terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Little Joy em São Paulo

A fila já era gigantesca quando eu cheguei no Clash Club, cerca de uma hora e meia antes do lugar abrir as portas e servir de palco para a primeira apresentação do Little Joy em São Paulo.
Por sorte o Clash não é um cubículo, conseguindo espalhar bem os fãs antes do começo do show.

Algumas cervejas e uma banda de abertura (da qual eu conhecia uma música, mas não faço idéia do nome) depois, Rodrigo Amarante, Fabrizio Moretti e (a gracinha da) Binki Shapiro subiram no palco junto de mais um guitarrista, um baixista e um baterista, com a balada devagar-quase-parando "Play the Part". Começo mais Los Hermanos impossível.
Mas o público nem teve tempo de desanimar e a banda já engrenou suas músicas mais agitadas, como "The Next Time Around", "How to Hang a Warhol" e "No One's Better Sake". No intervalo de cada música, os dois brasileiros não escondiam a felicidade de estar tocando em São Paulo. Seja pelo Fab dizendo que a família dele estava lá quanto pelo Amarante dizendo que eles não sabiam o que esperar do público brasileiro.
E o público não poderia retribuir melhor o espetáculo (apesar de alguns metidos a engraçadinhos que teimavam em gritar "toca Anna Júlia" a cada música). Com as letras na ponta da língua, era até engraçado perceber por um segundo que aqueles dois cariocas NÃO estavam cantando em português.
Aliás, devo dizer que mais estranho que ver o Fab tocando guitarra foi ouvir o cara cantar uma cover do Kinks, visivelmente envergonhado. Quando a música acabou, ele foi presenteado por um beijo da sua namorada Binki e gritou no microfone "CONSEGUIMOS! E EU NÃO CANTO NADA!".
O público, lógico, delirou!

- parágrafo reservado para comentar o alto grau de alcool e talvez alguns outros produtos químicos no sangue do Fab e do Amarante... mas quem sou eu pra julgar os caras? -

A banda, além das músicas do álbum de estréia (leia sobre ele aqui), ainda tocou uma inédita (sem nome revelado, mas tão boa quanto qualquer uma do CD) e fechou a primeira parte do show com a música "estilo-Juno" do Little Joy, "Don't Watch Me Dancing"... que, surpreendentemente, ganhou um peso inexistente na gravação de estúdio ao seu final, fazendo o Amarante relembrar seu estilo loshermanístico de tocar guitarra, com suas dancinhas e seu contorcionismo característicos.
Para o bis, ele mesmo voltou sozinho e tocou a balada em português "Evaporar", para que logo depois a banda inteira voltasse o palco e usasse uma chave de ouro para terminar o show, com "Brand New Start".

Em cerca de uma hora, a banda tocou todo seu álbum, uma música nova e uma cover.
E seja pela banda de apoio do Devendra Banhart, seja pela alegria sincera dos integrantes em estarem no seu país natal, seja pela emoção na voz do Amarante ou pela empolgação na voz do Moretti, seja pela gracinha da Binki (que é apenas competente nas suas funções... mas dane-se, pq ela é uma gracinha!), seja pela descontração do grupo, seja pela amizade que se forjou entre o guitarrista do Los Hermanos e o baterista do Strokes... os 60 reas gastos valeram muito a pena!

Agora, enquanto os novaiorquinos voltam ao estúdio em fevereiro, os cariocas fazem um show-reunião no festival Just a Fest, que vai acontecer em São Paulo e no Rio de Janeiro no mês de março.
Difícil imaginar o que vai ser do Little Joy a partir de agora.
Mas uma coisa é fácil de prever:

Esse gostinho de "quero mais" não vai desaparecer tão cedo...

4 comentários:

Renatinho disse...

Que muita vontade de ir no show =//
Músicas bem pequenas e talz, show rápido e [pelo que li] muito bom!
Só que o Amarante não fez como o Marcelo Camelo que [quase] sempre canta alguma música do Los Hermanos nos shows do seu projeto solo.
Li em um lugar que não lembro [muito boa essa] que o Moretti disse que o Little Joy não pode acabar, que tentará manter mesmo com os Strokes. Vamos esperar!

Bom post e boa inveja pra mim de não ir '-'
Abrass

Renatinha disse...

Hoje é o meu dia.
Que dia mais feliz...! =D

Douglas Funny disse...

Eu nem queria ir mesmo...

Unknown disse...

invejay.