quarta-feira, 14 de julho de 2010

Testamento


Não importa o que façam, histórias em quadrinhos sempre serão considerados um hobby infantil, imaturo.
Principalmente as de super-heróis, válvulas de escape das pessoas com baixa auto-estima, que preferem vivem em um mundo de fantasia a encarar a realidade.

Mas quem pensa isso acaba tão perdido no próprio preconceito que mal imagina a carga de realidade que existe nas HQs.

Durante a semana eu li uma HQ chamada "Magneto: Testamento".
Os mais desavisados talvez olhem o nome Magneto no título e se lembrem apenas do vilão colorido das histórias e dos desenhos animados. Mas esqueçam isso por um minuto.
Longe de ser sobre super-heróis e vilões, a história em questão se passa na Alemanha durante a ascenção do nazismo, pelos olhos de um garoto judeu chamado Max Eisenhardt, que precisa aprender a sobreviver com sua família durante a 2ª Guerra Mundial.
Esqueça os superpoderosos coloridos, aqui o que encontramos é violência, intolerância, campos de concentração, morte...

Aqui, o que encontramos é a realidade.

Eu poderia dizer que esse garoto, Max Eisenhardt, é quem se tornará o vilão Magneto. Mas isso não faz diferença. Não espere ver um cara voando e salvando os judeus das garras dos nazistas. Não espere ver um homem numa roupa colante socando a cara de Hitler e devolvendo a liberdade ao mundo.
Não existe superpoderes nessa história.
Sem ser fantasioso, piegas ou exageradamente emotivo, essa HQ é um verdadeiro estudo sobre o horror do nazismo no mundo real, que nos ajuda a relembrar algo que nunca deveria ser esquecido ou relevado.
O tipo de história que todos deveriam conhecer.

A edição ainda fecha com uma história especial (e real) sobre a artista Dina Babbit, prisioneira de Auschwitz que foi obrigada a pintar retratos de prisioneiros ciganos (dando-lhes mais chance de se manterem vivos) para os nazistas e que agora luta para reaver seus quadros, que estão em posse do Museu de Auschwitz, que se nega a devolve-los.


Como em um último pedido, Max escreve uma carta contando sua história e clamando para que o mundo não deixe mais que um horror como aquele se repita.
Quase 70 anos depois do nazismo, é sempre bom que o mundo seja lembrado de tudo o que aconteceu.
Ainda que seja por uma arte considerada infantil, imatura, fantasiosa.

Mas que sabe como nenhuma outra mostrar os verdadeiros vilões.
Principalmente os reais...

2 comentários:

Willian Matos disse...

Poxa, agora me arrependi de não ter comprado essa revista no sábado passado!

Renatinha disse...

Quero ler, só falta ler 900 coisas e aí pego emprstado.