terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Brand New Start

Não se pode dizer que o Little Joy foi a grande surpresa de 2008.
Aliás, provavelmente o projeto não estaria nem entre as 10 maiores surpresas musicais do ano!
Afinal, junte o guitarrista/vocalista/letrista da mais influente banda brasileira dos últimos anos com o baterista da mais influente banda americana dos últimos anos e o mínimo que podemos esperar é algo ótimo.
Menos que isso seria um balde de água fria em todos os fãs das duas bandas.

E essa parceria não é bobagem.
Do mesmo jeito que o Los Hermanos influenciaram 80% das bandas que vieram depois deles, alçando-se à posição de principal banda nacional da década, os novaiorquinos dos Strokes inspiraram bandas como o Libertines, o Kooks, o Killers e o Arctic Monkeys, fazendo valer de certo modo o posto de "salvação do rock" que carrega desde seu primeiro album.
Por isso não dava pra ficar com o pé atrás quando Rodrigo Amarante e Fabrizio Moretti aproveitaram a pausa de suas bandas e resolveram criar algo diferente. Acompanhados da (gracinha da) namorada do Fab, Bink Shapiro (e que fica ainda mais gracinha tentando cantar em português), nasceu o Little Joy, que lançou seu primeiro album em novembro do ano passado.

Mas afinal.
Todo o hype valeu a pena?
Os dois fizeram valer toda a expectativa?


Mais que isso, eles fizeram um dos melhores albuns do ano!
Sem o mínimo exagero!!


Despretenciosa como uma banda iniciante, o trio parece algo do tipo "vamos chamar os amigos e fazer algumas músicas". Mais ou menos o mesmo espírito divertido já mostrado por Amarante em seu outro projeto, a Orquestra Imperial, misturando coisas como sons havaianos, baladas arrastadas e um rock ingênuo.
Mesmo as participações de gente do nível de Nick Valensi (guitarrista do Strokes) e do músico Devendra Banhart têm uma cara descompromissada que acaba contagiando qualquer um durante as 11 músicas do álbum, como se você mesmo estivesse escutando a banda de algum velho amigo.
E a energia das músicas somada ao fato de apenas duas faixas durarem mais que 3 minutos (maior trunfo - e falha - do álbum) cria uma incontrolável vontade de repetir o CD inúmeras e inúmeras vezes, sem nunca ficar cansativo.

Pode até parecer babação de ovo, mas por mais obrigatório que fosse sair alguma coisa boa desse projeto, eu sempre fico esperando o pior.
Então ver dois integrantes de duas das minhas bandas favoritas criarem algo tão bom quanto o Little Joy é sim, de certo modo, algo emocionante.

Aliás, enquanto eu deixo esse texto nas mãos da minha companheira de Two Cold Fingers para que ele seja publicado meia noite de quinta, eu estarei no primeiro show do Little Joy aqui em São Paulo.
Então agora que eu já disse tudo sobre o album, deixo para contar sobre o show na quinta que vem.

E de tão curto, o CD terminou ao mesmo tempo que eu termino de escrever esse texto.
Afinal, como todos os pequenos prazeres, esse também dura pouco...

sábado, 24 de janeiro de 2009

Who did you think I was?


Eu vivia trombando com o John Mayer por aí...
Via mil notícias sobre o namoro dele com a Jennifer Aniston, o vi vestido de Borat e com um casaco invejável do Batman... toda hora dava de cara com o cd ao vivo dele na Fnac.
Mas taí, nunca me imaginei comprando um cd dele e passando meu fim-de-semana inteiro escutando o rapaz.

Tuuuuuuuuuuuudo começou quando um dia perdido, eu e um amigo fomos passear na já citada loja... Na parte dos dvds musicais algo muito legal passava... uma mistura de rock, pop e soul... o cara tinha uma voz MUITO gostosa de se ouvir. Quando dei por mim... era ninguém mais nunguém menos que o John Mayer e o show era do tal cd que eu só olhava pra capa e pensava "namorado da Jennifer Aniston".
Ficamos ali parados assitindo o show um bom tempo, a voz dele é realmente cativante e não dá vontade de parar de ouvir.
Cheguei em casa e baixei um cd qualquer dele pra ver se teria futuro na minha playlist...
Não precisei chegar nem na metade pra decidir que ele era minha mais nova descoberta.
Isso tudo faz um bom tempo, mas nunca compartilhei com vocês... bom, porque... não sei...

Só sei que na última quinta-feira fui passear na tal loja pra fazer hora pra um compromisso e lá estava um cd do rapaz em promoção... Vi que era o cd que revelou o cara ao mundo e resolvi comprar! Vejam bem... eu poderia ter comprado um do Fall Out Boy, que é um dos meus mais recentes vícios, mas preferi o Johnzinho!

John Mayer é bom pra divertir, pra acalmar, pra liberar estresse, raiva... pra parar de pensar em qualquer coisa e só ficar curtindo a música.

Escolhi uma música que eu adoro na versão do dvd que me fez conhecê-lo: Daughters

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Todos Estão Mudando...

