terça-feira, 3 de novembro de 2009

A Arte de Falar Mal


Nós, do Two Cold Fingers, não somos críticos no sentido "profissional" da palavra.
Tudo o que fazemos por aqui é dar a nossa opinião sobre música, mas não queremos que as pessoas entendam nossas opiniões como verdades absolutas.
Queremos apenas desabafar um pouco e deixar que os leitores do blog criem suas próprias opiniões, independente do que escrevemos por aqui.

Mesmo assim, é engraçado eu estar nervoso em escrever este post.
Sabe quando aquele seu amigo aparece animado com um texto que ele escreveu, ou com uma música que ele compôs, ou com uma pintura que ele produziu ou qualquer coisa do tipo? E vc não sabe ao certo como dizer que vc achou tudo aquilo PÉSSIMO?
Depois de tanto tempo falando mal de um monte de gente que eu não conheço por aqui, chegou a hora de eu falar mal de gente que eu conheço, e que talvez até venha a ler este post.
E não sei ao certo como fazer isso...

Mas acho que não tenho escolha.

A banda Ecos Falsos lançou seu segundo álbum, o Quase.
E fazia tempo que eu não me frustrava tanto.

Depois de um sensacional álbum de estréia, o Descartável Longa Vida, o Ecos Falsos mudou bastante.
O guitarrista/baixista/vocalista Felipe saiu da banda, e acabou substituído por dois outros integrantes, acabando com um dos maiores charmes e diferenciais da banda: as trocas de instrumentos no palco. Além disso, boa parte da química e da dinâmica que existia no grupo - que era, provavelmente, um dos maiores trunfos do Ecos Falsos - simplesmente desapareceu com essa mudança.

Não sei o quanto isso tudo interferiu no álbum Quase, já liberado no site oficial do Ecos, mas são poucos os traços que lembram a banda que lançou um dos meus álbuns favoritos dos últimos anos. Parece que as melhores idéias foram gastas na divulgação e no lançamento do novo trabalho.
De 10 músicas, apenas 3 se salvam: a divertida Nós, a bacanuda Última Volta e a genial Spam do Amor, esta sendo a única que traz de volta a criatividade do álbum anterior. Escuta-la apenas torna ainda mais sentida a falta de canções fortes como Reveillon, O Bom Amigo Inibié, Última Palavra em Fashion e Sobre Ser Sentimental. Talvez a letra de A Revolta da Musa realmente tenha acontecido.
Mas o maior problema do álbum, até mais que as músicas fracas, provavelmente são os vocais. Músicas como Cafè La Petite Mort, Se Você Quer e O Segredo do Sucesso Para a Felicidade tornam-se insuportáveis de serem ouvidas. Quero dizer, REALMENTE insuportáveis!!
Outras, como O Boi e Quase, até são boas, mas não têm a cara da banda. Talvez funcionem melhor ao vivo.

É provável que a queda tenha sido maior por ser uma sequência de um álbum como o Descartável Longa Vida. O fato é que, independente disso, escutar a maior parte do álbum Quase é como escutar uma outra banda.
Já me cansei de elogiar o Ecos tanto aqui no blog quanto... no mundo real. Todas as mudanças na banda parecem ser calculadas para dar à banda uma aura mais "séria". Uma pena que isso acabou resultando em músicas que parecem ter saído de uma banda independente qualquer, e não dos Ecos Falsos.

Se eles resolverem continuar por esse caminho, é provável que a banda que eu gostava não volte mais.
Meu único consolo é que eu sempre posso encontrá-la naquele primeiro álbum.

E, bem... a esperança é a última que morre, certo!?


Ficou curioso?
Ecute o Quase no site www.ecosfalsos.com.br

Um comentário:

Renatinha disse...

I fell your pain. Mas além das que você disse, gosto de "Quase".