segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

MECA Festival


Juro que esse texto começou a ser escrito no iPod porque eu não queria deixar vocês na mão nessa belíssima segunda-feira, mas o convite para deitar na grama e tomar Clericot durante meu domingo em PoA foi irrecusável.

Toda minha aventura rumo ao festival MECA e a um fim-de-semana com as manolas de PoA começou na segunda à noite, quando rumei na minha primeira viagem de avião sozinha.
Tudo funcionou normalmente e embarquei. Dentro do avião, dispensei a Heineken em lata (iécat, a em lata de SP é muito ruim) e foquei na Coca e nos pedaços de queijo do famoso "happy hour" da Tam.
Estava eu pimpona comendo queijo e lendo um livro quando... turbulêêêência!
Claaaaaaaro que eu ía pergar a pior turbulência da minha vida aérea quando estava sozinha... Foi pior que nos Andes, de verdade.
E saímos de uma área trubulenta para outra.

Mas, entre mortos e feridos, tudo ok.
Cheguei lá, fiquei 10 minutos esperando minha mala na esteira errada... idiota. E ao sair, minha queria anfitriã, Heide, já estava à minha espera... Achei um absurdo não ter glitter na minha recepção, mas achei de bom tom ela já ter ido bêbada.

Pegamos os maravilhosos ônibus com ar condicionado de Porto Alegre (oi, São Paulo... e lá nem 3 reais é viu?) até o hostel para deixar minhas coisas.
Procuramos a dona Tatiane para badalar com a gente, mas acabamos indo para a tal da Cidade Baixa, sozinhas e numa vibe freestyle.
O taxista que nos levou, além de bofinho, não tinha amor à vida (nem à dele e nem à nossa).
Começamos a noite flopando, entramos num lugar chamado "Divina Comédia" e que tocaria uma banda cujo o repertório eram trilhas de filme. Legal né?
Não.
Lá dentro era escuro e flopado. A bebida era cara e não tinhamos quase nenhuma opção. Tomamos uma tequila e fomos embora, mas não sem antes deixar 24 reais lá. É. FLOP!

Decidimos sair bebendo cerveja onde desse vontade e caminhando sem lenço e sem documento, fomos de um pub onde só tinha o dono e umas senhoras (as pessoas mais simpáticas da noite, fato) e acabamos na frente de um lugar fechado onde, mesmo com ele FECHADO, as pessoas se reunem na frente. Teria sido um bom gran finale, se não tivesse um grupo de pessoas tocando Natirut e um bêbado atacando um ônibus.
Entre mortos e feridos (de novo), voltamos para o hostel.

Na manhã seguinte acordei (sem ressaca. um beijo, naproxeno) suando bicas e me joguei em um banho gelado.
Aguardei a Heide voltar do trabalho e fomos almoçar.
Almoçar em Porto Alegre, é muita qualidade de vida... de verdade. A comida lá é muito boa e não é cara. Fomos ao encontro da Tati e foi aí que começou nossa aventura musical.

Encontramos a Tati na frente do shopping que fica ao lado do Hotel Sheraton. Estavamos lá passando calor e esperando o tio dela ir nos buscar quando de repente saem 4 caras trajando roupas um tanto quanto... incomuns.
BOOM!
Era o Vampire Weekend ali do nosso lado.

"E aí, Renata? Foto kd?"
Não tem. Chuin.
Ficamos tão pasmas de ver o Vampire a menos de 5 metros da gente e usando shortinhos sexys, que nem nos movemos.

Passeamos um pouco depois do choque e encontramos o tio da Tati.
Rumei ao incrível litoral riograndense (existe isso, Brasil?).

Nossa hospedagem era em uma cidade perto de Xangri-lá (local do MECA), em Mariluz, na casa de uma tia da Tati (tá dando para considerar essas viagem praticamente patrocinada pela família dela).
Foi um pouco difícil achar o local do show, mas foi só começarmos a seguir a trilha de hipster e foi batata.

Posso chocar a sociedade dizendo que o estacionamento do festival era 10 reais?
Era DEZ reais.
Pronto.

Chegamos e estava no palco o famoso Copacabana Club, que eu só conhecia de críticas da Chris e elogios do Vitinho. Bom, sei que assisti mais da metade do show deles, mas tive impressão de que estavam tocando uma música só em looping. Só que estava me divertindo com eles, eram os bichinhos de matar com pedra.