Imagine a seguinte cena:
Em uma noite de sábado, você resolve sair com seu amigos para alguma balada indie cidade afora.
Chegando lá você pega uma cerveja, vasculha por algum possível interesse-romântico-de-uma-noite e finalmente vai para a pista e dança ao som de coisas como B-52's, a-ha, Franz Ferdinand e ...

Keane!



. . .


Oi?
Mas hein?
Como assim, Keane tocando em uma balada?
Tentativa de esvaziar a pista de dança?
Campanha para suicídio coletivo?

Na verdade, a banda conseguiu aquilo que qualquer um que tenha escutado os dois primeiros albuns do trio duvidava.
O Keane se tornou em seu terceiro CD - Perfect Symmetry - uma banda que pode sim integrar facilmente o set-list de qualquer DJ, mesmo nas baladas mais agitadas.

Logo na primeira música, "Spiralling", já é possível enxergar contornos de David Bowie e Killers, com o vocalista Tom Chaplin conseguindo evocar quase que perfeitamente a voz de Brandon Flowers.
O que se segue durante todo o CD é um amontoado de influências que passam por Queen, MGMT, Kraftwerk... mas em momento algum se perdendo em meio a tanta inspiração. E o principal, mantendo o estilo que consagrou a banda desde o lançamento dos primeiros singles, "Somewhere Only We Know" e "Everybody’s Changing", e tornou-a uma das principais revelações britânicas da década.
As letras melancolicas, as belas melodias, o destaque para o piano (mesmo que, pela primeira vez desde o lançamento de Hopes and Fears, a banda se arrisque a usar guitarras elétricas em suas músicas), as baladas tão românticas quanto desoladoras ... está tudo lá.
Confesso que, depois de ver o clip de Spiralling, eu sinceramente pensei que era o fim da banda. E não conseguia entender tantas críticas boas a essa nova fase.
Mas... bem... já é tradição eu morder a língua.

Perfect Symmetry não supera nem de longe seu antecessor, o fantástico Under The Iron Sea, mas prova que a banda tem sim muita coragem em mudar aquilo que já era sinônimo de sucesso.
Assim como o Radiohead (banda a qual o Keane sempre foi comparado) fez em Ok, Computer, eles reconstruiram o próprio estilo em seu terceiro album, assumindo todos os riscos que isso pode trazer.

Riscos que a maioria das bandas prefere não correr.
Infelizmente.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Fim-de-semana do vampiro.


Vocês não tem noção de há quanto tempo eu tô querendo escrever sobre eles. Faz tanto tempo que escrever agora vai fazer parecer que sou muito "last week"!
Mas o importante é que estou aqui para trazer pra vocês mais uma dica batuuuuuuta da Renatinha.

CAAAAAAAAAAAAANSADO das mesmas bandas de sempre????
Não...?
Ahn... é... Tudo bem... mas acrescente mais uma a sua playlist!

O que você fez na faculdade além de estudar?
Eu, por exemplo, matava meu tempo livre nos computadores (nerd), batendo papo com os amigos (tagarela) e tomando Coca na lanchonete (gorda).
Uns estudantes da Universidade de Columbia fizeram algo um pouquinho mais interessante... formaram uma banda!
Nãããão qualquer banda, formaram o Vampire Weekend.

Está aí pensando "grande cooooooooisa...", né?!
Mas eu digo que sim, que o Vampire é sim uma grande coisa!

Começa com a cara simpática que banda tem... Juro que se um dia alguém falar mal deles vou duvidar... eles todos tem uma carinha tãããão amigável. Logo que os vi já gostei deles, mesmo sem ouvir. Eles me passavam algo tão bom, sabe?!

Aí vem o quesito mais importante... a música.
Eles descrevem o tipo de música deles como "Upper West Side Soweto". O que isso quer dizer? Não faço idéia... acho mais fácil descrevê-los como mistureba.
Eles tem toda carinha de banda indie britânica... mas aí, de repente, no meio de umas músicas você encontras uns ritmos africanos, e depois em outras umas coisas meio com cara de clássico...

Falando assim parece bizarro né?! Mas o mais legal é que eles conseguem fazer com que isso tudo ficasse harmônico! E que tudo isso soasse muito bem...!

Tá, não acredita em mim?!
Tire suas próprias conclusões com "A- Punk" .

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

E os escolhidos do Brancatelli.


Caramba... fazer uma lista dessas é mais difícil que parece.
A cada escolha, vc acaba lembrando "putz, essa música é de 2007", ou "ah, não... esse album foi lançado no ano passado".
Depois de muuuuuita reflexão, essa é a versão final da lista.
Divirtam-se:


- Melhor álbum

Red Album (Weezer)

Rivers Cuomo reinventou a banda e superou de longe o último álbum do grupo, o Make Belive. O Weezer finalmente alcançou a maturidade, e os anos fizeram muito bem a eles.


- Melhor música

Desde que inventaram a culpa (Daniel Belleza)

Não me perguntem o porque... só sei que essa música me agarrou pelos bagos (!!!) e passou muuuuito tempo sendo repetida no toca-CDs do meu carro!


