quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

É Confete Demais?


Saiu ontem o single novo do Strokes.
E independente de ser bom ou ruim, o que eu mais vi foi gente perguntando por que tanto confete pruma simples música.
Vou tentar explicar por aqui, com uma frase simples e direta:

O Strokes foi a coisa mais importante surgida no cenário musical desde o Nirvana.

Isso não é questão de gosto musical.
A música seria muito diferente hoje se não fosse aquele primeiro (e fantástico) disco da banda, o Is This It, de exatos 10 anos atrás. Foi ele que deu o pontapé inicial para que o indie se tornasse o que o rock psicodélico e o punk foram nos anos 70, ou o que o heavy metal e o hard rock foram nos anos 80, ou o que o grunge foi por boa parte dos anos 90.
Nascido como "a salvação do rock" sem ter a pretensão de salvar coisa nenhuma, o Strokes levou para o chamado mainstream o som de garagem, sujo, com cara de mal-produzido, que acabou influenciando meio mundo que veio depois deles e fez do chamado indie o som mais ouvido por qualquer jovem roqueiro. Mais que isso, ditou toda uma moda adotada por seus seguidores.
Cabelo, roupa, música, atitude, o Strokes personificou e globalizou tudo isso.

É por isso que, 5 anos depois do seu último álbum lançado, o novo álbum - Angles - é tão esperado.
Como nenhuma outra banda dos últimos 10 anos, o Strokes é reverenciado por toda uma geração, a banda que deu o pontapé inicial para tudo aquilo que veio depois.
E com toda razão.

E quanto ao single..

Ao que tudo indica, a espera valeu a pena.
Under Cover of Darkness é tudo aquilo que os fãs esperavam. Rápida, direta, crua em toda sua aparência, gritada, dançante, com uma letra pessoal, guitarras frenéticas, bateria empolgante e um baixo que dita todo o ritmo.
Uma sonoridade que mistura os 3 álbuns anteriores e até o álbum solo do Julian Casablancas. Um amálgama de Last Nite com I Can't Win e a maturidade do último CD.
É tudo igual e tudo diferente.
E é tudo muito bom!

O Strokes volta com a antiga aura de "a salvação do rock", mas com uma responsabilidade muito, muito maior.
Dar aos fãs um trabalho que faça jus ao nome da banda e aos anos de espera.

Se depender deste primeiro passo, eles estão no caminho certo.

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3 comentários:

Renatinho disse...

Queria comentar sobre o quão importante a banda é, mas não consigo depois de ouvir 589345346920 vezes essa música boa demais!

Renatinha disse...

Não vou ficar muito animada, prefiro ouvir o album inteiro antes de me empolgar muito.

Diretoria de Informações disse...

Olha... Vamos ser o advogado do diabo aqui.
Primeiramente, vou admitir que, principalmente por não curtir mto indie, eu não veja o espectro total do que foram essas consequências do aparecimento dos strokes.
Ainda, acho uma banda de muita qualidade, embora esteja longe de ser uma das preferidas.
Mas, naum sei se strokes foram lá tão importantes para o fim dos 90 primeira anos dos 00s assim.
Tenho dificuldade em ver algo que seja realmente deles. Acho que eles reciclaram sim o rock de garagem, mas acho dificil terem criado algo novo. Ao menos reciclarem algo à altura de parecer coisa nova ( como, por exemplo, acredito que a a Lady Gaga consiga fazer).
Pessoalmente, sempre achei eles meio overrated e uma daquelas coisas mais criadas por críticos de músicas. Vejo como mais uma banda daquela onda de bandas de garagem que se inspiravam em outras épocas, como foi o caso de hives, vines...
Acho que, para os padrões atuais, bandas como muse, killers, e outros acabaram influenciando muito mais. Além do que, para o indie mesmo, eu acabo colocando gente mais velha para começar o movimento, como beck, sonic youth ...