quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Pseudo-Críticas


Esse artigo deveria ter sido postado na quinta-feira da semana passada.
Porém, por fatores que eu não quero (e nem consigo) explicar por aqui, meu texto - que já estava escrito, revisado e bonitinho - foi apagado sem dó do meu computador.

Mas como o Two Cold Fingers tarda, mas num falha (ou melhor, até falha... mas corrige na medida do possível), posto agora as fantásticas, as intrigantes e muito bem escritaaaas....


Pseudo-críticas de CDs escutados em uma viagem à Campos do Jordão:


BELLE AND SEBASTIAN
If You're Feeling Sinister

É impressionante como é impossível cansar de ouvir este CD.
Com uma mistura que une Simon & Garfunkel, The Smiths e até Bob Dylan, a banda escocesa cria um pop tão perfeito que a vontade de repetir cada música chega a ser incontrolável.
Neste álbum, o segundo e mais elogiado do grupo, essa perfeição está em faixas como "Seeing Other People", "If You're Feeling Sinister", "Like Dylan In The Movies" e naquela que, na minha opinião, é a melhor do CD: "Get Me Away From Here, I'm Dying".
Unindo melancolia com letras divertidas (ou até letras melancólicas em músicas alegres), o Belle and Sebastian consegue criar músicas complexas e simples ao mesmo tempo, sabendo onde colocar cada instrumento, cada segunda voz, cada repetição.
E mesmo tendo lançado ótimos álbuns no decorrer dos anos, inclusive o sensacional o Dear Catastrophe Waitress, de 2003, este continua sendo o meu preferido!!


LITTLE JOY

Uma das minhas prováveis maiores frustrações desse fim de ano será não poder ir ao show do Little Joy aqui em São Paulo.
A banda, que conseguiu um sucesso considerável lá fora, provou que os estrangeiros não gostam só de porcarias como CSS e Bonde do Rolê. A música brasileira pode sim ser levada a sério!!
O álbum é tão curto que vc não vê o tempo passar, e quando da por si, já está escutandpo todas as músicas pela terceira vez.
Faixas como "Brand New Start", "Keep Me In Mind" e "How To Hang A Warhol" são tão simples quanto divertidas, e é aí que mora o trunfo da banda.
Diferente do Strokes ou do Los Hermanos, o Little Joy não tinha a obrigação (nem a pretensão) de alcançar alguma expectativa, ou de fazer um sucesso imediato. Apesar dos nomes famosos, era uma chance de recomeçar do zero uma banda, e talvez more aí o prazer visível do Amarante e do Moretti em continuar com o Little Joy.
Prazer que transparece em cada uma das (breves) 11 faixas.


ARCTIC MONKEYS
Humbug

Acho que não tem muito mais o que falar desse álbum novo além do que já foi falado no post da Renatinha.
O Humbug só conseguiu me agarrar mesmo lá pela terceira audição... mas é aí que vc percebe o quão sensacional é cada música!!!
"Crying Lightning", por exemplo, mostra um crescente que da todo o charme da música. "Fire and the Thud" me lembra, tanto na música quanto nos vocais do Alex Turner, algo do Pete Doherty. "Pretty Visitors" até relembra um pouco o Arctic Monkeys do passado, apenas para que o refrão prove que a banda nunca mais será a mesma.
As letras perderam a simplicidade do início da banda e agora são mais complexas, mais subliminares, mais abstratas, até. A única coisa que mantém em comum com as do primeiro álbum são que continuam geniais!!
O Alex prova aqui que ele é sim um dos melhores letristas da "nova" geração. Cada palavra encaixa perfeitamente na música, na melodia, na instrumentação.
E lógico, ele também prova ter a gigantesca sorte de estar numa banda tão boa, que transforma em ouro cada música criada por ele. Eu nunca consigo NÃO me surpreender com a bateria da banda...


LILY ALLEN
It's Not Me, It's You

Taí, essa vai ser a minha outra frustração desse final de ano.
Queria muito assistir ao show do álbum novo da Lily. Depois de um ótimo e divertido primeiro álbum (e de um show completamente bêbado aqui no Brasil, no Festival Planeta Terra), ela surgiu com esse segundo CD, menos divertido, talvez mais pop, mas nem por isso menos do que ótimo.
As letras continuam rindo da sua própria vida, envoltas por melodias fofinhas e gostosas. Mas o álbum anterior parecia ter um certo frescor, uma originalidade que ela não repete aqui (proposital ou não).
Ainda assim, é impossível escutar coisas como "Fuck You", "Not Fair", "22" ou "Chinese" (com uma forte influência da banda Keane) e não ficar com cada melodia presa na cabeça.
Portanto, menos original ou não, nada vai tira-la do posto de futura senhora Brancatelli.
Ela só precisa ser avisada disso.
(alfinetada do dia: percebam como a melodia de "I Could Say" é idêntica à do refrão do primeiro single, "The Fear"... bom, ninguém pode culpá-la de auto-plágio)


ERASMO CARLOS
Rock 'N' Roll

Adoro aqueles momentos em que vc não da nada por alguma coisa e é logo surpreendido, como uma marretada na cabeça!!
O novo álbum do Tremendão é divertidíssimo, Brasil!!!
Mesmo sendo (injustamente) considerado muitas vezes como coadjuvante do Roberto Carlos, o compositor mostra ao mesmo tempo não se intimidar e não ter que provar nada a ninguém, criando uma obra não-nostálgica e extremamente atual.
No meio de 12 faixas excelentes, destacam-se a antenada "Olhar de Mangá", a sensual e soturna "A Guitarra é uma Mulher", a pegajosa "Um Beijo é um Tiro" e a rockeira e até meio jovenguardista "Mar Vermelho".
Recomendo que todos engulam os próprios preconceitos e tirem suas próprias conclusões...


Porque, na música, nada é melhor que engolir os próprios preconceitos..!

4 comentários:

Cá Ciarallo disse...

Só tenho uma coisa a declarar: o TCF ainda vai acabar com toda a memória do meu computador!

Sabe, é bem complicado descobrir, no mínimo, duas bandas novas por semana. E ficar com vontade de baixar todos os cds deles!

Mas eu adoro! :]

Renatinha disse...

Adoro o cd do Belle, adoro "Get me away...", ai ai... deu até saudade de escutar.

Little Joy. Bom, eu acho muito bacana e tudo mais, mas tenho a sensação de que você gosta deles muito mais que eu.

Arctic Monkeys... todo mundo já sabe.

Lily...
Acho bom, nada muito bom. Bom.

Ainda não ouvi o do Erasmo.

Douglas Funny disse...

Little Joy... eu queria ir.

Unknown disse...

"Porque, na música, nada é melhor que engolir os próprios preconceitos..!"

Perfeito!