- Melhor artista/grupo

Fall Out Boy

O gordin da Renatinha e sua turma continuaram rindo de si mesmos e fizeram o que eu achava impossível: lançaram um album tão bom quanto o último.


- Melhor show

Móveis Coloniais de Acajú

Acho que nunca fui em tantos shows em um só ano! E a grande maioria foi matadora!! Ainda assim, nenhum deles conseguiu superar o espetáculo que foi o show do Móveis Coloniais de Acaju... inacreditável!!!


- Maior revelação

Duffy

Não teve nem pra Mallu nem pra Little Joy. A Duffy não só surgiu no começo do ano já sendo comparada à Amy Whinehouse, como ainda lançou um ótimo álbum de estréia. Começo mais promissor do ano, sem nenhuma dúvida!


- Maior decepção

Fratellis

Depois de lançar um dos álbuns mais divertidos dos últimos anos, a banda colocou nas lojas em 2008 um álbum que peca não por ser ruim, mas por ser extremamente entediante! E isso, para uma banda que primava pela energia de suas músicas, é suicídio.


- Maior surpresa

Konk (Kooks)

Juro que não dava nada pelo segundo álbum do Kooks... mas a banda não apenas criou músicas tão boas quanto as do seu disco de estréia, como conseguiu superá-lo!! Ao contrário do Fratellis, a banda evoluiu sem se tornar chata. Longa vida ao Kooks...


- Melhor trilha sonora

Batman: O Caveleiro das Trevas

Juno que me perdoe, mas a trilha do The Dark Knight é matadora!!!!


- Melhor clipe

Nada Não (Ecos Falsos)

Acho sensacional o jeito que a letra e os acordes aparecem na tela. E é sempre bom ver o Ecos no palco... a banda nacional mais divertida dos últimos anos com um dos clipes mais divertidos de 2008!


- Melhor texto da Renatinha

“Ê ê ê... sou mais indie que você!”

Me divirto demais com esse texto! Ser alternativo e descolado agora virou competição, e a música pop (assim como outros produtos) é preconceituosamente vista como um produto de segunda por alguns. Bom, ainda bem que não sou eu que perco com isso...

domingo, 11 de janeiro de 2009

And the TCF Award goes to...


Senhoras e senhores, aposto que temiam pelo fim do TCF...! Não temam, estamos de volta.
E como prometemos, nossa lista de melhores (e alguns não tão bons) de 2008.

Devo admitir que fazer essa lista foi quase um parto, principalmente para uma garota desmemoriada como eu e sei que daqui uma semana vou pensar "ah não! devia ter colocado aquela banda lá".

Mas vamos lá...

- Melhor álbum

The Kooks - Konk

Vai, diz que é um absurdo e mimimi... nem ligo. De todos cds que lançaram esse ano, esse é o um dos único que acho todo bom (inclusive o cd 2)! Sem contar que amo Kooks e fiquei absurdamente feliz de o segundo cd ter mantido a qualidade.


- Melhor música

Pork and Beans.

A gravadora mandou mudar o estilo, eles disseram não. Deu nisso... a música que marcou a volta do Weezer em grande estilo. Sempre que escuto não sai da minha cabeça.


- Melhor artista/grupo

Weezer

Eles eram só uma boa memória pra mim, uma saudade... de repente, voltaram botando a banca! Cd ótimo, clipes fodas, divulgação incrível,... Não tinha como não escolher como a banda de 2008.


- Melhor show

The Hives

Não preciso dizer nada, só você ler meu texto sobre o show.


- Maior revelação

Duffy

Tiveram outras coisas bem legais e até coisas mais antigas que a banza aqui só conheceu em 2008, mas acho que eu tava realmente carente de uma cantora que me agradasse tanto quanto ela me agrada.


- Maior decepção

The Fratellis

O que posso dizer... o segundo cd levou embora toda a magia que eles tinham pra mim. Toda aquela alegria que enchia meu coração no primeiro cd sumiu no segundo.


- Maior surpresa

Show do Móveis Coloniais de Acaju

Ir no show sem conhecer nenhuma música, se divertir absurdos e virar fã de carteirinha. Vai dizer que não é surpresa...


- Melhor trilha sonora

Juno

Foi amor à primeira vista. As músicas são deliciosas e feitas pra se ouvir a qualquer momento do dia.


- Melhor clipe

Duffy – Warwick Avenue

O clipe consiste na Duffy sentada no banco de trás de um carro cantando. Mas ela canta com tanto sentimento e quando ela chora é tão... sincero. É como se ela estivesse passando pelo que diz na letra naquele exato momento.


- Melhor texto do Brancatelli

Os heróis de hoje.

Eu juro que mudei meu escolhido na última hora. Eu ía colocar que era o Ensaio sobre a tristeza, que adoro (e que muita gente adora)... mas aí relendo esse eu parei e pensei que gosto muito desse texto. Eu sou suspeita, pois sou muito fã de quase tudo que o Brancatelli escreve... Mas acho que esse é um dos textos dele que você NÃO PODE deixar passar.