito famoso lá fora.
Max, um garoto solitário com muita imaginação e energia embarca (literalmente) numa viagem e encontra o lugar onde vivem os monstros. TODOS os monstrinhos (ou monstrões) são apaixonantes, não tem como você não amá-los. O Max é apaixonante, o ator (que também se chama Max) é um estreante, mas tem uma atuação impecável.

Spike Jonze merece mais do que admiração por esse filme, merece meus agradecimentos por ter nos presenteado com essa obra prima. Minha vida teria um pouco menos de brilho se esse filme nunca tivesse existido. Você à essa altura acha que estou exagerando, mas esse filme ganhou meu coração de uma forma inexplicável.

Estava com saudade de sair do cinema com lágrimas nos olhos, um sorriso no rosto e muitos sonhos na cabeça.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O Verdadeiro (e não tão elementar) Sherlock Holmes


Primeiro, esqueça o que você sabia sobre o Two Cold Fingers.
Hoje nós oficialmente inauguramos nossos posts "off-topic", para que possamos falar de cinema, quadrinhos, livros, sais de banho, ações da bolsa de valores e qualquer outra coisa que não precise necessariamente ter NADA a ver com música!!!
Esse já era nosso intuito desde o começo, então nada melhor que aproveitar todas as mudanças por aqui pra finalmente fazer valer isso.
Espero que vocês gostem do novo Two Cold Fingers...

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Agora, esqueçam tudo o que vocês sabiam sobre Sherlock Holmes.
Esqueçam o sujeito alto, magrelo, fumando um cachimbo curvo, usando apenas seu cérebro para resolver qualquer mistério e ao lado do seu sidekick (ou capacho) Watson, um gordinho ignorante.
Nada está mais longe das histórias de Sir Arthur Conan Doyle do que essa imagem, cultivada pelas versões teatrais e cinematográficas do personagem.

O verdadeiro Sherlock Holmes é um sujeito detestável, anti-social, arrogantemente ciente de sua própria inteligência, ignorante de qualquer tipo de arte (a menos que lhe seja útil em suas investigações), com alto domínio de boxe e outros tipos de luta e usuário esporádico de drogas como cocaína.
O próprio Dr Watson está muito além de um sidekick coadjuvante qualquer. Longe da imagem estúpida forjada nos filmes, o personagem tem um relacionamento muito mais complexo com Sherlock Holmes, alternando a amizade com o ódio e mostrando uma interdependência mútua, uma necessidade de um estar ao lado do outro.

E é nesse relacionamento que mora o maior trunfo do filme Sherlock Holmes, nova empreitada do detetive no mundo do cinema (e, a se dizer do final e da bilheteria até agora, o primeiro capítulo de uma nova franquia) baseada em uma história em quadrinhos (ainda não-publicada) e que mostra um personagem muito mais próximo dos contos e romances originais.
A própria frase "elementar, meu caro Watson", prova maior da superioridade de Holmes sobre Watson e que nunca sequer foi escrita nos livros, é completamente ignorada no filme. Como o diretor Guy Ritchie mesmo disse, este é um filme sobre a amizade, lembrando a cada cena que Sherlock Holmes precisa do seu Watson para se manter são.

As cenas de ação, marca registrada de Ritchie, são um caso à parte. As cenas de luta, onde Holmes prevê cada movimento como em um jogo de xadrez, definem um herói que enxerga a lógica em cada detalhe que vê.
Além disso, preste atenção na detalhada cena da explosão em câmera lenta (quando acontecer você vai saber). Ela por si só mostra a maestria com a qual Guy Ritchie transforma a violência em arte, coisa que já mostrava em seus filmes anteriores, como Snatch - Porcos e Diamantes.

Mas se querem saber, a real arte do filme está nas atuações inspiradas da dupla de protagonistas, Robert Downey Jr e Jude Law.
O carisma exato para os personagens junto da química perfeita entre os dois...
Não tinha como dar errado.


Com certeza a maior parte do público vai estranhar esse "novo" Sherlock Holmes, e com razão.
Mesmo os que leram os romances, provavelmente já leram com uma imagem pré-concebida dos personagens, criando um choque ao ver esse "herói de ação" nas telas do cinema.
Mas é fato que essa versão do personagem é provavelmente a mais fiel já apresentada nas telas grandes, e a melhor escolha para apresentar o detetive para as novas gerações.

Longa vida a Sherlock Holmes.


PS: divertido também vai ser ver os fãs da série House finalmente entendendo daonde veio a inspiração para o personagem título da série... e até para o Dr Wilson. Ahhhh, agora tudo faz sentido, não é!? =P

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Voltando à programação normal...


Notaram que as mudanças começaram?
Pois é, minha gente. O que vocês disseram foi levando em conta... Bom, não tudo... Algumas coisas nós simplesmente ignoramos.
Com o tempo as coisas vão melhorando, mudando e tudo mais... Vamos ver no que dá!

Agora vamos falar de assunto sério...
A Tekpix... ok, não. hahahaha


Sabe a sensação de se frustrar muito com o segundo álbum de uma banda que você ama? E sabe a sensação completamente oposta?
Pois é, o Vampire Weekend me fez sentir isso.
O segundo cd "Contra" já está no Myspace dos vampirinhos e o que posso dizer depois de ter ouvido tudo duas vezes?

É ótimo, é bem feito, é de qualidade, é criativo, é divertido, é Vampire Weekendo do começo ao fim, não perdendo a mão ou decepcionando em nenhuma música.
O lançamento oficial é hoje/amanhã e eu ainda não baixei pra ouvir mais vezes e dar a vocês uma opinião mais profunda, mas posso dizer que não há o que temer.
Horchata e Cousins são as melhores músicas do cd, são as que mais se destacam e chamam atenção... talvez essa seja uma diferença para o primeiro cd, onde todas músicas se destacam e chamam atenção.
Vale a pena, eu recomendo.

Aliás, vocês já viram o clipe de Cousins? Vale MUITO a pena, viu!?



Feliz 2010! ;)