quinta-feira, 10 de junho de 2010

Eu Te Amo, Phillip Morris


Já que eu falei tão mal de Fúria de Titãs na semana passada, preciso pelo menos dar outra opção de cinema hoje, né não!

Então primeiro, esqueça o ridículo nome "O Golpista do Ano", com o qual este filme saiu aqui no Brasil.
Ele da a idéia de uma comédia pastelão e boba, que nada tem a ver com o filme.

I Love You Phillip Morris conta a história real (real MESMO!, como insiste o texto inicial do filme) de Steven Jay Russell (Jim Carrey), policial, pai de família perfeito, membro da igreja, que após um acidente de carro resolve finalmente... assumir que é gay!
Depois de abandonar sua antiga vida e começar a namorar o Rodrigo Santoro, ele passa a viver de golpes em seguradoras, até ser preso e conhecer o Phillip Morris do título (Ewan McGregor), que se torna, já à primeira vista, o grande amor da sua vida.

Vale dizer que este é um dos papéis mais fascinantes já interpretados pelo Jim Carrey.
Steven Jay Russell ficou famoso por conseguir escapar da cadeia inúmeras vezes, indo do rídiculo (como se vestir de médico e sair calmamente pela porta da frente) ao genial.
É um personagem tão engraçado quanto trágico. Se ele começa o filme como um cidadão exemplar, ele se torna um presidiário golpista homossexual. Se numa hora ele é um advogado, em outra ele trabalha em uma rede de fast food. Sem personalidade própria, não lhe resta outra alternativa senão sempre fingir ser quem não é e, consequentemente, acabar de volta à prisão de onde fugiu.
Será que tudo isso acontece por ele ter sido adotado? Ou será culpa do acidente que ele sofreu? Ou será culpa de sua ex-esposa religiosa? Será que ele realmente amava Phillip Morris, ou só precisava se agarrar em algo que lhe parecesse real?
Tão cômico quanto trágico.

Sim, é um filme polêmico.
Seja pelas cenas homossexuais (que, acredite ou não, ainda chocam boa parte do público, a ponto do filme ter penado para conseguir um distribuidor nos Estados Unidos), seja pela crítica política discreta no final ou seja simplesmente por saber que é uma história REAL. Aquilo aconteceu de verdade, em escala ainda maior do que o que é mostrado no filme. E é isso que torna o filme tão interessante.

Enfim, o grande mérito do filme é não querer encontrar uma explicação para o personagem. Ele é o que é, não precisa definir seus motivos. O filme se limita a contar sua história, e cada um entende como quiser.

Mas caso você saia do cinema enxergando nuvens na forma de pênis...
Não venha culpar o Two Cold Fingers.

2 comentários:

Renatinha disse...

Muito muito muito muito muito bacana esse filme.

Vitor disse...

Eu quero ver!

E sempre que vejo nuvens em forma de pênis culpo você mesmo. Isso não vai mudar.