quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Uma Chance Ao Desfile Emo...


"If life ain't just a joke
Then why are we laughing?"


Pois é, e lá vou eu bancar o advogado do diabo...

Sabe, é difícil começar um texto desses.
Porque se eu critico a MTV, eu sei que muitos se interessarão em ler. Se eu critico o Charlie Brown Jr eu sei que muitos se interessarão em ler. Se eu falo bem de um Arctic Monkeys, ou de um Fratellis, ou de um Libertines, eu sei que muitos se interessarão em ler.

Mas e se eu falar bem de algo tão maldito quanto uma banda emo?
Principalmente quando eu não faço idéia de como transformar em palavras tudo o que eu senti escutando tal banda.
Bom, então eu já preciso dizer o que eu acho logo no começo:

The Black Parade, terceiro álbum do My Chemical Romance, é sem dúvida uma das melhores coisas que eu já ouvi na vida!!!


. . .



Bom, se você continua por aqui, muito obrigado.
Sua audiência é muito importante para o Two Cold Fingers.

É engraçado ver que rotular um som é a mesma coisa que injetar um certo preconceito nas pessoas.
O fato é que é fácil discriminar uma banda sem ouvir, já tendo em mente que você não gosta do estilo dela.
Coisa diferente (e mais desafiadora) é dar uma chance à tal banda.
Coisa, aliás, que além de tudo ainda foi muito mais gratificante!

The Black Parade conta os últimos momentos da vida de um homem na fase terminal de um câncer. O disco passeia tanto pelas suas lembranças do passado quanto pelas suas conclusões do presente.
Mas ainda que deixe muitas vezes a melancolia tomar conta de suas músicas, o álbum trata de um assunto pesado e fúnebre com algo incomum, principalmente no selo “emo”:

Humor!

Apesar da tristeza sólida em músicas como “Cancer” ou “Famous Last Words”, Gerard Way e sua trupe destilam ironia e até mesmo alegria em boa parte das 14 faixas do álbum, como na dobradinha de abertura “The End” e “Dead!” (melhor faixa do album, na minha humilde opinião), ou na faixa bônus escondida “Blood”, por exemplo. Seja falando no Inferno, seja falando da guerra, seja falando da morte.
Além disso, a banda não se acomoda em seu som habitual. Apesar de manter uma certa fórmula em músicas como “I Don’t Love You”, The Black Parade mostra um My Chemical Romance corajoso, se arriscando e provando ter atingido um grau de maturidade do qual muita banda nunca provará.
As músicas trazem aquele amálgama perfeito entre letra e melodia. A carga poética do álbum é grande, tendo a morte retratada como a principal lembrança do moribundo... no caso, um desfile negro que assistiu quando era criança, ao lado do seu pai. Na turnê do álbum, o próprio My Chemical Romance se transformava nesse desfile, como um alter-ego. Uma espécie de Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band.

A grandiosidade das músicas, baseada claramente na obra do Queen, não é apenas um capricho da banda.
A morte é, sem dúvida, o momento pelo qual todos nós vivemos. É quando finalmente somos as maiores estrelas da história, os verdadeiros protagonistas.
Nada mais justo que retrata-la em toda sua megalomania, seja pelo instrumental forte da banda, seja pela produção do Rob Cavallo (que já tinha "criado" o Green Day em Dookie e transformou-o em gente grande com o American Idiot), seja pelo vocal afetado e extremamente teatral do Gerard Way.

Como eu disse, quando se gosta tanto de algo, é difícil escrever sobre isso.

The Black Parade trata do fim de uma vida mostrando todo o medo, dúvidas, raiva, tristeza e alegria desse momento.
E por conseguir fazer algo tão complexo sem se levar tão a sério, o My Chemical Romance merece todo o meu respeito e admiração.

É emo.
É rock.
É música.

E é muito, muito bom!!!

.

9 comentários:

majv disse...

cara, desculpa, mas não vejo problema nessa coisa de banda emo.
até por que: "Sabe, não sou emo, odeio rótulos" já ouvi tanto isso. mas é mesmo foda, gosto pacas de MCR, principalmente o primeiro e o último cd. é beeem teatro e todos eles são meio envolvidos em artes. e realmente não acho emo mesmo tipo o nx zero (que 'emo é o caralho' não me convence). o MCR é bem melancólico, mas por motivos mais reais, a banda começou por uma letra que o gerard escrveu sobre o 11 de setembro que ele presenciou. eles fazem um rock bom mesmo que muita gente não faz e isso é o que basta.

Alessandra Castro disse...

Well...soh sei que tudo passará. Tipow, é modinha e eu nem me importo naum. Os Menudos tb foram o máximo.

Douglas Funny disse...

Ah... num tenho nada contra eles, nem muito a favor... mas pra variar vcs só falam de cds q eu não ouvi, aí fica dificil fazer comentários pertinentes...

q tal Beto Barbosa, Michael Jackson, New Kids on the Block, Ultraje a Rigor, Mamonas, etc...

aí eu juro q falo algo q preste...

Abraço!!

Mar e Ana disse...

Concordo com o Funny =]
e tenho muita preguiça de ir procurar e talz =p
heuheuheuhe


Aaah Branca, dá um desconto, to estressada e os dias demoram muito pra passar. Mas ainda não tenho tendências suicidas e acredito que as coisas vão ficar muito legais, logo :D
ahuahuaha

:*

Unknown disse...

Aiai... (morrendo de vergonha de perguntar)eu não entendi a parte do "A morte é, sem dúvida, o momento pelo qual todos nós vivemos. "
Vc quis dizer, a razão pela qual vivemos? Isso seria muita, mais muita melancolia Branca!
=*

Marcelo Macedo disse...

"Morte, morte, morte que talvez... seja o segredo dessa vida."




..........................(Raul)

Unknown disse...

Esse negócio de rótulo é uma porcaria mesmo né...Bem aventurado aquele que "dá uma chance" pra alguma banda que não gosta! hehehehe

Renatinha disse...

Não tenho preconceito por eles serem emo... Meu problema com eles é não gostar muito do vocal nas músicas mais lentas.
Mas ainda estou no agurdo do empréstimo do cd! ;)

disse...

Bem...eu nao gosto do som deles. Mas adimito que é bem original, diferente de bandas emos "tradicionais" rs. E também, é bem trabalhado e tazl, tem qualidade, saca?