quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Mais Cinquenta


Há um ano atrás, em comemoração ao cinquentenário da carreira do Maurício de Sousa, foi lançado o MSP 50, um álbum especial retratando os personagens criados pelo desenhista no traço e na visão de 50 artistas nacionais.
O projeto acabou se tornando o "grande evento" dos quadrinhos brazucas do ano passado, o que acabou inspirando o idealizador da obra, o editor Sidney Gusman, a repetir a dose, escolhendo 50 outros nomes dos quadrinhos nacionais.
Afinal, talento é o que não falta.
E também não falta gente querendo homenagear o criador da Turma da Mônica.

E agora, menos de um ano depois, é lançado o álbum MSP+50.

Numa primeira leitura, esse novo volume já se mostra levemente superior ao primeiro.
Enquanto que no primeiro álbum a idéia era "uma homenagem aos 50 anos de carreira do Maurício", este segundo tem muito mais cara de "os personagens do Maurício na visão de outros artistas". Se no álbum anterior muitos escritores e desenhistas se prenderam ao conceito (muitas vezes de maneira chata) de aniversário, neste eles resolveram se soltar mais, se divertir mais com os personagens. Enquanto que o primeiro álbum era mais emocionante, este é definitivamente mais divertido.

Claro, não quer dizer que não existam os momentos chatos neste MSP+50, mas é menos do que os do MSP 50.

Se o primeiro álbum tinha nomes mais famosos ao grande público, como Laerte, Angeli e Ziraldo (só pra citar 3), este novo trabalho é muito mais "alternativo".
E isso acaba sendo muito bom, principalmente para quem acompanha os quadrinhos nacionais e já conhece os artistas.
Só pra citar algumas das melhores histórias... o trio Mateus Santolouco, Rafael Albuquerque e Eduardo Medeiros fizeram, respectivamente, uma história em três partes mostrando como a turma se conheceu. Roger Cruz coloca o Bugu dentro de um reality show, enquanto que Fernanda Chiella apresenta o primeiro encontro entre a Pipa e o Zecão (provavelmente o tema mais inusitado que eu poderia imaginar). Fábio Ciccone cria uma história divertidíssima com o Piteco, e Chico Zulio mostra a importância da imaginação. Caco Galhardo e Clara Gomez dão uma amostra de como foram inspirados pelos quadrinhos do Maurício de Sousa, e Mario Cau mostra por que nunca devemos deixar nossa infância para trás. Mozart Couto (que eu sempre imaginei fazendo uma história do Piteco) escolhe o Horácio para mostrar que, nos quadrinhos, tudo é possível, e Diogo Saito faz algo hilário (e até assustador) com a relação entre o Cebolinha e o Louco. Rafael Coutinho cria um conto apocalíptico e emocionante, e André Vazzios mistura filmes, mitologia e video-game na busca da turma pelo Um Gibi. E mantendo o padrão criado pelo volume anterior, a história que fecha este é provavelmente a mais emocionante de todas, criada pelo Romahs, capaz de deixar os olhos de qualquer marmanjo cheios de lágrimas.

MSP+50, assim como o primeiro álbum, é item obrigatório na estante de qualquer pessoa que, como eu, aprendeu a ler e cresceu lendo os quadrinhos do Maurício de Sousa. E ainda que não seja uma completa unanimidade (veja o por que neste post AQUI!), a influência que ele exerceu - não só nos quadrinhos, mas em todo tipo de arte nacional - está tatuada nestas duas obras.

Para os que lerem este MSP+50, só resta uma pergunta no final:
Afinal, por que diabos só o pé do Cebolinha tem dedos?

Quem sabe o já anunciado terceiro volume consiga uma boa resposta...

.

2 comentários:

Renatinha disse...

nemli.


O MSP+50, não o texto.


:)

Julio Anderson disse...

Tem spoiler no texto?
Volto depois que comprar e ler o meu. =)