quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Os 4 Bons Motivos


O novo álbum do Weezer, Hurley, foi lançado na semana passada.
Então, depois de eu mesmo ter feito um post sobre minha completa falta de esperanças nesse CD, nada mais justo que escrever um post inteiro mostrando...

4 BONS MOTIVOS PARA GOSTAR DO NOVO ÁLBUM DO WEEZER!!


1º Motivo - Hurley

Vamos começar vendo que, depois de um monte de músicas falando como ser um arruaceiro, o maior homem que já viveu e um baladeiro malandro, nada exemplifica melhor um retorno à nerdisse que uma foto do Hurley, o personagem mais nerd do seriado (também nerd) Lost!
Sério, esqueça o chachorro pulando na capa do Raditude, ou o Rivers Cuomo bigodudo na capa do Red Album...
A capa de Hurley já nasceu clássica.


2º Motivo - Expectativa (ou melhor, a falta dela)

Acho que eu descobri o segredo para gostar de um álbum do Weezer.
Finalmente tudo faz sentido agora!
Vamos ver...

expectativas para o Maladroit: altas
resultado - fiasco

expectativas para o Make Belive: razoáveis
resultado - fraco

expectativas para o Red Album: altas
resultado - fraco

expectativas para o Raditude: altíssimas
resultado - fiasco

Então talvez o grande motivo para eu ter gostado tanto deste novo álbum seja... minha completa falta de expectativas!!
Na possibilidade de encontrar um novo fiasco, fui surpreendido da melhor maneira possível por um álbum muito superior a qualquer um lançado pela banda nos últimos 8 anos!
Aliás, vale dizer que a expectativa para cada álbum talvez esteja diretamente relacionada ao primeiro single lançado... mas isso daria um post inteiro, e não vou enrolar demais por aqui.


3º Motivo - O equilíbrio

O grande motivo para o Hurley ser o melhor álbum do Weezer lançado nos últimos 8 anos é que, sem dúvida nenhuma, ele é a melhor coleção de músicas criada pela banda desde o Green Album. Sem exagero. Enquanto que os últimos álbuns começavam bem e se tornavam chatíssimos no final (em grande parte pelo fato do Rivers ceder seu lugar como vocalista e compositor para o resto da banda), o resultado neste é extremamente equilibrado.
Não tem nenhuma música tão legal quanto a insanamente boa "(If You're Wondering If I Want You to) I Want You to", ou "Pork and Beans"... mas, em compensação, não tem nada tão ruim quanto "Cold Dark World", "In The Mall" ou o crime-musical chamado "Love Is the Answer".


4º Motivo - As músicas

Finalmente, chegamos ao principal motivo.
Mais que a nerdisse, mais que a falta de expectativa e mais que o equilíbrio, é nas músicas que está o real motivo de eu ter gostado tanto deste álbum!

O refrão-cliclete característico surge na terceira audição do primeiro single do álbum, "Memories", que fala sobre como era a vida numa banda de rock nos anos 90 (quando o Audioslave ainda era o Rage Against The Machine, como diz a própria letra).
"Ruling Me" parece uma música saída do Green Album. Deixa no ar a pergunta: por que a banda parou de fazer músicas assim, tão simples quanto boas?
A veia pop da banda aparece em "Trainwrecks", uma das letras mais bacanas do CD.
"Unspoken" traz de volta o tom confessional que o Rivers pareceu ter abandonado desde o Pinkerton.
"Where’s My Sex?" é bem estranha numa primeira audição, com a letra fazendo um trocadilho entre as palavras "sex" e "socks" (meias), o que segundo a Renatinha foi feito em homenagem à filha de 3 anos do Rivers, que um dia foi perguntar onde estavam suas meias e acabou dizendo o que se tornou o título da música.
"Run Away" lembra muito um lado-B da banda, como "I Do", por exemplo.
A energia prometida pela banda transborda em "Hang On", música que conta com a participação do Michael Cera e que eu já considero um novo clássico da banda.
"Smart Girls" tem uma letra estupidamente simples e bobinha, sobre como o mundo está cheio de garotas inteligentes e sobre como o Rivers casaria com todas elas, um provável eco dos tempos de Harvard do vocalista. Ainda assim, a música é tão bacana que compensa a letra. Ah, e só pra comentar, a parte em que ele cita os nomes das garotas me remeteu à "Tired of Sex" do Pinkerton.
"Brave New World" é um rock direto, que mostra bem o que o Weezer tentou fazer no final do Red Album, mas... bem, do jeito certo! Finalmente!
E o disco fecha com "Time Flies", uma música diferente de qualquer coisa que o Weezer já tenha feito, composta em parceria com o lendário Mac Davis. A letra é um atestado do passar do tempo. Em determinado verso, Rivers canta que ele nunca morrerá, pois essa "stupid damn song" ainda estará na sua cabeça. Impossível um fã não lembrar que, há 16 anos, Rivers cantava sobre como criava suas "stupid songs" em uma garagem, e sobre como amava cada uma delas. Um final digno.

Vale dizer que finalmente o Weezer se deu conta de que o bônus da versão deluxe NÃO PODE ter músicas melhores que as do CD oficial, como aconteceu com os últimos CDs.
Para essa edição de Hurley, apenas a bobinha e divertida "All My Friends Are Insects", uma versão ao vivo de "Viva La Vida" (do Coldplay), uma música chamada "I Want To Be Something" contando só com o vocal e um violão, e a já lançada "Represent" (criada em homenagem à seleção americana de futebol na época da Copa).
Nada indispensável, mas ainda assim um complemento bacana.


O Weezer voltou a criar letras intimistas
Voltou também a criar belas e complexas melodias.
Voltou ao básico, ao invés de tentar ser o que não é.
Todas as músicas de Hurley, se não são perfeitas, ao menos são todas interessantes... o que já é um tremendo avanço comparado aos últimos álbuns.
O Weezer de agora conseguiu recuperar um pouco da espontaniedade dos primeiros discos, perdida na metodologia nada menos que científica do Rivers em compor música.

Na minha opinião, o Weezer voltou à boa forma.

Pelo menos até o próximo álbum.

E agora?
Quanto tempo será que tenho para diminuir minhas expectativas...?

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3 comentários:

Tchelo disse...

Não li o texto pq to com pressa, só vi a capa, então to só comentando pra dizer que achei legal vc ter postado sobre a carreira solo do César Menotti.













brinks!

Brancatelli disse...

Desempregado com insônia é uma desgraça, mesmo. =D

Julio Anderson disse...

"O grande motivo para o Hurley ser o melhor álbum do Weezer lançado nos últimos 8 anos (...)"

O que, como você mesmo lembrou, não significa muita coisa pois todos os últimos trabalhos foram abaixo da média do próprio histórico da banda.

Hurley não me pegou, é uma banda que gosto e insisto em manter a expectativa alta com Weezer.

Vou ouvindo e reclamando, mulher de malandro style.