quarta-feira, 26 de agosto de 2009

20 Anos Depois...

"A arte de ser louco é jamais cometer a loucura de ser um sujeito normal."
Raul Seixas


Dizem que, nos seus últimos meses de vida, Raul tomava um copo de vodka com suco de laranja logo ao acordar. E só Deus sabe o quanto ele bebia durante o dia. Tudo isso resultou para que seu coração parasse no dia 21 de agosto de 1989.
Raul Seixas morreu sozinho, deitado em sua cama, abraçado a um disco do seu ídolo Elvis Presley.

Eu já tive minha fase Raul Seixas, lá pelos 12 anos.
Muitas pessoas ainda o subestimam, como já acontecia na sua própria época. Mas basta escutar algumas poucas músicas para perceber toda a genialidade do artista, seja misturando rockabilly e baião em clássicos como no genial amálgama "Blue Moon of Blue Moon Of Kentucky/Asa Branca", seja com letras inspiradas e autobiográficas, seja nas célebres parcerias com Paulo Coelho, Marcelo Nova e vários outros, ou seja divulgando o conceito da Sociedade Alternativa.
Todas as dúvidas quanto ao talento do músico caem ao se escutar pérolas como "Ouro de Tolo", "Metamorfose Ambulante", "A Maçã", "Gita", "Medo da Chuva", "Tente Outra Vez", "Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás", "Metrô Linha 743", "Tu És O M.D.C. Da Minha Vida"... músicas que conseguem fazer rir ao mesmo tempo que fazem pensar, a maioria cantada em um tom confessional auto-biográfico tão forte que é impossivel pensar que aquilo tudo não aconteceu com ele.

Independente do gosto, quem diz que não conhece Raul Seixas apenas confessa que não conhece o rock nacional.
Ele é um dos nossos artistas mais importantes, e seu legado se mantém forte até hoje, em um nível que provavelmente nem mesmo ele já imaginou alcançar.
Raul saiu da vida para se tornar um dos nosso maiores ícones, permanecendo vivo no imaginário de todo um país por meio de suas músicas e suas idéias, sua criatividade e sua repulsa em ser alguém normal.

O maluco beleza, a metamorfose ambulante, o canceriano sem lar, a mosca que pousou na sua sopa, o místico, o bruxo, o cowboy fora da lei, o carimbador maluco, o Judas, a dona de casa, o filho que ainda não veio, o início, o fim e o meio...

Toca, Raul...!

5 comentários:

Ollie disse...

Eu gosto muito das letras, mas dele cantando não...

Vitor disse...

Oi! Gira o corpo, embala o corpo baiana
Deixa a mosca zumbizar, pra lá e pra cá
Com você eu também vou (eu vou)
Tirando onda neste samba e rock and roll

Cantou, sem ser o dono da verdade
Misticismo e realidade
Em seu universo de canções
Sonhou, garimpou em Ipanema
Ouro de tolo e sem problemas
Viajou nas emoções

Foi, na sociedade alternativa
Metamorfose, lenda viva
Um talento genial
Luz das estrelas no infinito
É Raul, é Rauzito
Pai do rock nacional

Vovó já dizia, a terra parou!
Nem o trem das sete nesse dia apitou

Ficou...
Ficou com certeza, maluco beleza
Pois, cobra com aranha é que dá pé
Cowboy fora da lei, poeta sonhador
Primou pela mensagem de coragem e amor
E hoje, na Mocidade é poesia
Boa viagem! No seu disco voador


Mocidade Alegre 1995

Renatinha disse...

Eu não conheço rock nacional.

Renatinho disse...

TOCA RAUUUUUUUUUUUUUL!!!


Genialidade ímpar, o cara é foda e as loucuras dele fazem sentido [ficou estranha a frase mas é a pura verdade].
Faltou comentar sobre a música "É fim do mês" que não sai da minha cabeça a uns 3 dias xD

@SolonNeto disse...

Não gosto muito de Raul, mas reconheço a genialidade dele. A maneira como unia o seu conhecimento à sua loucura aparente.
Toca Raul!