Aliás, não usar uma faixa na cabeça fez com que eu me sentisse MUITO por fora.

Fomos nos aproximando do palco para eu ver meus queridos Two Doors Cinema Club e olha, a lenda que dizia que o público de lá é mais educado (e que foi um fiasco no show do Ok Go ano passado) finalmente se fez verdadeira no MECA. Só as pessoas que estavam muito loucas de balas esbarravam em você sem pedir desculpa e não davam licensa quando você pedia.

E então, eles subiram no palco e em 5 segundos já me colocaram para dançar. Eu amo a banda e as músicas, então qualquer show mais ou menos ía me deixar feliz, mas eles não queriam fazer um show meia boca. Queriam trazer toda a energia da Irlanda para aquele público não muito grande, mas que tinha na ponta da língua cada letra de música.
Alex, o vocalista, entrou fumando e jogando sua franja ruiva (oi, já pode casar). Durante o show tomou algumas taças de vinho e sorria sinceramente quando via o público cantar sem a ajuda deles as suas letras.
Toda a banda estava animada, todos agradeciam repetidamente ao fim de casa música.
Músicas de um próximo cd e b-sides foram tocadas e não fizeram o público desanimar. E enquanto eu dançava e cantava as músicas como se estivesse no meu quarto sozinha e agradecia aos céus e a eles por aquele show absurdamente bom, eles tiraram o pensamento da minha cabeça e agradeceram ao público por ter feito o primeiro show deles no Brasil tão incrível.

Eles saíram do palco ao fim da música que é meu toque de celular, I can't talk, e levaram meu coração junto com eles.

Mas eu tinha que guardar um pouco de energia para o Vampire Weekend.

Demos uma volta, vimos os hipsters cafona, vimos os hipsters moneros, bebemos, etc.

BANG!
Vampire Weekend!
Ok, o show foi ótimo.
Não tenho como negar, mas eu esperava mais.
Eu não sei se o show sozinho teria parecido mais animado, mas achei um pouco morno pelo tipo de música que eles fazem. Mas vamos combinar de só o vocalista ter tirado o shorts e colocado uma calça jeans, metade da alegria se foi.
As músicas são ótimas, eles são ótimos, simpáticos, fofos, também estavam muito felizes com o show, mas faltou a energia que o TDCC me fez sentir.
O baterista é a grande estrela da banda, de verdade. A bateria carrega as músicas de animação e o sorriso dele te deixa feliz, aliás o sorriso de todos alí.
Não sei para outras pessoas, mas sentir que a banda está gostanto tanto daquela experiência quanto você, é único para mim, é fundamental.

Foram shows impecáveis, um ganhou meu coração mais do que outro, mas não tenho nenhuma reclamação para nenhum deles.

Depois deles, veio o tal do The Twelves. Uns djs hypados aí... a primeira música foi legal, um remix bacana de Listomania... mas aí o remix seguinte era igual... e o outro igual... e o outro igual... Só mudava a música, mas a porcaria do efeito era a mesma coisa... E a cerveja acabou. Oi? Seu evento é patrocinado pela Heineken. Como pode a cerveja acabar, Brasil?
Acabou. Mas os organizadores foram "lawyered" (vai ver How I Met Your Mother para entender, ou não né? Se você for espertinho...) pelo tio da Tati e acabamos não ficando sem cerveja.

Fomos embora munidas de cadarços novos de Converse, outra patrocinadora do evento, e com fome.
Paramos no incrivelmente gorduroso Bruxa's Burger e nos jogamos no Cheesebacon.
Dica: Quando você ler que fritas acompanham o lanche lá, é DENTRO do lanche que ela está ok?

Acho que a parte que mais interessa os fiéis leitores do TCF (oi, Branca... oi, mãe... ah, é... minha mãe não entra aqui não) fica por aqui.

Festival épico, mesmo com o fim da cerveja.
Pagar 70 reais para ver essas duas bandas foi a melhor coisa que já fiz na vida.

Um comentário:

Brancatelli disse...

Entendi o que vc quis dizer sobre o VW.
Não sei se eu esperava mais, mas as músicas perdem bastante quando passam pro ao vivo.

Ainda assim, valeu a pena! =D