quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Belle & Sebastian Escreve Sobre o Amor


Como eu disse no meu último post, a expectativa é uma vadia sem coração!

Vazou nos últimos dias o novo álbum do Belle & Sebastian, o "Belle & Sebastian Write About Love", 4 anos depois do seu último (e excelente) álbum.
Expectativas nas alturas, já estava preparado para ouvir cada uma das músicas pelo menos umas 3 vezes antes de formar uma opinião sobre o álbum, regra que eu aprendi com os outros discos da banda.

1ª audição: nhé

2ª audição: nhé

3ª audição: um pouco melhor, mas ainda assim... nhé!

E depois veio a 4ª audição, a 6ª audição, a 13ª audição.
Eu realmente me esforcei para gostar do álbum, tentei relevar as falhas, prestar mais atenção nos méritos.

Mas o fato é que, não importa quantas vezes eu escute, "Belle & Sebastian Write About Love" não deixa de ser um álbum decepcionante.

Isso não quer dizer que seja um álbum RUIM.
Mas não esta no nível dos dois últimos álbuns da banda, o "Dear Catastrophe Waitress" e o "The Life Persuit", ou dos dois primeiros trabalhos, "Tigermilk" e "If You're Feeling Sinister".
Aliás, o novo disco está muito mais próximo da melancolia muitas vezes entediante de algumas músicas do "The Boy with the Arab Strap" do que da criatividade e dos contrastes dos seus melhores trabalhos.

Os melhores momentos ficam por conta da faixa de abertura, "I Didn't See It Coming", música que tem a cara da banda estampada em cada acorde. Além dela, se destacam também a simpática "Calculating Bimbo", a bela "Little Lou, Ugly Jack, Prophet John" (que conta com a participação da Norah Jones), a balada "Read the Blessed Pages" e a gostosa "I Can See Your Future".
Além dos pontos altos, temos a simpática "Ghost of Rockschool", que infelizmente exagera no toque religioso, se tornando quase uma música gospel. A divertida "I'm Not Living in the Real World" é apenas isso: divertida. E o primeiro single do disco, "Write About Love", tem um instrumental muito bacana e a participação da fofíssima (e atual futura sra Brancatelli) Carey Mulligan... mas peca pela letra nada inspirada.

Esse acaba sendo o grande problema do álbum.
A falta de criatividade, seja nas letras, seja nas músicas.

"I Want The World to Stop" tem um começo que lembra um Radiohead, e tem um desenvolvimento bacana... mas se estraga ao repetir demais o refrão, que la pela quinta vez ja se torna chatíssimo. "Come On Sister" seria muito melhor se fosse mais curta. E o álbum fecha com a música mais fraca do CD, "Sunday's Pretty Icons", cujos primeiros segundos parecem música de novela da Globo.

Ao criar um álbum inteiro sob o conceito "vamos falar sobre amor", o Belle & Sebastian acabou se afastando daquilo que tinha de melhor:
As melodias criativas, as letras inteligentes, as palavras perfeitamente encaixadas e o sempre inesperado humor.

Não é um disco ruim.
É apenas... beeem sem graça, se comparado ao padrão da banda.
Mas ainda assim, tem seus bons momentos.

Bom, quem sabe ele não melhora na 28ª audição.
Vamos ver.

.

2 comentários:

Renatinha disse...

A verdade é que você é um chato.
Não faça de conta que não é, você é.

Eu nem ouvi o cd e só consigo pensar uma coisa: você é um chato.


Ok, estou só sendo chata.

Mas acho capaz que eu goste bem mais desse album que você, já que eu não espero absolutamente nada dele.
Tipo, eu adoro Belle & Sebastian, mas não fiquei me descabelando por um cd novo.

Mas sei como é esperar um cd e se decepcionar cruelmente (oi, Fratellis).

Mas acho que você não tem que se decepcionar com a falta de criatividade em algumas letras, sabe... nem todo mundo consegue escrever músicas sobre o ano 3000 ou sobre como estava tudo bem até as 7:05...
Você se acostuma...


YOU WISH essa futura senhora Brancatelli aí hein?

Luis disse...

Há! Os dois álbuns do Belle & Sebastian q eu mais gosto são esse e o "Boy with the arab strap".