
Já que eu falei tão mal de Fúria de Titãs na semana passada, preciso pelo menos dar outra opção de cinema hoje, né não!
Então primeiro, esqueça o ridículo nome "O Golpista do Ano", com o qual este filme saiu aqui no Brasil.
Ele da a idéia de uma comédia pastelão e boba, que nada tem a ver com o filme.
I Love You Phillip Morris conta a história real (real MESMO!, como insiste o texto inicial do filme) de Steven Jay Russell (Jim Carrey), policial, pai de família perfeito, membro da igreja, que após um acidente de carro resolve finalmente... assumir que é gay!
Depois de abandonar sua antiga vida e começar a namorar o Rodrigo Santoro, ele passa a viver de golpes em seguradoras, até ser preso e conhecer o Phillip Morris do título (Ewan McGregor), que se torna, já à primeira vista, o grande amor da sua vida.
Vale dizer que este é um dos papéis mais fascinantes já interpretados pelo Jim Carrey.
Steven Jay Russell ficou famoso por conseguir escapar da cadeia inúmeras vezes, indo do rídiculo (como se vestir de médico e sair calmamente pela porta da frente) ao genial.
É um personagem tão engraçado quanto trágico. Se ele começa o filme como um cidadão exemplar, ele se torna um presidiário golpista homossexual. Se numa hora ele é um advogado, em outra ele trabalha em uma rede de fast food. Sem personalidade própria, não lhe resta outra alternativa senão sempre fingir ser quem não é e, consequentemente, acabar de volta à prisão de onde fugiu.
Será que tudo isso acontece por ele ter sido adotado? Ou será culpa do acidente que ele sofreu? Ou será culpa de sua ex-esposa religiosa? Será que ele realmente amava Phillip Morris, ou só precisava se agarrar em algo que lhe parecesse real?
Tão cômico quanto trágico.
Sim, é um filme polêmico.
Seja pelas cenas homossexuais (que, acredite ou não, ainda chocam boa parte do público, a ponto do filme ter penado para conseguir um distribuidor nos Estados Unidos), seja pela crítica política discreta no final ou seja simplesmente por saber que é uma história REAL. Aquilo aconteceu de verdade, em escala ainda maior do que o que é mostrado no filme. E é isso que torna o filme tão interessante.
Enfim, o grande mérito do filme é não querer encontrar uma explicação para o personagem. Ele é o que é, não precisa definir seus motivos. O filme se limita a contar sua história, e cada um entende como quiser.
Mas caso você saia do cinema enxergando nuvens na forma de pênis...
Não venha culpar o Two Cold Fingers.
2 comentários:
Muito muito muito muito muito bacana esse filme.
Eu quero ver!
E sempre que vejo nuvens em forma de pênis culpo você mesmo. Isso não vai mudar.
Postar um comentário