segunda-feira, 23 de novembro de 2009

The Killers no Brasil: Um Show Épico

É com grande prazer que o TCF posta seu primeiro texto escrito por um amigo convidado... Senhoras e senhores...




Por Denis Araujo



Energia. Essa é a palavra que define a apresentação da banda norte-americana The Killers neste último sábado, na Chácara do Jockey em São Paulo. Nem mesmo a chuva forte e toda aquela quantidade de lama formada nos impediram de assistir a um verdadeiro espetáculo musical e visual. Aliás, a chuva tornou-se parte dessa noite especial, fazendo parte da grande quantidade de efeitos especiais da banda.

Os portões se abriram às 15hs e duas horas depois estávamos lá. Às 19h30 tiraram a lona de cima dos instrumentos e da letra K, situada no centro do palco. O show estava marcado para as 20hs e o horário foi obedecido. A banda entrou em cena poucos minutos depois, logo após uma contagem regressiva, com a música Human, que comanda o show da turnê do álbum Day and Age. Com uma introdução inconfundível, Brandon Flowers entrou em cena, acompanhado por toda aquela multidão que, mesmo com o pé na lama (literalmente), cantou e gritou sem parar. “Oi! Nós somos The Killers e essa noite somos de vocês!”, disse o vocalista nesta abertura triunfal. Confesso que foi ali que percebi quão incrível era estar naquele show.

Preocupei-me com qual seria o set list do show, visto que nos demais países da América do Sul que tocaram faltava algumas músicas que queria ouvir. Mas a preocupação logo passou conforme foram colocando em cena os melhores sucessos da banda. Depois de Human e This Is Your Life, a platéia explodiu quando tocaram Somebody Told Me. (Aliás, fica aqui minha crítica para as pessoas que foram ao show e cantaram apenas esta canção e Mr. Brightside, que veio na parte final da noite.)

O show mesclou os ritmos, fez o público dançar, pular, se concentrar e se emocionar. The Killers consegue um feito que somente os bons artistas conseguem: o som produzido ao vivo é tão bom quanto ao gravado em estúdio, e consegue, muitas vezes, ser melhor. Um exemplo disso foi na música For Reasons Unknown, que apresentou uma versão um pouco diferente da original e ficou ótima. Quem esteve por lá, ouviu Bones e The World We Live In com grande qualidade. E todos dançaram ao som contagiante e animado de Joy Ride. Nem mesmo o pequeno deslize do vocalista enquanto tocava Human no piano tirou o brilho do show. Pelo contrário. Na apresentação da música Bling, Brandon Flowers mostrou o porquê é considerado um dos melhores vocalistas da atualidade, com suas coreografias e sua presença de palco incontestável.

Eis que o palco escurece e se mistura com a noite chuvosa. Ao fundo, luzes verdes piscavam. O baterista chamou o público para bater palmas quando a música Shadowplay se iniciou (uma versão - que até me arrisco a dizer - melhor que a canção original do Joy Division). E foi nesse clima musical que o piano começou a soar com leveza, com o solo de Smile Like You Mean It logo em seguida. Pra mim, foi o momento mais emocionante do show, sem sombra de dúvida.

E depois de tocar Spaceman e Dustland Fairytale (com efeitos especiais fantásticos), The Killers nos brindaram com o clássico Can’t Help Falling In Love, de Elvis Presley, tocado a meia luz. Foi a introdução mais inusitada para Read My Mind, que veio a seguir.

Mal o público parou de cantar, Mr. Brightside surgiu e todos foram ao delírio. E quando All These Things That I’ve Done começou, as palmas ditaram todo o compasso da platéia, que continuou cantando “I got soul but I’m not a soldier!” mesmo após o término da canção. A banda saiu de cena para a popular “despedida falsa” e após o breve descanso, The Killers encerrou a noite com Jenny Was a Friend of Mine e When You Were Young.

Com aproximadamente uma hora e meia de show, a banda agradeceu a presença de todos e foi embora junto com as luzes. O resultado do espetáculo foi um par de meias jogado fora, um tênis cheio de lama e um jeans completamente sujo. Em casa, mal tinha terminado de lavar minhas roupas, percebi que me sentia de alma lavada, depois de toda aquela chuva que tomei, e após ter presenciado um show tão fantástico, do tamanho da banda The Killers. Que voltem mais vezes, porque ‘meu corazón ainda tá batendo!’ – em resposta à pergunta do vocalista no meio do show.


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Denis Araujo
http://silenciocotidiano.blogspot.com/

3 comentários:

Brancatelli disse...

Adoro perder os melhores shows do ano!!
Mas pelo menos já pude gritar "I got soul but I’m not a soldier" naquele Tim Festival... se esse show fo ainda melhor que aquele, nem imagino como tenha sido!!

Bjo nas crianças, sr Crítico Especialmente Convidado...

Renatinha disse...

Não existe nada a acrescentar no seu texto. Foi EXATAMENTE isso!
Foi perfeito, foi lindo, foi revigorante...

Ah, tem sim uma coisa a acrescentar: Meu deus! Como o Brandon Flowers consegue ser tão lindo? Sério... Cada sorriso ou trejeito dele me fazia desmanchar.

Douglas Funny disse...

Ah... que orgulho do meu guri, que foi convidado para escrever uma crítica no blog de duas pessoas que conheço há 4 anos, mas que nunca pediram para escrever nada...

...é.

...entendi já...

vai lá champs.